III

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Depois do último tempo que era a aula de história,vi que estava chovendo e logo vi o carro de Shawn sendo ligado no final do estacionamento,assim corri até lá e bati no vidro com o livro de capa dura sobre a minha cabeça para não me molhar,e ele abaixou.

-Entra.-ele assentiu.

Entrei no carro toda encharcada,e o cumprimentei,quando saímos da escola as perguntas vieram.

-Então...como foi seu primeiro dia?-ele tentou puxar assunto e achei fofo da sua parte.

-Bom,comparado com um internato isso dai é moleza.-apontei pra escola e ri enquanto arrumava meu cabelo encharcado.

-Internato?-ele parecia confuso.

-Oh...você não...Bem eu vim de Londres,de um internato em Londres.-eu o expliquei e ele fez uma expressão estranha.-O que?

-Então você nunca estudou com meninos?-ele perguntou e eu ri.

-São só alguns internatos que são só para um gênero,o meu era os dois,não era tão prisão assim.-expliquei.

-Eu vi,você e Madison no almoço.

-Você conhece ela?

-Yeah,estudamos juntos desde os 10 anos.Ela é legal.-e assim o assunto acaba e o silêncio constrangedor se prolonga até eu chegar em casa,pego a chave no vaso de plantas e destranco,assim subindo as escadas e tomando um longo banho e caindo no sono logo depois disso.

                            [...]

O barulho de pratos e talheres e copos e risadas me acorda curiosa ao saber quem está lá embaixo,meu moletom cinza da gap e minha legging preta faziam parte do meu conjunto.Desci de fininho e pude ver os vizinhos jantando com meu pai,fui descendo aos pouquinhos até ver que a atenção da mesa foi completamente voltada a mim.

-Falando no demônio...-meu pai brinca e fico curiosa em saber o que eles estavam falando sobre mim.-Vem cá querida,sente-se e jante com a gente.-sentei entre ele e Shawn.-Esses são Sr.Mendes e Sra.Mendes.

-Por favor me chama de Karen.-a mãe dele sugeriu.-Então vocês são de que parte da Inglaterra?-a mãe dele com o sotaque britânico me fez me sentir em casa.

-Oxford.-eu e meu pai dissemos ao mesmo tempo.-Mas Brooke foi para o internato de Cambridge em Londres.

-Você está brincando? -Karen se animou.-Amor,é o internato que eu estudei quando era menor.-ela cutucou o marido e disse.

-Você estudou lá?-disse desacreditada.

-Sim!A Sra.Butterfield é ainda a diretora?

-Sim,mas acho que ela vai renunciar o cargo ano que vem.

-Não consigo acreditar!-a mãe dele e eu rimos.-Então Brooke,você faz algum esporte ou dança ou canta?-ela pareceu interessada.

-Eu era pianista,quando eu era mais nova.

-Ela tinha entrado para orquestra juvenil,e ganhou várias competições de música em Londres.

-Wow,isso é impressionante,Shawn também toca,piano,violão e ele é um ótimo cantor.-disse Sr.Mendes.-Ele escreve musicas também.

-Pai!-Shawn chamou sua atenção discretamente e sorriu sem graça olhando para o prato.

Coloquei um pedaço de lasanha no meu prato e enquanto comia conversávamos sobre a orquestra.

-Você e Shawn poderiam trabalhar juntos o que acham?-nossos pais propõem e nós nos entreolhamos.

-Bem...por mim tudo bem.-Shawn diz e eu assenti também.

-Bem,Brooke,deu o azar de acordar apenas no final do jantar.-disse Sr.Mendes brincando.

-Ou a sorte...-sussurrou Shawn no meu ouvido e soltei uma risada.

-Mas precisamos ir,está ficando tarde e Shawn tem aula amanhã né,campeão?-ele bate nas costas dele e ele ri e confirma.-Foi um prazer conhecer vocês.-eles falam e meu pai e eu nos despedimos e logo em seguida meu pai fecha a porta e já começa recolher os pratos.

-Educados...-meu pai diz.-Sua mãe com certeza diria,o filha deles é uma graça! e riria como sempre.-o silêncio toma a sala.

-Deixa que eu te ajudo.-assinto e recolho os copos e talheres.

[...]

Shawn:
-A filha deles é tão boazinha e educada.-disse minha mãe que parecia animada ao saber que ela era inglesa.

-Ela deve dar trabalho pro pai.-meu pai disse e riu.

-Ela é linda,gente!O cabelo caramelado com os olhos verdes,esmeraldas.

-É,ela é linda...-eu digo e eles me olham e assim o assunto corta quando entramos em casa e vimos Aaliyah vendo TV apagada no sofá,com o balde de pipoca sobre ela.

-Hey,pônei,hora de dormir.-eu cutuco ela e ela se assusta e fala sonolenta.

-Como foi o jantar?-faço uma expressão de mais ou menos e ela ri

-Vem vou te levar pra cama.-pego ela no colo e ela começa a rir e se debater.

[...]

Assim que arrumamos a cozinha,fui direto pra minha cama,e fiz meus deveres,quando o barulho do notebook toca percebo que Anne está me ligando,e eu atendo.Eu percebo que ela
ligou sem querer já que não havia ninguém no quarto,e vi os fones largados em cima da mesa.

-Marry!-Anne grita e ela está chorando.

Marry entra dentro do quarto e solta um grito.

-Chama alguém,rápido!!!!!-Anne grita e está entre choros,eu tento gritar mas ninguém escuta,eu ligo pra Marry mas ela não atende,então eu tento Anne e ela está entre prantos.

-O que aconteceu??-pergunto nervosa.

-Cai...Caitlin...ela acabou de tomar todas as minhas pílulas,ela se matou!Ela se matou!-ela chora muito.

-Estou ligando para 911.

-Rápido!-anne grita.

-Hey.-falo ofegante no telefone com a mulher.-Minha amiga acabou de tomar várias pílulas e eu acho que ela está tendo uma overdose,eu preciso de uma ambulância.

-Se acalme,senhora,qual é a rua?

-É o instituto Cambridge em Londres.

-Estamos mandando uma ambulância.-e o telefone desliga.

-Eles estão mandando uma ambulância Anne,aguente firme!!-a ligação desliga e consigo escutar no fundo a ambulância chegando.Eu fecho o notebook.

Passo as mãos sobre minha cabeça e as lágrimas escorrem,como isso pode acontecer comigo?Eu não sei porque eu existo,eu não sei porque eu estou aqui,eu sou a teoria da morte,tudo que se aproxima de mim morre.

Run // Shawn MendesOnde histórias criam vida. Descubra agora