Capítulo: 16 - Penúltimo

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       Com crescente irritação, Alfonso leu o mais recente mexerico da coluna. "Assuntos da Cidade".

          Pelo que soubemos, houve uma festa do pijama na casa da nossa bibliotecária ainda no domingo. Apenas um convidado compareceu...o chefe de policía. A questão é: quando esse honesto homem da lei fará dela uma mulher honesta?
Assuntos da Cidade.

- Quem a final escreve essas tolices?! - Amassando o jornal ele atirou-o na parede de seu escritório. - Zoraida, quem escreve isso?

- Há algo errado Alfonso? - perguntou ela da aréa de recepção.

- Vc viu O Sentinela de hoje? Como essas pessoas ousam dizer isso da Dul como se ela fosse uma qualquer!?

- Dezer o que? - Zoraida Gomez entrou no escritório.

- Que ela e eu... Que nós dois... Que nós... Fizemos uma festa do pijama. - Dizendo cada palavra entre os dentes, Alfonso enfim apanhou sua caneca de café pra tomar um gole.

    Zora reprimiu um sorriso.

- Bem, vcs fizeram uma?

     Pousando a caneca de volta a mesa com força, ele levantou.

- Mesmo que tivessemos feito, não seria da maldita conta de ninguém! Os mexeriqueiros difamadores dessa tal " Assuntos da Cidade"  foram longe demais agora. Arruinaram a reputação dela.

- Pois eu acho que a "Assuntos da Cidade" é muito bem escrita. E como o nome já indica, trata de assuntos de interesse da comunidade, divulgando eventos, contando novidades...

- Fazendo fofocas descabidas isso sim. - interrompeu-a Alfonso, exasperado. - Como pode achar...

          O telefone tocou.

- Herrera falando. - disse atendendo quase em um rosnado.

      Aquele foi apenas o primeiro de uma longa serie de telefonemas de cidadões de San Antônio e imediações querendo saber se ele e Dulce tinham feito realmente uma festa do pijama. Furioso e incredulo, Alfonso parou de atender e incumbir a secretária de dizer que não estava, a menos que fosse um assunto realmente importante.
        Ela não demorou a voltar ao escretório.

- Herrera todas as linhas estão ocupadas e as ligações são pra vc. Não está adiantando falar que não está. O que quer que eu faça?

        Ele ergueu uma sobrancelha.

- Desconecte as linhas telefônicas.

     Apertando os lábios, Zoraida soltou um suspiro.

- O que realmente quer que eu faça?

       Alfonso pensou por um minuto e então com um sorriso triunfante estalou os dedos.

- Ouça, diga a todos que Dulce María e eu estamos noivos. Isso deverá manter esse bando de curiosos longe do nosso encalço por algum tempo.

     Zoraida abriu um sorriso de orelha a orelha.

- Como quiser chefe.

Meu Irresistivél VizinhoOnde histórias criam vida. Descubra agora