Recomendo a ouvirem a música que coloquei aqui em cima.
William narrando
Três dias depois chegou o dia do julgamento do Justin e como tal tinha de ir dar o meu testemunho.
Levantei-me cedo pela manhã e fiz toda a minha rotina matinal, vesti uma roupa mais formal e fui tomar o pequeno almoço. Nestes três dias não apareci na escola, não queria que olhassem para mim com pena, nem queria sequer que tocassem no assunto.
Não me sentia confortável ao lembrar-me do que aconteceu, foi como um pesadelo, pesadelo esse que eu não queria recordar mas seria uma cicatriz que eu iria levar para a vida toda e neste momento era uma ferida que não tinha cicatrizado.
Fomos ao tribunal e ao fim de algum tempo o Justin aparece acompanhado pelo seu pai e por 2 policiais.
Quando ele se tentou aproximar de mim o meu pai colocou-se à minha frente e pediu para que o segurassem.
Ele tinha um olhar completamente perdido, e ali eu pude perceber que eu não conheço aquela pessoa que se encontra à minha frente.
Levaram-no para dentro da sala onde iria decorrer o julgamento e o senhor Jack dirigiu-se a mim.
- Eu sinto muito pelo que aconteceu. O Justin não está bem, ele precisa de ajuda psicológica.
- Concordo.
- No outro dia chegou até a me dar medo, ele passou o dia todo enfiado no quarto a a chorar e a olhar para uma fotografia tua.
E assim que ele falou um arrepio subiu pela minha coluna, ele é completamente doente, onde é que eu me fui meter.
Entrámos na sala do julgamento e dei o meu depoimento e quando a sessão terminou ficou determinado que o Justin iria ficar 6 meses na prisão a receber acompanhamento psicológico.
Quando saímos de lá eu fiquei ainda um pouco a falar com o pai do Justin.
- Eu sinto muito, eu não queria que o Justin passasse por isto mas ele precisa de ajuda. - falei
- Sim, eu sei, apesar de ser meu filho eu não posso deixar que ele ande por aí feito louco a fazer mal às pessoas.
- Eu não faço ideia do que aconteceu, ele simplesmente surtou quando eu disse que havia outra pessoa na minha vida.
- Mas eu sei... - falou já contendo as lágrimas.
- Então?
- Quando ele foi fazer análises os médicos diagnosticaram uma grande quantidade de droga no seu organismo. Por isso é que ele foi preso e não internado num hospício. - ele falou desabando no choro e eu não pude conter as minhas lágrimas.
A culpa era minha, ele entrou no mundo das drogas porque eu não lhe dei uma segunda oportunidade, ele estava a seguir o mesmo caminho que a mãe, ou talvez ainda pior. Porquê?? Ele via o estado em que a mãe dele ficou e mesmo assim decidiu consumir drogas.
- A culpa é minha. - falei assumindo a culpa porque de certa parte
- Não, a culpa não é tua. Ele sabia no que se estava a meter, ele via como a mãe ficava e mesmo assim deciciu consumir.
- Se eu lhe tivesse dado uma segunda chance ele não ia fazer o que fez.
- Ele devia ter pensado duas vezes antes de se drogar, aqui ninguém teve culpa a não ser ele. Espero que ele se recupere rápido e que pense bem no que ele quer fazer da vida porque se ele voltar a fazer algo do género eu vou lhe bater até ele aprender a lição. Foi bom voltar a ver-te mas tenho de ir embora. A minha esposa está numa clínica à minha espera e temos muito que falar.
VOCÊ ESTÁ LENDO
O Nerd e o Popular
RomanceEu era... Bem, na verdade eu não era nada, não era ninguém, até que aquela criatura dos infernos apareceu na minha vida com aquele sorriso de molhar calcinhas, tudo não passou de uma mentira, eu vivi uma mentira e deixei-me levar pelos sentimentos q...