Fundo do poço

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Só pra ninguém ficar confuso... "X" nas mensagens é o Dolls, ok? De Xavier.

Bom capítulo para vocês!


-

Subi as escadas. Ouvi uma voz masculina dizendo "Sinto muito pelo o que aconteceu com sua irmã, Waves." Waves? Abri a porta. Champs.

Waverly estava de costas para a porta, anotando algo. Champs passava a mão direita em suas costas, ela tentava desviar enquanto escrevia.

- Só queria que a Nicole estivesse aqui... - Comentou Waverly ao desligar o celular.

- Mas EU estou aqui... - Disse Champs, se aproximando dela novamente.

- E vai sair antes que eu te prenda por desacato, certo? - Ele soltou um riso irônico curto.

- Ei, Waves. Depois a gente conversa sobre aquilo. -E saiu balançando a cabeça negativamente. Waverly correu em minha direção e começou a me bater nos braços.

- Como você pode fazer isso comigo, Nicole?

- Eeii. - Segurei os braços dela, os meus ainda doíam do treinamento.

- Você disse que não ia mais fazer isso! - Fez força para eu soltar os braços dela e andou para trás.

- E eu achei que eu não fosse voltar quando eu sai. - Deixei escapar.

- O que? - Ela deu mais dois passos para trás, como se não tivesse se equilibrando bem em seus próprios pés. Andei até ela.

- Mas eu voltei, quando eu vi suas mensagens eu vim correndo. Não sei como, mesmo que por um instante, pensei que pudesse te deixar. - Tentei encostar nela, mas ela me afastou.

- Não acho que você esteja pronta para um relacionamento comigo e com o que vem junto. Minha família, a cidade, é tudo um grande problema e não é a primeira vez que você foge. - Ela falava, mas não conseguia olhar em meus olhos.

- E não é a primeira vez que eu volto. - Segurei seu queixo para que ela olhasse para mim - Eu estou aqui, mas principalmente por mim. Se aquela coisa matou meu pai, eu quero ter o prazer de ver aquilo sendo morto e você livre de tudo isso. - Ela sorriu. - Mas primeiro a gente precisa tirar sua irmã da prisão, lidar com demônios e retornados ao mesmo tempo sem ela é como uma missão impossível.

- Nunca... nunca mais faça isso.

- E a próxima vez que você me bater eu te prendo por desacato.

- Ah, você vai me prender, oficial Haught... - Segurei os dois pulsos dela com uma mão acima de sua cabeça e segurei sua cintura com a outra. Deixei nossos rostos milimetros de distância. Ela tentou encostar a boca na minha, mas eu fui para trás. Ela não conseguia se movimentar muito bem devido os braços presos. Fiquei novamente alguns milímetros de distância de seus lábios, dessa vez ela não tentou me beijar, ficou me encarando e olhando minha boca. Engoliu seco. Tentou soltar os braços, mas não conseguiu. Sentia sua respiração se misturar com a minha. Dei um passo para trás. - Nicole... - Reclamou, inclinando o pescoço levemente para direita. Dei um passo à frente e soltei seus pulsos. Segurei sua nuca com uma mão e a cintura com a outra. Beijei seus lábios e bochecha e encostei a boca perto de seu ouvido.

- Eu vou lidar com o caos que é sua família por um bom tempo, Waverly Earp. - Waverly respirou fundo, mas não parecia muito aliviada. Eu só queria passar um tempo com ela e fingir que nada disso estava acontecendo. Ela me puxou para sentar na cama.

Crônicas de Ghost RiverOnde histórias criam vida. Descubra agora