Me Apaixonando Outra Vez

Nos Salvam... Mais ou Menos

Três lestrigões, três quimeras, duas hárpias, um ciclope e um manticore. Tipo assim: Nada demais.

- Estamos fritos... - Frank falou, desesperado.

Os monstros começaram a nos cercar. Nos posicionamos, os quatro, de costas um pra o outro, protegendo nossa retaguarda.

Pegamos nossas armas e nos preparamos para o ataque.

- Atacamos todos de uma vez? - Hazel perguntou.

- Temos que ficar na defesa. - Respondi. - São muitos.

Os monstros ficaram girando, aproveitando a alegria de ter presas tão fáceis como nós. Percy girou a espada, pronto pra atacar.

Os dez seres pularam, para nos alcançar, de uma só vez. Segurei a adaga na frente do rosto para me defender. O manticore pulou em cima de mim, cortei seu rosto e pulei pra trás.

Ele avançou outra vez e eu desviei. Abaixei quando uma das hárpias tentou me atacar. Percy lutava com o ciclope e Hazel e Frank tentavam se defender dos outros monstros. Me juntei a eles, para ajudar. Cortei as asas de uma das hárpias, mas ainda estávamos em muita desvantagem.

- O que faremos? - Hazel perguntou.

- Se abaixem! - Percy gritou à nossa frente. Imediatamente fizemos o que ele mandou. Uma árvore arrancada do solo tinha sido lançado sobre nossas cabeças.

Olhei quando Percy estava se virando outra vez para o ciclope.

- Cuidado! - Gritei.

Percy levou uma braçada e foi arremessado pra longe. Estávamos perdidos.

Um buraco começou a se abrir no chão. Pedaços do chão voaram pra longe, pelo impacto da abertura. Todos os monstros caíram. Me equlibrei para não cair tbm, mas percebi que o chão em que Hazel, Frank e eu ainda estávamos deitados, estava intacto.

Ouvi o relincho de um cavalo e uma sombra crescendo da grande cratera que fora aberta.

Me levantei, piscando algumas vezes para identificar o semideus que montava o cavalo.

- Eu falei que não ficaria de fora dessa batalha. - Ele disse.

- Nico? - Falei, confusa.

Ele pulou do cavalo.

- Arion! - Hazel gritou atrás de nós. Ela correu até o cavalo.

Percebi Percy levantar um pouco distante. Ele observava a cena. Frank também se levantou, aparentava estar espantado com o que via.

- Arion? - Questionei.

- O cavalo mais rápido da terra, da mitologia. Ele mesmo. - Frank respondeu, chegando ao meu lado.

- Como conseguiu montar nele? - Hazel perguntou ao Nico.

- Talvez ele me acha digno. - Ele respondeu simplesmente.

Hazel suspirou.
- Nico... - Ela o abraçou. Ele foi pego de surpresa, então meio que permaneceu imóvel, porém constrangido. - Você está bem?

- Você me pergunta se eu estou bem? Depois de tudo que provavelmente passou?

Começamos a nos aproximar dos dois.

- Você está ferido. - Ela disse ao filho de Hades.

- Só uns arranhões. - Ele respondeu. Percebi que Nico estava com o pescoço arranhado e a coxa sangrando.

- A questão é que o Mundo Inferior está um caos. Está meio que impossível sobreviver lá dentro. - Ele disse para todos ouvirem.

- Mas, você sobreviveu. - Percy disse.

- É diferente. Sou filho de Hades. E mesmo assim fui atacado por vários monstros. Não seria tão difícil de acreditar, já que é meu pai que os deixa trancados naquele inferno. Graças ao poder das sombras consigo sobreviver e não ser quase morto através de cada monstro que encontro.

- Temos que tentar. - Hazel disse.

- Não, Hazel. É perigoso.

- Di Ângelo, eu não estou pedindo.

- Mas...

- Cuidado! - Frank gritou, empurrando Hazel pra longe. Senti o chão tremer aos meus pés. Percy pulou pra trás, antes do piso, embaixo dele, desmoronar.

O ciclope ressurgiu do buraco, lutando com suas forças para sair de dentro dele e quase acerta Hazel.

- Malditos semideuses!!! - Ele urrou.

Frank ergueu seu arco e lançou uma flecha que o acertou no braço. Ele gritou e me olhou furioso. Ele bateu as mãos com força no chão que alcançava e abriu o buraco infinito ainda mais.

Meus amigos caíram no buraco sem fim, inclusive a Sra. O'leary, e eu senti o piso aos meus pés sumir também, até que senti uma mão segurando meu pulso.

Só ouvi os gritos dos meus amigos na escuridão sem fim e Percy de joelhos, se esforçando para não me deixar cair.

- Percy, você não vai aguentar! - Gritei.

- Aguento sim. Ainda tem uma missão a cumprir, se lembra?

Despertei com suas palavras e senti a moeda de Atena vibrar mais uma vez no meu bolso. Ele tinha razão. Apoiei uma das pernas na parede à minha frente e me esforcei para subir com a ajuda de Percy.

- Obrigada... - Falei, meio ofegante.

Peguei a moeda no bolso, incomodada com o quanto ela vibrava. Então, percebi que ela estava brilhando.

- Isso é... - Percy comentou, ao olhar para a moeda na minha mão. - ... um radar.

Olhei em seus olhos e para a moeda novamente em seguida.

- Estamos um pouco longe. Acho que vai demorar umas duas horas para chegarmos lá. - Falei.

- Ou não... - Percy falou, olhando para trás.

Segui seu olhar. Arion ainda estava ali, meio espantado com o fato de sua dona e seu antigo cavaleiro terem caído num precipício sem fim, meio preparado para o que poderia vir.

Percy fez uma reverência para o cavalo, parecia estar implorando a permissão do cavalo para galopar.
Tanto que Arion pareceu suspirar, depois abaixou a cabeça em forma de reverência.

- Vamos, temos que pegar a estátua. - Percy disse, me puxando para o cavalo.