. . . 17 Anos De Idade . . .
Após demonstrar ser a gentil pessoa que sou e deixar Ariana sã e salva, após o nosso pequeno encontro no centro da cidade, em casa – e apesar da fazenda Lang ser vizinha da fazenda Kent, as casas não são perto uma da outra, há quilômetros de distância entre as duas casas na verdade –, estou fazendo meu caminho de volta para casa.
Ao contrário de mais cedo, quando parecia que meu dia seria o pior dia de todos, tenho um bom pressentimento de que as coisas melhoraram para mim – espero que eu não esteja errada desta vez.
Não estou com pressa alguma agora e é por isso que estou andando, como uma pessoa normal faria, ao invés de correr para chegar mais rápido onde eu quero.
São poucos os carros que passam por mim no asfalto. Mas o que está me incomodando, ligeiramente, é um conversível azul que parece estar me seguindo desde o momento em que sai da casa de Ariana.
+ + +
— Ei, Kent! — Dylan, o agora ex-namorado de Ariana, para o carro, no acostamento da estrada, ao meu lado e por pouco não me atropela.
Eu sabia que não era só a minha mania de perseguição que estava me deixando paranóica.
— O que você quer, Dylan? — paro também e olho para os adolescentes no carro e meus olhos logo se encontram com olhos azuis familiares.
Dylan e Tyler, namorado de Ellie, saem do carro e ficam em minha frente.
— Eu só queria dar uma coisinha pra você — Dylan tira uma caixinha do bolso de sua calça. — Algo que você parece estar sempre interessada.
Quando ele abre a tampa da caixinha, a pedra verde começa a brilhar suavemente – um brilho tão fraco que talvez só os meus aguçados olhos conseguem ver.
Se movendo sutilmente, Tyler se posiciona às minhas costas, enquanto Dylan tira o colar de dentro da pequena caixa e o coloca em meu pescoço.
No momento em que a pedra tocou a parte exposta do meu tronco, meu corpo ficou tão fraco que se não fosse por Tyler me segurar pelos cotovelos, eu teria caído.
Meus olhos se encontram com os de Ellie novamente, os meus pedindo silenciosamente para que ela me ajudasse, mas ela apenas desvia o rosto.
— Por que você está fazendo isso? — minha voz saiu baixa, como se eu estivesse com medo das palavras.
Dylan pega meu queixo entre seus dedos, para me fazer olhá-lo diretamente.
— Porque ela me deixou pra ficar com você, alguém que não suporta nem o peso de um simples colar.
Tyler junta minhas mãos nas minhas costas e as amarra com uma corda – pela textura da amarra em meus pulsos, creio que é uma corda não muito grossa –, agora é Dylan que me segura, pelos ombros, e coloca algum tipo de saco preto em minha cabeça.
— Você vai aprender a não se meter comigo — e se não estou enganada, eles me colocam no porta-malas do carro.
Tento romper as cordas que prendem os meus pulsos, mas não consigo. O colar parece pesar uma tonelada em meu pescoço.
Eu nunca tinha experimentado tal força contra a minha parte Kryptoniana antes. É como ter a lava de um vulcão correndo por minha veias e ao mesmo tempo ter o corpo tão frio quanto um iceberg.
+ + +
Parecendo ser horas depois – o que eu não tenho tanta certeza assim –, o carro deixa o solo liso do asfalto e entra no solo esburacado de uma estrada de terra.
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S De Esperança
Fanfic- Mesmo tendo toda a velocidade do mundo, você não vai conseguir salvar todos eles. - Mas eu posso tentar. (Esse livro só foi publicado no Wattpad por mim, Sweetiescape. Se está lendo ele em algum outro lugar, certamente não fui eu que publiquei.)