Capítulo XXX

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P. V. MAVEN

Estou amontoado em minha cela enquanto observo o entendimento caindo sobre meu irmão, e os dois vermelhos ao seu lado. Um deles eu reconhecia como o garçom do baile em que a guarda matou os nobres prateados, há tanto tempo atrás.

Diferente do que eles imaginam, minha mente está muito sana. Sei tudo o que fiz, e porque fiz.
Tentam dizer que minha mãe me fez. Ela não foi das melhores mães, mas ela me fez forte, inteligente, ela me fez um governante. E não um monstro como eles tanto afirmam que sou.
O meu maior erro for ter me deixado levar pela Barrow e seus ideias de justiça e amor.
Amor.
Não.
Existe.

O que existe são as alianças por poder, as estratégias conjuntas para chegarmos aonde queremos. Amor é algo que nos deixa fraco.
Eu amei um vermelho numa trincheira certa vez. E isso me quebrou.
Eu amei uma vermelha que se passava por prateada. E ela me destruiu.

Tudo que fazemos é parte de um jogo. E nesse jogo. Amar é proibido.
Ganhar é a regra.


Menos quando se trata dela.

Tudo acontece rapidamente.

Eu tinha ficado de pé, um pouco atrás de Mare, que agora estava de frente para o trio. A garota que estava com meu irmão tinha soltado um barulho que lembrava uma cadela uivando. Mas ao se recuperar ela avançava para cima de Mare.

Sem pensar me coloquei entre as duas. A garota parou a centímetros de mim, ela recuou e olhou furiosa de mim para Mare.

-Saia da frente prateado- Ela diz rangendo os dentes.

-Não- Digo. E com o pouco de força que ainda tenho acendo uma chama para afasta-la ainda mais de Mare. Começo a avançar para eles quando ouço a voz da Mare.

-Maven- Ela me chama sem emoção ou afeto algum na voz- Nós concordamos em leva-lo daqui se não causasse problema nenhum. Vá para o fundo. Andrew vá com ele e cuide para que não faça nada brusco.

-Ela vai te atacar- Explodo, eu estava a protegendo. Eu me viro repentinamente para ela. Ao invés de dar um passo para trás ela se aproxima e olha diretamente para mim quando diz.

-O único que já me atacou aqui é você, Maven, então se precisar de alguém para me proteger. Você, seria a última pessoa a ser escolhida para isso- Ela faz uma pausa- E agora faça o que eu disse. Vá para o fundo e fique lá. Ou deixaremos você morrer aqui, pode dizer o quanto quiser que estivemos aqui. Ninguém vai acreditar.

-O que fizeram com você? -Esta não é a Mare que eu conhecia. A Mare que perdia o controle e falava sem pensar não estava mais ali. Esta versão era fria, distante, vingativa e cruel- você era melhor que isso.

-Quando convivemos com monstros, podemos não nos transformar em um, mas algo sempre se perde- Ela diz, consigo vislumbrar mágoa no seu olhar. E de novo ela consegue tocar algo que eu achava não ter a muito tempo.

Como ela mandou vou para perto da minha cela novamente, seu primo, Andrew me acompanha. Quando me volto para eles percebo que a vermelha se aproxima de Mare de novo, me seguro para não ir lá e tira - lá de perto da Mare. Mas ela não a ataca, ela a abraça, murmura alguma coisa e as duas riem fraco.

Depois o outro vermelho de aproxima e também a abraça, quase a ergue do chão e ela tambem o envolve de forma protetora.
Fico desconfortável ao perceber a forma como ela havia me tratado e como tratava eles. Para ela eu posso ser um monstro, mas sempre tentei fazer com que ela me notasse que direciona - se aquela atenção dela para mim, não importava como.
Depois que ela se separa do vermelho, ela olha para meu irmão. E de novo algo se aperta em mim, e se ela o abraçasse? O beijasse? Eu vi os dois juntos, mas eles tinham separado e, ele ia casar! Não sei nem o que estava fazendo ali.
Ela não o abraça. Cal tinha se aproximado dela, porém mesmo de longe percebi o olhar frio que Mare lançou a ele. Ela apenas acenou com a cabeça e se virou para o homem alto ao seu lado.

-Tyton, veja se o caminho está limpo- O homem apenas acena e sobe as escadarias.
Ele leva alguns minutos para voltar. Em todo esse tempo ninguém fala. Quando volta, Tyton se reporta direto para ela.

-Está limpo, podemos ir- Tyton fala.

-Tyton, vá na frente pegue o veículo e traga o mais perto possível- Ele sai em disparada pela porta assim que Mare fala- Andrew você vai com Maven entrem na traseira do carro e o esconda.

-Bom vou poder usar meus truques pelo menos- Ele fala.

-Truques? Que truques?- Pergunto a ele quando começa a me guiar pelo corredor.

-Eu sou um ilusionista,um dos bons modéstia a parte- Ele diz, sorrindo na direção da Mare que da um breve sorriso.

-Espero que seja mesmo primo, por que eu preciso continuar morta- Mare diz se virando para quem ficou para tras- Eu sigo na reta guarda, podem ir. E vocês, tem algum veículo ou irão direto conosco?

Ninguém responde por um tempo. Não era só eu que estava chocado com a liderança de Mare, pelo jeito.

-Nós temos um veiculo- Diz Kilorn- Viemos pega-lo também.

-Aqui?- Ela pergunta.

-Sim há dois carros oficiais que foram modificados para podermos fugir- O vermelho responde.

-Sim há dois carros mais um esta para nós e o outro saiu um pouco antes de vocês chegarem- Ela responde.

-Como assim? Coriane havia nos garantido que teria um para nós- Cameron fala.

-Claro que disse-Mare olha em nossa direção e alguma coisa se passa entre ela e o homem a minha frente, então ela volta a falar- Não avisamos Coriane sobre o que iríamos fazer, eles deixaram um carro para Evangeline, ela saiu há pouco tempo, e nós aproveitariamos e fugiriamos no outro. Mas ela deve ter pensado que ninguém usaria este veículo e os deu para vocês fugirem.

-Calma. Para Evangeline? Por que ela queria um carro?- Meu irmão pergunta, abrindo a boca pela primeira vez.

-Você não foi o primeiro a querer se livrar do casamento Tiberias- Mare diz e me sinto aliviado com a forma como se dirige a ele-  O carro é grande o suficiente para todos nós. Andrew, coloque Maven no porta-malas. 

-O que?- Me viro encarando Mare.

-Você quer sair daqui ou não?-Ela olha pra mim.

Não respondo nada e só sigo com Andrew para fora. Tyton já estava com o carro na porta, eles abrem o porta malas e me colocam lá dentro. Não é tão pequeno, mas a forma brusca como me colocam lá machuca, vejo um sorriso de contentação no rosto de alguns deles. Os únicos que continuavam sérios era meu irmão e Mare. Quando olho para ela percebo que está diferente, agora na luz do dia conseguia ver que não estava desnutrida e com a pele pálida igual quando estava como minha prisioneira. Ela havia encorpado, estava com o rosto vivido e ose  olhos brilhantes. Ela tinha cortado o cabelo e tinha o pintado de roxo, como se fosse pequenos raios saindo da cabeça. Ela era linda. E não era minha.

Nossos olhos se encontram um pouco antes de fecharem a porta,  e pouco depois começamos a nos movimentar.  Passo as próximas horas pensado em tudo que fiz com ela no Palácio, aquilo era certo. Tudo que fiz foi certo, não foi? Eu pude ter feito coisas horríveis, mas foi tudo. Tudo, por um bem maior.

Não foi?



NOTAS DO AUTOR

OLAA

Capítulo entregue!

Esse foi mais curtinho pois queria só encerrar está fuga, mas queria que Maven aparecesse.

Ainda não construí uma narração original para ele, Maven é complexo, e escrever como ele pensaria é complicado. E por isso os pv dele serão um pouco menores.

Espero que gostem!!

Mas é isso pessoal.
Até o próximo capítulo e...

TCHAU!





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