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. . . 17 Anos De Idade . . . 

Estou no celeiro arrumando o velho trator da fazenda. Quando não se tem um homem em casa, o trabalho pesado fica para a pessoa que mais tem força da casa, ou seja eu.

Minha avó Martha não se interessou em mais ninguém depois que meu avô Jonathan faleceu.

Minha mãe Lois também não teve interesse por mais ninguém desde que meu pai morreu.

Certa vez Lois me disse que é muito difícil esquecer o amor de sua vida, não depois de tudo o que aconteceu vulgo eu.

De certa forma eu entendo elas. Não é como se meu avô e meu pai tivessem arrumado as malas e foram viver em outra cidade ou outro país. Perder alguém para a morte é uma das piores dores já vividas por alguém.

Martha e Lois também dizem que eu dou mais trabalho do que um ou mais homens, então elas preferem ficar só comigo mesmo, a meio E.T da familia.

Estou embaixo do velho trator vermelho, soldando uma peça dele com a ajuda da minha visão de calor, que é quando eu consigo soltar raio-laser por meus olhos.

Nessas horas é bom ter esses poderes, ajuda bastante quando tenho que fazer esse tipo de trabalho.

O som de pneus deixando o asfalto e entrando no curto caminho de estrada de terra até a Fazenda Kent, me faz parar o que estou fazendo, fechar os olhos e balançar a cabeça de vagar, de um lado para o outro, até sentir os lasers se apagarem por detrás de minhas pálpebras.

Abro os olhos e viro a cabeça na direção do som dos pneus e de um motor potente.

Pelas portas abertas do celeiro, vejo um carro vermelho conversível estacionar na frente da casa.

Uma loira alta desce do carro e olha para a casa. Tira os óculos escuros e dá um giro de 360 graus para olhar ao seu redor.

O rosto da mulher me é familiar, só não sei de onde à conheço – esse meu corpo não veio junto da boa memória dos kryptonianos.

Saio de debaixo do trator, me levanto do chão e pego um pano velho e limpo as mãos que estão sujas de graxa.

Passo pelas portas do celeiro e olho para a loira que está de costas para mim e analisando a casa.

— No que posso ajudar? — pergunto e vejo ela se sobressaltar.

A loira se vira em minha direção, com uma mão sobre o peito.

— Nunca mais faça isso — diz apontando um de seus longos dedos em minha direção, me fazendo rir minimamente. — Vim até aqui para falar com Martha Kent — falou já recomposta do susto.

Me aproximo um pouco mais dela.

— Eu sou Martha Kent — paro não mais do que alguns passos longe dela. — E quem é você? — minha pergunta faz a loira revirar os olhos.

Ela joga os cabelos soltos sobre os ombros, me fazendo erguer uma das sobrancelhas em divertimento.

— Sério que você não sabe quem eu sou? — olhei para ela, de cima a baixo.

Ela certamente não é de Smallville.

Como eu sei disso?

O jeito que se veste, não é para um lugar tão pequeno como esse. Sem dizer que é bem provável que apenas o salto alto de sola vermelha que está em seus pés custe mais do que toda essa cidade inteira.

— Eu deveria? — perguntei quando meus olhos chegaram em seu rosto.

Enquanto eu calmamente coloco o pano sujo de graxa no bolso detrás do meu jeans, ouço ela bufar como se o que eu disse ofendeu-a de algum jeito.

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⏰ Última atualização: Feb 14, 2020 ⏰

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