TRÊS | Emoções à flor da pele (Parte 2)

9.7K 1K 67
                                    


Nós ficamos conversando por mais um tempo e então decidimos ir embora. Já estava na hora do almoço, e eu ainda precisava preparar algo para mim. Chegamos perto da minha casa e paramos.

— Então... apesar do que aconteceu, foi bom passar o tempo lá no rio. Obrigado por ir com a gente. — Will disse, estirando sua mão para um aperto. Retribui.

— Ah... eu que agradeço. Eu gostei muito de ter conhecido um pouco da história de vocês. — Eles sorriram.

— Até mais, Kaio. — Falou David. Nós apertamos nossas mãos também. — Se você quiser vir com a gente para a pousada... — Ir com eles? Até que não seria algo ruim.

— É, vem com a gente! Vai ser legal! — Will incentivou a proposta. Mas eu precisava fazer as coisas em casa.

— Obrigado, pessoal, mas eu tenho que fazer umas coisas aqui... — Eu até queria ir, e quem sabe conhecer o tal irmão do David. Hum... lá vem aquela curiosidade de novo.

— Tudo bem, então. Aparece lá mais tarde! — David disse, por fim.

— Até mais, boy! — Dessa vez foi Will que se despediu, e após isso eles saíram. Eu sorri vendo-os partir. Será que fiz novos amigos? Tomara que sim.

Ia entrando em casa quando a dona Fátima me chamou para ir na casa dela. Assim que o fiz, ela logo me fez algumas perguntas sobre os garotos e eu respondi o necessário. Depois me ofereceu almoço. Eu teria recusado se já não estivesse com fome. Trinta minutos mais tarde eu saí da casa dela e fui para a minha.

Meu relógio de pulso, daqueles pretos bem simples mesmo, marcava 12h10. Eu teria ainda que fazer comida para o Germano. Não sou empregado de ninguém, mas se eu não fizesse, não sei o que poderia acontecer. Ou talvez eu saiba, sim.

— Onde você estava? — Fui surpreendido com ele sentado numa cadeira assim que entrei.

— Eu... estava dando uma volta. — Percebi pelo seu tom que ele não estava tão bêbado. Mas havia bebido, sim.

— Uma volta? Com quem? — Como assim "com quem"? Ele nunca se importou com isso.

— Eu fui sozinho. — Não queria envolver os meninos nisso. — Como sempre.

— Mentiroso! — Ele avançou para cima de mim. Eu recuei um pouco assustado. — Me disseram que você estava no rio com dois homens!

— Quem disse? — Obviamente foi algum "companheiro de garrafa" dele. Ele não respondeu. Pelo contrário, comentou algo que me deixou chocado.

— Você estava servindo de putinha para eles, era?! Me falaram que são duas bichas! — Ele falou com ironia, senti um bafo de cachaça em meu rosto. Que porra ele estava dizendo? E como pôde falar isso? Algo subiu pelo meu corpo, um esquentamento misturado com raiva, e a minha reação foi instantânea: dei um soco no rosto dele.

— Não fale assim comigo! — Esbravejei. Mas talvez eu tenha reagido de maneira errada. Ele passou a mão no canto da boca.

— Seu moleque! — Pegou forte em meu braço, me empurrando contra parede. Estava doendo e eu já o encarava com lágrimas nos olhos. — Nunca mais faça isso! — E então levantou a outra mão, me dando um tapa em uma das faces. — Eu sou o seu pai, entendeu?! Você me deve respeito! — Fiquei calado e ele me soltou. Passei a mão no meu rosto, que estava ardendo um pouco. — Agora vá fazer algo para eu comer!

— Não... — Automaticamente o respondi. Eu ia fazer a comida antes, sim, mas agora meu orgulho falou mais alto. Ele não pode me tratar dessa forma.

— O que disse, moleque? — Ele me encarava com um olhar penetrante. Eu não iria me intimidar e, então, repeti, só que agora eu estava mais seguro:

Meu Dono Irresistível (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora