Capítulo XIV

60 4 9
                                    


-Bem vindos ao Palácio de Derbyshire, sede de nosso governo aqui em Montfort, e agora a casa de vocês, que espero ser nomeada assim por muitos e muitos anos daqui para frente- Enquanto meu avô nos mostrava os arredores do Palácio, que era lindo por sinal, não parava de pensar o quanto as coisas tinham mudado, não para mim e minha família, disso eu já estava consciente, mas e o resto do mundo? Se pra mim que vivi tudo isso, que estava no olho do furacão é dificil imagina para quem estava de fora, quem estava fora de Norta, como vão explicar tudo que aconteceu para seus filhos, e como eles vão explicar para as próximas gerações? Será que eles vão ser fies aos fatos ou vão contar a história mais trágica, mais bela, ou a que rende mais assunto? Só espero que tudo que fiz não venha ser dito no futuro como "o erro que nos condenou" tenho medo de que toda essa guerra e intrigas apenas tragam mais soberania de prateados ou vermelhos ou pior ainda a soberania dos recém conhecidos Rubros. Espero que nós não sejamos os novos prateados a se levantar em cima da cabeça das pessoas.

-Mare!- Ouço uma voz entusiasmada atras de mim, olho para trás e vejo meu primo Andrew e seu "amigo" Filipe- Estava te chamando a horas, onde está sua cabeça Mare, está apreciando a grandiosidade disso aqui? 

-Exatamente, estava pensando se isto foi construído por prateados que depois que caíram vieram trabalhar como escravos para os nobres vermelhos- Digo, meu avo pode parecer muito bom conosco que somos da família, mas pelo que o próprio Andrew disse sobre não contar à ele  sobre Filipe, posso imaginar que ele prefere manter as aparências de tradicionalismo por mais que tente ser um imperador liberal- Mas acho que não era sobre isso que você queria falar comigo, era?

-Com certeza não, mas já que tocou no assunto, isso foi construído por trabalhadores assalariados, a maioria vermelhos, pois eram os únicos que sabiam e vieram procurar emprego, e os prateados que trabalharam aqui, foram por que tinham estudo o suficiente para saber engenharia, antes que se revolte com a questão do estudo, hoje em dia temos taxas de 100% de educação básica para vermelhos, prateados e rubros- Andrew diz me encarando sério, mas tinha uma sombra de divertimento em mostrar que eu estava errada.

-Eu não ia falar nada sobre educação, já que pra mim ir pra escola significava ir para uma trincheira também, mas o que é trabalho assalariado? Outro tipo de escravidão?- Pergunto, nunca tinha ouvido isto, nem para prateados onde tudo que era bom ia para eles, ou seja, ser aquilo não deve ser bom.

- Isso não existe em Norta?- Aceno que não, Andrew fica realmente serio agora- Isso é uma questão para exigir de Norta antes de aceita-los no Império e educação básica igual para todos também- Ele começa a divagar pra longe esquecendo da minha pergunta, quando a faço de novo ele responde de forma simples- Trabalho assalariado é quando o trabalhador recebe uma quantia justa em dinheiro pelo serviço prestado, além disso ele tem direitos, como por exemplo , ele se machucar no trabalho, nós o governo evemos pagar uma pensão para ele se manter até voltar a trabalhar e quem o contratou tem que garantir outros direitos para o trabalhados. Esta regra é bem extensa, mas muito importante.

-Você é assalariado?- Olho para ele, pois isso agora está me parecendo uma coisa muito boa.

-Não, nós do império não temos um salario, pois isso traria muitas controversas, pois tem quem gostaria de receber de acordo ao cargo e agora imagina quanto o Imperador receberia? Seria algo muito injusto para o resto dos cidadãos, nós temos acordos, temos um fundo de lucros, onde após se distribuir o dinheiro para os serviços públicos do Império e deixar outra parte para o Fundo Monetário, o que sobrar podemos gastar para bem próprio, porem não consigo imaginar como gastaríamos todo o dinheiro que nos sobra então guardamos ou doamos para ONGS.

-Caramba, acho que não devia ter entrado nessa, eu nunca vou aprender todas essas regras, como posso governar...- Começo a ver que fui imprudente aceitando isso, achando que conseguiria apenas por que disseram que eu podia.

The transcendent RayOnde histórias criam vida. Descubra agora