Capítulo : 17 - Final

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    Segurando a bolsa junto ao peito, Dulce respirou fundo e entrou na sede do jornal. Tinha de ser feito, aquilo não podia mas continuar. Refletindo a respeito, concluiu que único meio para Alfonso e o restante de San Antônio acreditarem nela seria se vissem sua opinião impressa em letras garrafais com os próprios olhos. Afinal, todos acreditavam na " Assuntos da Ciadade".
      Se ao menos ele tivesse dito que a amava aquilo não seria necessário. Se tivesse dito que não podia viver sem ela. Se a amasse exatamente como, era com suas pilhas de livros e tudo mais. E se ele não fosse um policial...
      Determinada, ela aproximou-se da recepção e tocou a campanhia sobre a bancada.

- Estou indo. - Disse Sr. Perez dos fundos do prédio. Ofegante, o editor chegou rápidamente a recepção. - Dulce que bom vê-la! Tem algum outro evento da biblioteca que quer que eu anuncie?

- Preciso que publique um anúncio pra mim, mas não esta relacionado a biblioteca.

- Oh, já sei é a data! - exclamou ele, entusiasmado. - Vc e Alfonso finalmente escolheram uma data! E eu sou o primeiro a saber a respeito. Que furo de reportagem! Podemos colocar uma foto de vcs dois logo ao lado do anúncio.

      Abrindo a bolsa, Dulce pegou o papel destacado de um bloco de anotações.

- Leia isto. É o que desejo que seja públicado amanhã. Com as maiores e mais grossas letras que poder fazer caber na página. Não quero que ninguém deixe de ler isso.

      O sr. Perez pegou o papel com ar ansioso e leu o que ela escreverá:

Dulce María Espinosa não vai se casar com Alfonso Herrera. Não mesmo!

       Ele lançou-lhe um olhar perplexo e leu, então, a frase em voz alta em um tom inquiridor.

- Isto é alguma brincadeira? Pois se for não é de muito bom gosto.

- Eu lhe direi o que não é de muito bom gosto. A sua coluna peturbadora, maldosa e patética chamada "Assuntos da Cidade" que o senhor tem o desplante de publicar nesse seu pasquim.

- Ora isso é uma ofensa.! - O sr. Perez cruzou os braços sobre o peito.

- Exatamente. Eu pretendi mesmo que fosse. Foi aquela coluna que me meteu nessa confusão pra inicio de conversa. Agora vai publicar o meu anúncio, ou não?

- Bem eu não deveria...

       Dulce estudou-o, dizendo a si mesma que felizmente, sabia lidar com tipos oportunistas como aquele.

- Eu lhe pagarei o triplo do preço normal.

- Sairá no jornal de amanhã.

  (...)

      Dulce María Espinosa vai se casar com Alfonso Herrera. Mesmo!

         Alfonso olhou mais uma vez para o anúncio. Só mesmo Dulce para surgir com uma maneira única de dizer "Sim". Ela era realmente especial.
      Ele colocava o jornal na mesa de canto ao lado de sua poltrona favorita quando o telefone tocou.

- Sim, aqui é Alfonso. Não, nós ainda não temos uma data marcada. Sim ela é esperta, respondendo ao meu pedido de casamento dessa maneira...

      Por volta do final da manhã, ele achou que deveria deixar o telefone fora do gancho. Mal acabava de encerrar uma ligação e o telefone tornava a tocar. Precisava conversar com Dulce obter dados especificos a fim de poder responder a todas as perguntas que as pessoas estavam fazendo. Bem queria vê-la por outros motivos também, mas seria bom saber quando se casariam.
       Com um sorriso no rosto ele adiantou-se até a casa dela, o anúncio de página inteira na mão. Bateu na porta e como não obteve resposta, girou a maçaneta. Estava trancada. Desde quando ela começou a trancar a porta?
        Ele tornou a bater.

Meu Irresistivél VizinhoOnde histórias criam vida. Descubra agora