Capítulo 17

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Recomendo a ouvirem a música que coloquei aqui em cima.

William narrando

Três dias depois chegou o dia do julgamento do Justin e como tal tinha de ir dar o meu testemunho.

Levantei-me cedo pela manhã e fiz toda a minha rotina matinal, vesti uma roupa mais formal e fui tomar o pequeno almoço. Nestes três dias não apareci na escola, não queria que olhassem para mim com pena, nem queria sequer que tocassem no assunto.

Não me sentia confortável ao lembrar-me do que aconteceu, foi como um pesadelo, pesadelo esse que eu não queria recordar mas seria uma cicatriz que eu iria levar para a vida toda e neste momento era uma ferida que não tinha cicatrizado.

Fomos ao tribunal e ao fim de algum tempo o Justin aparece acompanhado pelo seu pai e por 2 policiais.

Quando ele se tentou aproximar de mim o meu pai colocou-se à minha frente e pediu para que o segurassem.

Ele tinha um olhar completamente perdido, e ali eu pude perceber que eu não conheço aquela pessoa que se encontra à minha frente.

Levaram-no para dentro da sala onde iria decorrer o julgamento e o senhor Jack dirigiu-se a mim.

- Eu sinto muito pelo que aconteceu. O Justin não está bem, ele precisa de ajuda psicológica.

- Concordo.

- No outro dia chegou até a me dar medo, ele passou o dia todo enfiado no quarto a  a chorar e a olhar para uma fotografia tua.

E assim que ele falou um arrepio subiu pela minha coluna, ele é completamente doente, onde é que eu me fui meter.

Entrámos na sala do julgamento e dei o meu depoimento e quando a sessão terminou ficou determinado que o Justin iria ficar 6 meses na prisão a receber acompanhamento psicológico.

Quando saímos de lá eu fiquei ainda um pouco a falar com o pai do Justin.

- Eu sinto muito, eu não queria que o Justin passasse por isto mas ele precisa de ajuda. - falei

- Sim, eu sei, apesar de ser meu filho eu não posso deixar que ele ande por aí feito louco a fazer mal às pessoas.

- Eu não faço ideia do que aconteceu, ele simplesmente surtou quando eu disse que havia outra pessoa na minha vida.

- Mas eu sei... - falou já contendo as lágrimas.

- Então?

- Quando ele foi fazer análises os médicos diagnosticaram uma grande quantidade de droga no seu organismo. Por isso é que ele foi preso e não internado num hospício. - ele falou desabando no choro e eu não pude conter as minhas lágrimas.

A culpa era minha, ele entrou no mundo das drogas porque eu não lhe dei uma segunda oportunidade, ele estava a seguir o mesmo caminho que a mãe, ou talvez ainda pior. Porquê?? Ele via o estado em que a mãe dele ficou e mesmo assim decidiu consumir drogas.

- A culpa é minha. - falei assumindo a culpa porque de certa parte

- Não, a culpa não é tua. Ele sabia no que se estava a meter, ele via como a mãe ficava e mesmo assim deciciu consumir.

- Se eu lhe tivesse dado uma segunda chance ele não ia fazer o que fez.

- Ele devia ter pensado duas vezes antes de se drogar, aqui ninguém teve culpa a não ser ele. Espero que ele se recupere rápido e que pense bem no que ele quer fazer da vida porque se ele voltar a fazer algo do género eu vou lhe bater até ele aprender a lição. Foi bom voltar a ver-te mas tenho de ir embora. A minha esposa está numa clínica à minha espera e temos muito que falar.

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