Capítulo 23

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Wow, mil leituras, nem acredito, vocês são incríveis, amores da minha vida. Adorava que continuassem a ler o meu livro e que fosse comentando, ajuda muito a motivar o processo de escrita.
Gostava muito que ouvissem a música, é uma das minhas favoritas do momento, tenho ouvido todos os dias, espero que gostem.


William narrando.

Já lá se vão três meses, três miseráveis meses desde que o Mike faleceu, apesar de se ter passado tanto tempo ainda parece que foi ontem, eu sei que não devia estar preso ao passado, tenho de encarar a realidade, ele nunca vai voltar para mim e eu tenho de seguir com a minha vida, hoje vai ser o dia em que eu vou largar a roupa escura pela primeira vez, até agora tenho vestido sempre roupa preta ou azul escura, exceto as calças que são de ganga. Eu não consigo mais me ver assim vestido, cada vez que eu olhava no espelho e me via envolvido naquela cor... bem, era inevitável não me lembrar dele, ele era o motivo pelo qual eu estava assim vestido, também parei de cuidar de mim. O meu cabelo estava a precisar de ser cortado, as minhas sobrancelhas estavam a precisar de ser arranjadas e a minha cara estava a precisar de alguma coisa para voltar a ter um aspeto saudável.

Decidi que hoje iria tirar o dia só para mim. Também era sábado por isso não iria faltar às aulas.

Desci as escadas, pedi o cartão do meu pai, peguei nas chaves do meu carro e dirigi para o salão mais luxuoso de Londres.

- Bom dia. - falei assim que entrei.

- William, seja muito bem vindo meu querido. - falou a cabeleireira que já me conhecia. - Então, qual vai ser o corte? - perguntou guiando-me a uma cadeira.

- O mesmo da última vez.

- Certo.

Ela lavou o meu cabelo, cortou e secou. Ficou muito melhor.

- As tuas sobrancelhas também estão a precisar de um toque.

- Eu sei.

- Nós contratámos uma esteticista nova, ela é a melhor no que faz, se quiseres ela tem uma vaga agora.

- Pode ser, mas só se as sobrancelhas ficarem simétricas.

- Achas que eu ia contratar gente incompetente, no meu salão só trabalham os melhores. Podes ir ao segundo andar, fica na primeira porta da esquerda.

- Ok. Também estou a precisar de alguma coisa que me revitalize a pele.

- Ela sabe o que fazer, podes ir.

Subi as escadas, arranjei as sobrancelhas e ela fez uma máscara de lama e algas. Posso afirmar que saí do salão com outro brilho.

O próximo passo seria mais difícil, teria de ir ao cemitério e finalmente dizer o meu último adeus. Eu iria sempre amá-lo, mas não posso viver agarrado ao passado, está na altura de andar em frente e quem sabe, arranjar um novo amor.

Entrei pelos portões do cemitério e fui até à sua campa. Ver a sua fotografia naquela pedra foi fatal, fez me lembrar de todos os bons momentos que passámos juntos, eu precisava de olhar para aquelas memórias como memórias boas e não como algo para me fazer chorar, e foi por isso que decidi escrever uma carta ontem, onde diz tudo o que eu sinto.

"Olá Mike, eu sei que provavelmente nunca vais ler esta carta mas eu prefiro pensar que sim, antes de mais quero dizer que te amo muito, foste e serás sempre a pessoa que eu irei levar no meu coração para o resto da vida mas a vida que eu levo não me está a fazer bem, já lá vão quatro meses desde que nos deixaste e eu não consigo parar de pensar em ti, eu não posso viver assim, preciso de seguir em frente, preciso de ser feliz, espero que me compreendas e me perdoes mas eu não posso viver agarrado ao passado, preciso de viver o presente e pensar no futuro, eu gostava muito que voltasses para mim mas sei bem que isso é impossível, talvez, se existir vida depois da morte nos possamos voltar a ver mas eu tenho de ser feliz agora, preciso de alguém que eu ame e que me ame, preciso de alguem que me proteja, tenho imenso medo que me possa acontecer alguma coisa... sabes do que estou a falar. Sabes que eu te amo muito, mas eu não posso viver assim, espero voltar a ver te um dia.

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