Capítulo XXI

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(PARA QUEM JÁ TINHA LIDO ESTE CAP. DEEM UMA OLHADINHA PRO FINAL, ACRESCENTEI UMA COISINHA)

-Ei, mocinha, andou brincando de artista?- Escuto Lou falando para mim assim que entro na lojinha de artesanato.

-Hm...? Brincando de que?- Ela aponta para minhas mãos que ainda estavam com tinta- Ah não, quis dar uma renovada na casa, pintei as paredes. Apenas isso.

-Já está parecendo uma verdadeira cidadã de Sunshinetown!- A senhora fala alto, provavelmente não escutava bem por causa da idade.

Sempre que me perguntava alguma coisa ela gritava,  mesmo estando ao meu lado. Uma vez eu estava limpando as caixas de lã em baixo do balcão feito de carvalho e ela pediu aos gritos para alcançar uma caixa de papelão, levei um susto e quando fui me erguer bati a cabeça na quina do balcão, o que me rendeu uma dor de cabeça que passou apenas quando fui dormir.

A semana passava tranquilamente, Louisa apesar da idade era uma senhora muito animada, adorava conversar e as vezes me fazia algumas perguntas, onde eu precisava pensar antes de responder. Ela me apresentou não apenas a loja, mas as pessoas da cidadezinha. Toda pessoa que ela se lembrava ou que via passar na rua Lou comentava se era casado, solteiro, viúvo; quem tinha morado a vida toda ali, ou se veio atras de algo (o que normalmente era a minoria); Quem era confiável, quem não era; a melhor doceira da cidade ou que eu sempre deveria confirmar se o preço do peixe  estava certo, por que o vendedor era um malandro de primeira, como ela dizia.

Tyton ligava toda tarde apos meu expediente, perguntava coisas banais, como por exemplo, se o trabalho ia bem, se tinha me acostumado. Ou então me contava coisas sobre minha família, eles ainda não tinham se recuperado da minha "morte". E quando tentaram barrar Cal de descobrir quem me "envenenou", ele contou suas desconfianças para meus pais e irmãos e amigos, agora meu pai está todo dia procurando saber as coisas com meu avô  meus irmãos, Cameron, Kilorn e Farley estão ajudando Cal a procurar , até Rafe e Ella estão procurando informações por dentro do governo. E Gisa a unica deles que sabe a verdade está se vendo louca para plantar falsas provas e pistas, como Tyton disse ela está agindo tão bem quanto uma espiã treinada para saber o que eles procuram e tira-los do caminho certo. Sinto falta deles, porem sei que é necessário mentir e me manter afastada. 

O que me irrita é que Tyton não me diz qual será a próxima ação, estava desconfiada que eles apenas iriam me isolar de tudo, e não me deixariam fazer mais nada. Porem há alguns dias Coriane me ligou e assegurou que a minha parte seria uma das mais fundamentais (não que quisesse isso, pois também significa que se errar tudo vai por água a baixo) e pelo menos nela eu ainda confio.

E neste ritmo, se passou um mês. Um mês inteiro em que eu agora, Emma Jones, trabalhava, conversava não só com Lou, mas com alguns amigos que fiz, fazia compras, conversava com Gisa, Coriane e Tyton, este as vezes me visitava, e numa dessas visitas ele veio com a ideia que provavelmente me faria rir pelos próximos dez anos.

-Você deveria ser comediante! Eu e festa, não funcionamos. Eu odeio barulho alto, pessoas falando e, não sei dançar esses ritmos daqui. E também não tenho vontade alguma de aprender- Digo na tarde em que Tyton passou tentando me convencer a ir ao sarau que haveria na pequena praça da cidade, Lou já havia me dito, mas nem tinha pensado na possibilidade.

-O que tem? Você precisa se misturar com as pessoas da cidade, qual a melhor forma do que numa festa?-Tyton continua insistindo.

-Eu já moro aqui, como vou me enturmar mais?- Digo sentada á mesa, irredutível.

-Indo a festa!- Ele diz, erguendo as mãos na altura dos ombros.

- Eu não quero ir, Tyton, só conheço de verdade Louisa, e dai vou ficar a noite toda falando de artesanato e da vida dos outros?- Olho incrédula para ele, pelos meus raios, por que isso agora?

The transcendent RayOnde histórias criam vida. Descubra agora