. . . 11 . . .

473 50 12
                                    

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.


. . . 16 Anos De Idade . . .  

Essa era a semana do baile de primavera, o que quer dizer que tem cartazes, enjoativamente, coloridos grudados em cada canto da escola, cartazes que nos dizem para escolher o rei e rainha do baile – é quase como uma lavagem cerebral colorida em nossa mente.

Por coincidência este ano o baile cairá no mesmo dia do meu aniversário de 17 anos.

Aparentemente neste dia seremos só minha avó Martha e eu, porque Lois está na América do Sul a trabalho e vai ficar por lá nas próximas semanas, e também porque nem amarrada eu vou ao baile.

E Ellie, a pessoa que dizia ser minha melhor amiga?

Bom, Ellie está namorando com um dos idiotas do time de futebol, o mesmo que quase acertou a bola oval no rosto dela e se não fosse por mim ele teria conseguido fazer esse feito – quem sabe isso fez eles se aproximarem. Agora eu meio que virei segundo plano, ou plano nenhum na verdade, na vida dela.

Eu já deveria ter me acostumado com essa parte, eu sou segundo plano na vida da minha mãe também, então nada novo nisso.

Ellie ainda me cumprimenta, longe dos novos amigos dela é claro, nos corredores da escola, mas não é mais como era antes. É como se todo esse tempo eu tivesse conhecido uma Eliza e agora ela tivesse se tornado uma outra pessoa totalmente diferente.

Talvez a popularidade faça isso com uma pessoa.

+    +    + 

Abro meu armário para colocar alguns livros e cadernos ali dentro, e para tirar outros que vou usar nas primeiras aulas do dia.

Então ali, enquanto eu vasculhava o armário atrás do livro de matemática, foi que eu senti aquela fraqueza estranha, a mesma fraqueza que sinto toda vez que ela, especificamente, chega perto de mim – e é uma fraqueza maior do que aquela que sinto quando coloco o anel nos treinamentos em Arkadia.

Tive que me apoiar na porta aberta do armário quando ela passou por mim e parou ao meu lao, onde fica o seu armário.

Olhei para minhas mãos e meus braços, que estão descobertos por causa da camisa de manga curta que uso, e vi que as veias estavam tomando uma coloração esverdeada anormal, o que deixou-as mais visíveis sob minha pele.

Meu corpo sempre reage desse jeito quando Ariana Lang chega perto de mim. Não é algo nela em si, eu acho, na verdade é algo que ela usa que me deixa assim: um cordão ao redor de seu pescoço, com um pingente de uma certa pedra verde que veio do espaço – a maior amostra dessa pedra que já vi.

— Você está bem, Lara? — a voz, junto de sua figura, chega até mim.

Quando ela estica a mão e toca em meu braço, encosto as costas no meu armário aberto, quase entrando dentro dele, e tento não me encolher visivelmente, para ter um suporte caso minhas pernas fiquem mais moles do que já estão e me abandonem no momento em que mais preciso delas.

Olhei para os olhos de Ariana, mas logo minha atenção foi "puxada" para o pingente de seu colar – um pequeno mineral que é radioativo e prejudicial para Kryptonianos, que querendo ou não me incluo nisso também, mas que é inofensivo para humanos, na maioria das vezes – que está brilhando levemente.

Minha respiração se acelerou. Senti uma fina camada de suor se formar em minha testa e nas palmas das minhas mãos.

Tive que engolir em seco quando Ariana se aproximou um pouco mais e eu não tinha mais como me afastar dela.

— Seu colar é muito bonito — falei após limpar a garganta para que minha voz não saísse fraca e trêmula, e para ver se eu me concentrava em algo além do efeito que a pedra está tendo sobre mim.

Ergui os olhos, para encontrar os olhos castanhos de Ariana novamente, e vi seu rosto corar tão levemente que se eu não fosse quem sou e se eu tivesse olhos "normais" não conseguiria perceber o leve rubor.

Ariana é uma das garotas mais populares da escola, e ela é uma das poucas que nunca implicou comigo também – tem algumas delas que me acham legal até, um pouco tímida, mas legal.

Talvez Ariana seja assim porque nós duas nos conhecemos praticamente desde a maternidade – mas não somos muito próximos, para mim é devido ao colar dela –, sem dizer que os pais dela são donos da fazenda vizinha à nossa.

— Obrigada — deu um meio sorriso, com o rosto ainda corado e com um olhar preocupado sobre mim. — Você não parece estar bem, Lara.

Só porque eu pareço alguém que correu uma maratona? Eu tô ótima!

Ajeitei minha postura, o melhor que pude, e sorri para ela. Tentei me comportar como se o colar que está no pescoço dela não estivesse quase me matando.

Ariana retribuiu o meu sorriso com um sorriso ainda maior, mostrando as covinhas em suas bochechas, das quais eu acho extremamente fofas.

— Eu estou bem Ariana, não se preocupe — falei o mais firme possível.

Ela iria falar alguma coisa, mas teve que se afastar alguns passos quando os corredores começaram a se encherem.

Quando Ariana se afastou de mim – o que me fez tomar uma profunda respiração – e quando sua atenção foi tomada pela horda de adolescentes, me aproveitei dessa oportunidade para ir para a minha primeira aula do dia, e me preparar para evitar Ariana pelo resto do dia, semana e, se for preciso, pelo mês ou pelo resto do ano também.

S De Esperança Onde histórias criam vida. Descubra agora