Capítulo: 12

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    Bastaram poucos minutos para a policia prender o ladrão adolescente, mas para Dulce pareceu levar uma eternidade. Não havia se movido de seu canto no sofá de Alfonso. Esteva apavorada demais pra olhar pela janela, mesmo que as pernas tivessem conseguido carregá-la até lá.

- Viu? Morar perto de um policial tem suas vantagens. - Alfonso sentou-se a seu lado e a abraçou pelos ombros. - Morar com um é ainda melhor. - Sussurrou junto ao ouvido dela.

- Como pode gracejar depois do que acaba de acontecer?. - Dulce não conseguia parar de tremer. Seu corpo parecia alheio ao fato de que o perigo havia passado e que Alfonso estava a salvo.

- Ouça, não houve troca de tiros. - Disse ele massagiando as costas dela. - O ladrão foi preso. Ninguém se machucou. Exceto o pobre garoto que tropeçou nas pilhas de livros no chão da sua sala e torceu o tornozelo. Quando cheguei lá, encontrei-o mancando,  mais ele se rendeu e sentou-se na primeira cadeira, vendo que não teria a menor chance de escapar. - Ele a abraçou ainda mais. - Vc ainda treme feito uma vara-verde. Continua com medo?

- Tudo o que consigo pensar é que vc poderia ter se ferido. - Ela aninhou-se mais ao calor reconfortante daqueles braços, notando como ele pareceu satisfeito com seu comentário. - E por culpa minha. Não tenho me preocupado em verificar se a porta  está trancada desde que me mudei para cá.

- Bem vc também me deixou preocupado. - Ele ergueu-lhe o queixo, estandando-lhe o rosto e correu o dedo perto de um arranhão mas leve. - Aparecendo em minha porta apavorada daquele jeito e sangrando tanto.

- Foram apenas uns poucos arranhões que eu consegui quando usei minhas roseiras como pista de aterrissagem ao saltar pela janela.

- Há sangue demais para uns poucos arranhões.

        Ele ergueu-a nos braços, ignorando-lhe o protesto, e a carregou até o banheiro, sentando-a com gentileza na beirada da banheira.
       Depois de ter umedecido uma pequena toalha limpa, ergueu-lhe a barra da camisola longa e rasgada para examinar os machucados.
       Dulce baixou o olhar e viu por si mesma o quanto se feriu. Os arranhões nas pernas pareciam profundos e ambos os joelhos estavam esfolados. Os ferimentos doiam e pareciam estar por toda parte. Observando a camisola, deu-se conta pela primeira vez que estava rasgada em lugares reveladores. Cruzou os braços sobre o peito de imediato e juntou os joelhos.

- Relaxa. Samos ambos adultos aqui. - Ele abriu um largo sorriso. - Apenas estou limpando seus ferimentos para não infeccionar. Não vou atacá-la.

      Relaxar? Como ela poderia, sentindo-se tão vulneravél naquela camisola praticamente em farrapos e expondo-a tanto, e o homem de seus sonhos ajoelhado a sua frente, tratando-a como se fosse  uma preciosidade? Alguém com quem se importava. Alguém que amava.
         Ela queria alguém que a abraçasse, não que cuidasse de seus ferimentos. Era agora ou nunca.
        Fechando os olhos, atirou-se na direção dele, abraçando-o pelo pescoço. No instante seguinte, os dois estavam caindo, parando apenas quando Alfonso bateu a cabeça no vaso sanitário com um baque surdo. Ao passo que se deu conta que ele estava inconsciente ela lhe chamou:

- Alfonso? - Ela deu-lhe tapinhas no rosto. - Alfonso? Esta ferido?. - Não houve reação.

      Aquilo não parecia nada bom, pensou já correndo na direção do telefone pra fazer sua segunda ligação para a emergência
     Enquanto discava, notou sangue escorrendo por seus dedos. A possibilidade de que ele estivesse mortalmente ferido a deixou em pânico.

- Alô. Eu matei Chefe Herrera! - Gritou ao telefone. - Esta morto no chão de seu banheiro.

      A atendente manteve-a ao telefone, pedindo mais detalhes do assassinato.

Meu Irresistivél VizinhoOnde histórias criam vida. Descubra agora