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❀ Brooke ❀

-Qual foi a última coisa que você lembra?-me irritava um pouco pelo seu jeito tão calmo de ser.

-Bem,acho que foi a noite na casa de Betty,quando chegamos.-seus olhos congelam e seu rosto ganha cor.

-Não acredito que vamos ter que ter essa conversa duas vezes...-ele murmura tão baixo com certa vergonha.

-O que?-me fiz de sonsa,óbvio.

-Nada...Bem depois que acordamos na manhã seguinte,descobrimos que Betty era um deles.-ele pronuncia e alguns flashes de algumas brigas invadem a minha cabeça mas nada a clareia.

-Que?Mas ela era tão doce!-disse com certa raiva no tom,talvez por ela ter me agradado.

-É,tão doce que queria te matar...-ele diz e o silêncio invade novamente.-Fugimos pra um motel em Miami.

-O MOTEL EXPLODIU?-as palavras de desespero escapam da minha boca.

-Não.Depois de uma discussão nossa você...foi dar uma volta no meio do nada e aí eles te acharam...Jogaram bombas dos carros...-sentia agonia dele no seu jeito.-Eu pensei que fosse te perder,sabia?-ele murmurou mas alto suficiente para que eu ouvisse.

-É mas você não vai.-minha mão viaja ao seu rosto e selo seus lábios nos meus separando com nossos sorrisos.

Sua mão ao viajar no meu rosto sente um toque de tecido e percebo que sua mão está enfaixada.

-Oh Shawn...-analisaras sua mão e logo reparava em outro machucados,como um corte acima da sobrancelha e seu anti-braço com alguns hematomas.-O que fizeram com você?-meus olhos marejam ao encarar tal situação.

-Vai tudo ficar bem,eu prometo.-seus olhos castanhos fitavam os meus e isso me aliviava.

-Afinal pra onde estamos indo?-perguntava fitando a estrada.

-Vamos pra Paris.-sua sobrancelha arqueia convencido.

-COMO ASSIM?-o pergunto confusa

-Paris,França,Brooke.-ele explica

-Não sou retardada,Shawn.O que vamos fazer lá?É...é muito longe de casa,Shawn.-estava assustada confesso,viajar sozinha era um trauma adquirido.

-Não é mais seguro pra você aqui...-ele explica enquanto não tirava os olhos da estrada.

-Mas...-tentava retrucar.

-Mas nada,Brooke!Eu quase te perdi,não quero correr esse risco de novo,nem que eu me perca no Japão!-ele parecia irritado mas com motivo,apenas estava a pensar na minha segurança.

O caminho até o aeroporto mais próximo foi longo e silencioso,assim que descemos do carro roubado.Um jatinho estava a nossa espera, e não quero imaginar de quem é ou como Shawn o conseguiu.

Pessoas de ternos nos esperavam na porta do mesmo a carregar as nossas malas,entrávamos no jatinho onde parecia ser do primeiro ministro ou algo do tipo.

Enquanto relaxávamos em cadeiras vizinhas podia sentir a tensão clara entre mim e Shawn.

-Um café preto,por favor.-ele pedia a adorável aeromoça que nos oferecera seus serviços.Ele não desgrudava seus olhos da janela.

O voo subia e a cada vez mais a mão de Shawn era atingida por um dos meus apertos de nervosismo.

-Medo de aviões?-ele reparava meu estado.-Não esperava.-ele confessa e solta uma risada.

-Pra sua informação,aviões são um dos meios de transporte mais perigosos do mundo...imbecil.-murmuro a característica mas foi em vão já que sua expressão representava alguém que tivesse ouvido tal característica.

-Me desculpa...medrosa.-teria feito o mesmo que eu.

-Afinal onde vamos ficar?Na casa de algum amigo seu de novo?-perguntei sarcástica.

-Sim.-ele confirma convincente a mim,olhar desafiador de quem procura uma briga estampava nos seus olhos.

-Ah legal,"Hey Brooke,vamos sair do país,pra se fuder em outro".-imitava a seu sotaque canadense puxado

-"Hey Shawn,sei que está largando tudo
por mim,só queria te agradecer!"-ele imitava meu sotaque britânico,podia sentir meu rosto ferver de raiva.

-Você é patético.-dizia me levantando e me dirigindo ao banheiro.

No caminho do mesmo pude escutar rangidos de uma TV no corredor das aeromoças.

Uma televisão pequena mostrava meu rosto enquanto as aeromoças tagarelavam.

-Ainda sem pistas da adolescente britânica,Brooke Juliet James de 17 anos agora no dia 15 de julho,a polícia ainda está à procura da garota que desapareceu há cinco dias no parque nacional da cidade de Vancouver.-uma pausa ocorre quando decido me esconder no banheiro.

Ao afundar minhas mãos no meu bolso consigo localizar um pequeno chip,um chip de celular.

Não penso duas vezes em conectar o mesmo ao meu telefone,apenas preciso avisar o meu pai que estava bem apesar de tudo.

O telefone liga e conecta ao encaixar o chip,trilhões de mensagens aparecem e disco o número da discagem rápida.

-Alo?-a voz rouca e entristecida na qual queria tanto ouvir ecoava.

-Pai?-fungava pela minha emoção.

-Querida?Onde você está?O que fizeram com você?-ele pergunta preocupado.

-Pai,eu sei...-uma longa pausa ecoou.-Eu sei sobre você, e sobre a sua vingança.-o telefone parecia mudo.-Eu apenas liguei para dizer que estou bem.-disse e desliguei.

As lágrimas quentes escorriam pelo meu rosto enquanto minhas costas escorregavam lentamente pela parede apertada do banheiro do avião.

Pensava a mim mesma o porquê de ter sido escolhida pra passar por tais coisas.

Tirava o chip e descarregava o mesmo no vácuo do avião.

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⏰ Última atualização: Jun 24, 2018 ⏰

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Run // Shawn MendesOnde histórias criam vida. Descubra agora