Surpresa do Tio Leo

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Várias pessoas já faziam tumultos na rua, alguns ligavam pra ambulância e corpo de bombeiros. O que mais podíamos fazer? Percy não hesitou. Vários reservatórios dos prédios próximos explodiram e inundaram a entrada da loja, abrindo espaço para nós entrarmos. E foi o que fizemos: corremos como loucos e entramos.

- Leo! - Gritei. Algumas prateleiras estavam viradas e as chamas já percorriam pelo espaço todo. Eu só conseguia ver fumaça e ainda não estava com falta de ar, porque Percy ainda conseguiu inundar uma pequena parte da recepção.

- Leo! - Percy gritou, ao meu lado.

   Andamos depressa por um dos corredores da loja. Percy fazia uma bolha de água nos envolver e não fazer com que morrêssemos de asfixia. Quando chegamos ao fundo do lugar, observamos as chamas no final da loja subir tremendamente e, em alguns segundos, um garoto totalmente descabelado e suado corria por ali. Quando nos viu, começou a correr em nossa direção.

- CORRAM! SÓ CORRAM!!!!!

- Mas, o que...? - Tentei perguntar, mas Leo já havia me puxado pelo braço.

   Ouvi um grito de agonia e de mais uma explosão ali dentro. Leo nos conduziu até uma saída no fundo da loja. Saímos na mesma hora em que os vidros das janelas se despedaçavam.

   Percy olhou ao redor de onde fomos conduzidos. Uma rua completamente sem saída e estreita.

- Ah, não... - Valdez disse. - Era melhor ter saído pela entrada.

- Ah, jura? - Perguntou Percy, irônico.

    Sentimos um tremor enorme no chão e percebi as paredes dos fundos do Atacadão de Peças Automobilisticas de Alta Qualidade do tio Tom vibrar intensamente.

  Percebendo o que iria acontecer, gritei:
- Abaixem! - Antes de minhas pernas reagirem, Percy já havia me jogado pro chão e me segurado protetoramente ali.

     A parede foi totalmente destruída e pedaços de tijolos voaram por cima das nossas cabeças. Esperei sinceramente que Leo tivesse se abaixado a tempo.
   Depois que os destroços pararam de voar por nós, levantei quase imediatamente, com a ajuda de Percy, que se levantou comigo, pois ouvi o rugido de um ser mitológico que eu pedia aos deuses para não encontrar novamente, enquanto eu fosse viva, nessa minha humilde vida de semideusa.

- Falei que tinha uma surpresinha pra vocês? - Leo perguntou, irônico e voltando a se levantar. Pegando uma espada do seu cinto de ferramentas.

A poeira da explosão abaixou e vimos o monstro à nossa frente. Imediatamente puxei minha adaga e Percy abriu contracorrente.

- Uma hidra??? - Praticamente gritei. Revi meu desejo anterior. Era uma pena que Leo tivesse tido tempo de se jogar no chão, antes de algum tijolo bater nele. Pois, agora, eu estava muito a fim de pegar um pedaço de pedra e tacar na cabeça daquele semideus de Hefesto. - Como diabos ela apareceu???

- Tava passeando por aqui, bebê. - O Valdez disse, fazendo pose.

   O monstro gritou, próximo de nós, e lançou chama pra cima, como se nos lembrasse que ele estava ali. Hoje, ele tinha 9 cabeças no lugar onde deveria ser apenas uma.

- A conversa está muito boa, mas precisamos agir. - Percy falou, desviando de uma das cabeças, que tentou o morder.

- Qual é o plano? - Leo perguntou ao nosso lado.

  Olhamos pra ele.

- Qual é? Eu só sei usar fogo. Esse cara ... caras... cara com várias cabeças é imune ao fogo.

- E o que eu vou fazer? Apagar as chamas que eles disparam pela boca até cansar e depois morrer? Não, obrigado! - Percy exclamou.

   Enquanto falávamos, desviávamos e pulávamos, nos defendendo de ataques da hidra.

Me Apaixonando Outra VezOnde histórias criam vida. Descubra agora