. . . 10 . . .

556 49 11
                                    

. . . 16 Anos De Idade . . . 

— O que mais você pode fazer?

Por longos 3 anos, dos quais foram os mais tranquilos já vividos por mim, Ellie não havia tocado neste assunto respeitando minha privacidade e silencio, mas ficou repentinamente interessada em descobrir mais sobre os meus poderes após ela me ver flutuando enquanto eu dormia. Em minha defesa, eu não pensei que podia fazer isso ainda ou fazer isso em geral – eu poderia ter nascido sem essa habilidade ou nunca conseguir desenvolvê-la.

Devido ao meu árduo, muito dolorido e focado trabalho em Arkadia, e também devido ao fato de Kara ter quase me quebrado ao meio no nosso último treinamento – sinto minhas costas doerem até agora –, eu recebi algumas semanas de folga de lá, contanto que eu não use os meus poderes imprudentemente.

Kara insistiu muito com tio Bruce – com ela fazendo seu famoso beicinho e tudo, do qual ele não resistiu também, porque Kara fica ainda mais fofa quando faz o famoso beicinho – que eu deveria focar totalmente em meu último ano do colegial agora.

Quando me comporto bem e não tento sair, fugir, de Arkadia sem permissão, ganho algumas recompensas de Bruce, por exemplo: poder dormir toda noite em minha própria cama e em minha própria casa – não há nada melhor do que dormir em minha própria e aconchegante cama.

E quando quem me recompensa é a Kara, ela me leva para conhecer lugares novos e exóticos, ou me leva apenas para jantar fora. Mas isso não tem acontecido muito ultimamente, porque Kara anda muito ocupada. Porém eu não culpo ela, porque além de ser minha prima, Kara também é a Supergirl afinal de contas.

Então devido ao meu constante bom comportamento em Arkadia, e ao fato de que eu realmente precisava de um pouco de férias também, desde semana passada estou em casa todos os dias e foi por isso que Ellie estava lá hoje de manhã.

— Como assim? — me fiz de desentendida para o assunto que Ellie queria colocar na "mesa" novamente.

Ellie virá-se de lado na arquibancada e encara a lateral do meu rosto com intensidade.

Eu não preciso olhar para ela para saber o que está fazendo ou para saber da intensidade de seu olhar sobre mim, então nem desvio o meu olhar do time de futebol americano que está treinando no campo.

— Você tem algum outro poder, além de ser super forte e rápida? — ouvi o coração e a respiração dela se acelerarem minimamente, enquanto eu tentava me segurar para não dar risada da escolha de suas palavras. — Porque se você não se lembra, eu vi você flutuando sobre a cama hoje de manhã.

Pensei por algum tempo, para causar um pouco de suspense sobre ela.

Sim, eu tenho mais poderes e sou meio alien, não que eu vá dizer isso à ela, também.

Tenho visão de calor – raios lasers literalmente saem dos meus olhos –, tenho visão de raio-X – consigo ver através de quase tudo, menos chumbo – e minha pele é praticamente impenetrável. Além de eu ser muito rápida e forte, posso também escutar coisas que acontecem do outro lado do planeta – e segundo Kara, alguns poderes só se manifestam com o passar do tempo.

Cheguei mais perto de Ellie, nossos narizes quase se encostando, olhando seriamente nos olhos azuis dela como se eu fosse lhe contar o maior segredo do mundo, e falei alto o suficiente para que minha voz chegasse até seus ouvidos.

— Aparentemente posso respirar muito bem também — me deu um tapa no ombro, como se isso fosse me machucar, pegando o tom brincalhão que empreguei em minha voz. — Mas falando sério, não que eu saiba — mentira pura. — E eu não estava flutuando, você é que deve ter tomado café demais e isso fez você ver coisas.

Um silvo, de algo rápido vindo em nossa direção, me fez erguer a mão e pegar a bola oval antes que acertasse em cheio o rosto de Ellie, que segurou a respiração quando viu a bola tão perto assim de seu rosto.

Virei minha atenção para o campo, onde os jogadores estão, e procurei por quem lançou a bola em nossa direção.

— Você pode devolver a bola, Kent? — o garoto gritou para mim. — Esqueci que você é uma garota e é fraca — e riu junto dos outros jogadores.

Olhei para a bola que está em minha mão direita e um sorriso diabólico surgiu em meu rosto e um tipo de energia estranha passou pelas minhas veias – e eu gostei disso.

Levantei na arquibancada, olhei para o garoto, que está a uma distância considerável de onde Ellie e eu estamos, e arremessei a bola na direção dele.

Não usei toda a minha força para lançar a bola, mas o pouco que usei foi o suficiente para fazer ele ser jogado uns bons metros para trás quando a bola oval tocou suas mãos e peito – ainda bem que ele está usando os equipamentos de proteção, ou a queda e a força do impacto da bola teriam doido muito.

— Acho que ele nunca mais vai chamar uma garota de fraca novamente — Ellie começou a rir, e eu também, quando o garoto não conseguiu se levantar sozinho do chão.

Pelo menos com essa distração, Ellie deixou de lado as perguntas sobre os meus poderes.

S De Esperança Onde histórias criam vida. Descubra agora