Capítulo: 3

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        San Antônio tem nova bibliotecária...hora de irem devolver
Todos aqueles livros em atraso e conhecê-la pessoalmente.
E segundo ouvimos dizer, ela está a procura de uma casa
Será que veio pra ficar?

"Assuntos da Cidade."

       Dulce leu em voz alta a nota da coluna do jornal O Sentinela para a tia, enquanto ela a ajudava a desempacotar as caixas que trouxe em seu carro na viagem.

- Poxa!, o pessoal dessa coluna é realmente bem informado, como a senhora comentou. Aposto que amanhã sairá publicado que já encontrei a casa que procurava. Mas eles não tem coisa melhor pra fazer do que ficar especulando sobre a vida alheia?

Margarida não desviou os olhos da caixa repleta de livros que abria.

- Bem, não acontece muita coisa numa cidade deste tamanho e tudo é motivo para assunto. Sabe como é... - A tia então, fitou-a nos olhos. - Mas já que estamos falando nisso, vc veio mesmo pra ficar? - indagou, esperançosa.

- Esses são os meus planos. Pretendo me estabilizar, criar raizes...

- E quanto a construir uma familia? Afinal, vc já esta com quase trinta anos, querida, e...

- Na verdade tenho vinte cinco tia.

- Está perto o bastante. - Margarida deixou a caixa de lado temporariamente e levantou-se para pousar as mãos nos quadris largos. - Ora, pare de rir, estou falando sério aqui!

- Desculpe tia. - Mas Dulce não conseguia ocultar o largo sorriso.

- Sua amiga, Maite Perroni, já tem quatro filhas, e vc nem sequer se casou ainda.

- E onde está o poblema?

- Bem, agora que vc está formada e com sua carreira encaminhada, apenas acho que já é tempo de começar a pensar em casamento e filhos.

- Pensar a esse respeito é a única coisa que já tive a chance de fazer. Meus queridos irmãos praticamente nunca deixaram que eu tivesse um relacionamento. A senhora sabia que Aaron vivia levantando a ficha de quaisquer rapazes que demonstrassem o mínimo de interesse por mim e que Christian lhes solicitava que o acompanhassem até o distrito para tirarem impressões digitais? Sem mencionar que a visão de dois brutamontes uniformizados me ladeando quase o tempo todo, raivosos cães de guarda, nunca foi nada encorajadora para homem algum.

- Oh, que horror! Eles realmente faziam esse tipo de coisa?

- A senhora não faz ideia de como foi dificil viver com dois irmãos mais velhos. Nem mesmo quando cursei a faculdade e fiz minha pós-graduação pude sair de casa pra ir morar nos alojamentos do Câmpus. Eles me disseram que, uma vez que a  universidade ficava proxima, seria bem mais confortável para mim continuar morando em casa. - disse revirando os olhos. - posso dizer que nunca tive uma vida social. Uma vez  que um rapaz finalmente conseguia permissão para me levar pra passear eles nos seguiam em uma viatura. A maioria dos poucos rapazes com quem sai ficavam amendrontados  demais para me pedir um aperto de mão de boa -noite, quanto mais um beijo.

- Mas se vc quer se casar e ter filhos...

- Para ser franca, acho que ainda é muito cedo pra isso. E agora que me livrei daquele cerco fechado, quero desfrutar minha liberdade por algum tempo, minha independência. - disse soltando um longo suspiro. - Confesso que gostaria de conhecer alguém especial, me apaixonar perdidamente, mas... Não agora. Tudo ao seu tempo.

Meu Irresistivél VizinhoOnde histórias criam vida. Descubra agora