Capítulo XXXI

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Em todos os noticiários não se falava em outra coisa se não no casamento (ou melhor, na falta dele) desastroso entre Cal e Evangeline.

Na verdade eu desconfio que eles estão usando isso para encobrir o desaparecimento de Maven, por quanto tempo eles conseguiriam esconder? Eu não sei, mas tenho certeza que logo o povo de Norta vai cobrar seu julgamento. 

Faz dois dias desde que fugimos de Montfort. 

Não tínhamos a minima ideia para onde ir. O plano inicial era, interrogar Maven, pegar o veiculo e voltar para Sunshine Town, lá entraríamos em contato com meu avô e agiríamos de verdade, prenderíamos todos os culpados pelas guerras e revoltas por poder, onde todo o povo sem saber acabava carregando o fardo. 

Mas como se o destino nos pregasse uma peça, Maven quando me viu decidiu que estava correndo perigo e que devia sair de lá a todos custo, e nos obrigou a leva-lo de -la, não para sua salvação, mas para a minha.

Irônico não? Ele foi quem mais me machucou em toda minha vida e agora vem se preocupar com minha segurança.

Em todo caso, a gente fez o que ele ordenou, por que depois de tudo que já havíamos feito não deixaria meu orgulho colocar tudo abaixo.

Agora estamos num galpão perto de Montfort ainda, Não temos para onde ir, já que não temos provas alguma para para apresentar precisamos de mais tempo e, se voltarmos a Sunshine vão nos procurar, por que eu tenho certeza que o imperador pensa que nós estamos envolvidos nisso. E ele está certo.

-Ta então você aceitou fingir estar morta para ajudar numa causa maluca para um avô que você mal conhece?- Kilorn pergunta indignado para mim. Fazia quase uma hora que ele estava soltando os cachorros em cima de mim.

-É. Foi mais ou menos isso Kilorn. Mas, não é uma causa maluca. Quando eu aceitei, eu sabia onde estava me metendo, não fui obrigada nada. Me contaram sobre o que algumas famílias de dentro do império e até mesmo de fora, como no caso das famílias de Lakeland, iriam fazer. Eles iriam aproveitar o momento vulnerável onde todos se encontravam e atacariam o império- Kilorn franze o rosto para mim, como se dissesse "E você com isso?"- Você por acaso já percebeu como as pessoas vivem aqui? As crianças nem sabem o que é uma guerra, eles não passam fome ou precisam lutar todos os dias para conseguir sobreviver. Diferente do que eu, você e Cameron passamos nossa vida toda. E se eu podia fazer alguma coisa para que não fossemos invadidos e isso não acontecesse eu faria! E eu sei que você tambem faria Kilorn então, não venha me repreender por uma decisão que no fundo foi a mais acertada.

-Realmente, esses dias uma criança me perguntou como eu sabia arrumar as maquinas da cozinha. Eu sempre fiz aquilo e odiava. Odiava com todas as minhas forças me enfiar dentro daquelas maquinas para arrumar peças desconjuntas e quebradas, morrendo de medo da maquina voltar a funcionar e me esmagar- Cameron para de falar com uma expressão de puro terror no rosto-Não ia querer ninguém fazendo o mesmo, não iria querer ver outras crianças segurando aquelas ferramentas. E se aqui alguém fosse tentar fazer o mesmo eu iria até o fim para não deixar.

-Olha, se a Cameron está concordando comigo não sei qual o seu problema Warren- Digo sorrindo para os dois. Kilorn apos um momento joga os braços para cima e bufa sentando-se num saco ao lado de Cameron. Ela me lança um olhar brincalhão e então pergunta:


-E agora, o que fazemos? - Pergunta Cameron.

Olho para Tyton e Andrew que retribuem meu olhar e se viram para Maven. Como eu, eles queriam logo interroga-lo para acabar logo com isso.

-Agora, precisamos achar uma forma de fazer vocês voltarem para a rota de vocês, pois juntos, só nos atrasarão, pois já que diferente de nós, estão fugindo de tudo e todos e não podem voltar a hora que quiserem- Andrew diz.

The transcendent RayOnde histórias criam vida. Descubra agora