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A essa hora da noite, ou melhor devo dizer da madrugada, quase todos os corredores estão vazios – até porque nem todos que trabalham aqui são máquinas que não precisam descansar

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A essa hora da noite, ou melhor devo dizer da madrugada, quase todos os corredores estão vazios – até porque nem todos que trabalham aqui são máquinas que não precisam descansar. Porém é essa a hora em que todos os laboratórios aqui dentro ganham vida – cientistas e seus horários malucos.

Cientistas trabalham aqui, em Arkadia, para descobrir curas para doenças que sempre achamos ser incuráveis – não que alguém aqui dentro deixa que eu saiba de alguma coisa, mas às vezes não posso me controlar em ouvir tudo.

Eles também trabalham para achar a cura para os meta humanos, porque nem todos eles estão do lado certo. Alguns dos meta humanos usam seus poderes para provocar o caos lá fora e quando fazem isso, nos deixam com má reputação.

Bruce me guia por um corredor onde eu nunca havia estado antes e olha que eu praticamente vivo em Arkadia.

O que aconteceu com o ônibus escolar alguns anos atrás, 2 anos para ser exata, fez minha mãe e Bruce entrarem em comum acordo: eu teria que ser constantemente vigiada – porque eles não queriam que eu me expusesse, ou que o mundo soubesse que eu existia.

E também, meus poderes chegaram a um ponto em que eu precisava de alguém com poderes similares aos meus, Kara, para me treinar, para me ensinar como todos eles funcionam e como ter o total controle sobre eles – meus poderes evoluíram muito nesses últimos anos, se tornaram mais fortes –, então passei a "morar" em Arkadia, somente indo para casa nos fins de semana – fora que eu também tenho que ir para a escola.

Arkadia é uma parte paralela, secreta, das Indústrias Wayne. É um lugar onde pessoas com poderes especiais, ou como o mundo nos chama, meta humanos, são bem-vindos. Arkadia é como um acampamento gigantesco onde se aprende muitas coisas.

Aqui temos especialistas que nos ajudam com nossos poderes, mas somente eu tenho o privilégio de ter Kara Danvers como minha tutora.

Arkadia foi construída por Bruce Wayne, depois que a D.E.O foi exposta e fechada pelo governo. Todos que trabalhavam lá foram contratados por Bruce para se juntarem a ele nesta nova causa – tudo isso aconteceu poucos meses após o meu nascimento, então não tenho nenhuma lembrança sobre isso.

Bruce e eu paramos na frente de uma porta, extremamente grossa, feita de chumbo, o que me impossibilita de ver através e para além dela. Em um dos lados da porta, o lado direito, tem um teclado onde Bruce digita um código que a faz se abrir – o que é estranho, porque todas as outras portas em Arkadia se abrem automaticamente após uma leitura facial.

O que será que tem aqui dentro?

Caminhamos por mais alguns metros em uma escuridão total desse novo local, novo para mim pelo menos, porque Bruce sabe por onde anda. Eu usaria minha visão de raio-X para ver por onde vou, mas o treino com Kara me esgotou até os ossos – nunca pensei que diria isso algum dia.

Quando as luzes se acendem, meus olhos logo caem no traje azul e vermelho dele, no traje que meu pai usava.

— A Lois me contou o que você disse para ela — a voz de Bruce me faz acordar do pequeno "transe" em que entrei ao ver o traje pela primeira vez.

É claro que ela contou, Lois é uma jornalista.

É da natureza da minha mãe contar coisas para os outros, mas ela também sabe guardar grandes segredos, assim como o meu.

— É verdade o que eu disse pra ela — suspiro. Ninguém nunca saberá o que é ter tal pressão sobre os ombros, nem Kara deve saber como é isso. — Eu nunca vou conseguir ser ele.

Com um controle remoto em mãos, e apertando um dos botões, Bruce se vira para os monitores me fazendo fazer o mesmo. Nos monitores agora aparecem imagens de quando o mundo o conheceu, de quando ele deixou que a humanidade o conhecesse.

— Nós não precisamos que você seja ele, Lara — disse com sua voz ficando mais profunda e séria. — O mundo jamais terá alguém como ele novamente. Nem mesmo Kara ou você serão como ele.

Tirei os olhos dos monitores e o olhei já sabendo onde ele queria chegar.

Se uma coisa eu puxei por Lois Lane, é a cabeça dura dela, e quando tomo uma decisão, não mudo tão fácil assim de ideia.

Fazer o quê? É um mal dos Lane serem irredutíveis quando tomam alguma decisão – mesmo sendo, às vezes, decisões muito idiotas.

— Psicologia inversa não vai funcionar comigo, tio Bruce — ele mais do que ninguém deveria saber disso, porque Bruce é a única figura paterna que tenho em minha vida. e ele me conhece muito bem também.

— Não é isso que estou tentando fazer, Lara — uma das imagens muda, capturando por completo minha atenção. — Mas eu sei que talvez isso mude sua opinião.

Mesmo eu não entendendo completamente o que estou vendo, sei que talvez isso mude minha opinião e o modo como vejo tudo ao meu redor.

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