. . . 14 . . .

534 53 23
                                    

Um túnel talvez, mas não tenho muita certeza disso, escuro onde consigo apenas escutar o ecoar dos meus próprios passos, o que quer dizer que esse túnel, ou seja lá o que isso for, deve ser amplo e extenso.

Será que eu morri?

Mas não lembro de ter feito algo tão absurdo assim para morrer, porém se eu tivesse feito e se eu estou morta agora, eu provavelmente não lembraria, não é?

Minhas pernas me levam para a frente. Não sei se é por causa da escuridão à minha volta, mas parece que estou andando há horas.

Minhas pernas, eu, finalmente param quando vejo um pequeno ponto de luz ao longe que, mesmo sem eu estar me movendo, parece aumentar de tamanho.

Essa é a luz no fim do túnel?

E mesmo tendo essa nova fonte de luz à minha frente, o resto do túnel continua totalmente um breu.

Minha mãe vai me matar se eu morrer!

Como se essa luz exercesse um efeito sobre meu corpo, minhas pernas voltam a se moverem, me levando diretamente para a luz que é forte e branca.

Mas de repente algo como cordas parecem se prenderem ao meu corpo e me puxam para trás, para dentro da escuridão e para longe da luz.

Enquanto minha visão é consumida pela escuridão novamente, um único nome e rosto, e eu não sei porque é ela, aparece em minha mente.

+    +    + 

— Ellie — minha voz sai fraca e baixa, tão baixa que seria impossível para alguém além de mim mesma conseguir escutá-la.

— Não fala nada priminha.

Escutar a voz de Kara no meio da escuridão em que minha mente estava, é um grande alívio.

— Kara, onde estou? — minha voz é ainda muito baixa.

Minha respiração é leve, compassada e profunda, como se eu não estivesse fazendo esforço algum para puxar o oxigênio para dentro dos meus pulmões.

Minha audição é clara, mas não ouço nada além da minha própria respiração e o bip constante de alguma máquina por perto.

— Cadê a Lara? — mãe! Ela está bem? O que aconteceu com todos os outros que estavam no avião? Estão todos bem? — Oh meu Deus, o que aconteceu com ela, Kara? — a preocupação na voz de Lois é nítida, o que me deixa preocupada e com mais vontade ainda de saber onde estou.

Tento abrir os olhos e por poucos segundos até consegui deixá-los abertos, até minha visão ser cegada por luzes brancas que estão no teto.

Um hospital?

Mas nenhum hospital teria a capacidade de cuidar de alguém como eu sem ser em...

Arkadia.

E é em Arkadia onde provavelmente estou. Ninguém em todo o planeta Terra entende melhor de aliens do que as pessoas que trabalham em Arkadia.

— Ela está bem Lois, só está — Kara pausa, nunca é um bom sinal quando Kara pausa no meio de uma frase —, como vou dizer isso, mais humana do que o normal — não disse, nunca é boa coisa, e eu nem sei o que isso quer dizer.

— O que isso quer dizer? — obrigada mãe por perguntar, porque eu também quero saber.

Sinto uma mão quente e macia pegar em minha mão e no mesmo instante sei que essa é a mão de Lois.

— Há mecânicos investigando o que pode ter causado a falha dos motores do avião e eles também estão procurando pelo o que pode ter deixado a Lara desse jeito. Algo lá fez ela perder os poderes, mas acredito que isso seja apenas temporariamente. — sinto uma das duas passar a mão nos meus cabelos, e pelo calor que radia dessa mão acho que é Kara, ela sempre foi muito quente. — E você, como você está Lois?

S De Esperança Onde histórias criam vida. Descubra agora