QUATRO | Cuidados do corpo e do coração

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Acordei com um incômodo na garganta. Não me levantei da cama. Eu estava me sentindo um pouco sem ânimo, meus olhos ardiam e eu sentia frio. Escutei a porta bater. Esperava que o Germano estivesse em casa a essa hora e pudesse ir abrir, mas pensei errado, ele já havia saído para seu "trabalho". Novamente, mais batidas na porta, mas desta vez foram acompanhadas por uma voz feminina.

— Kaio, sou eu, Fátima! — Ouvi sua voz um pouco distante.

— Pode... entrar. — Eu disse com dificuldade, sabendo que a porta estava destrancada. Segundos depois ela apareceu no meu quarto.

— Oi, querido, como você está? — Dona Fátima perguntou. Ela segurava algo em suas mãos. — Fiz um bolo e lhe trouxe um pedaço.

— Eu... não sei... estou um pouco com frio. — Nem sequer havia tirado o cobertor de cima de mim. Acho que eu estava doente. — E... obrigado pelo bolo. — Respondi, mas não estava com apetite algum.

— Frio? — Ela veio até mim e colocou a costa de sua mão esquerda na minha testa. — Meu Deus! Você está queimando em febre. — Ela ajeitou melhor meu cobertor. Febre? Talvez tenha sido por causa da chuva ontem. Espirrei algumas vezes depois que voltei para casa... Que ótimo. — Nós não temos médico aqui, teríamos que ir à cidade, e talvez não seja bom para você nesse estado, já que é longe demais! Mas vou tentar fazer com que sua temperatura baixe. — Ela saiu apressada. Só escutei a porta bater. Minutos depois, dona Fátima apareceu trazendo uma bacia com água e um frasco que acredito ser algum tipo de remédio. Ela colocou a bacia em cima de uma mesinha ao lado da minha cama e molhou um pano com a água, em seguida colocou na minha testa. Senti como se fosse uma pedra de gelo, mexi um pouco a cabeça.

— Calma, isso vai ajudar a diminuir a temperatura. — Ela disse e em seguida pegou o frasco. — Eu vou te dar esse comprimido e fazer uma sopa com legumes pra você. — Ela me deu o remédio e um copo com água. — Por enquanto, tente dormir um pouco... volto já!

— Tudo bem. — Eu disse, ainda sentindo o gosto horrível do comprimido. Ela saiu.

POR FÁTIMA

Depois que dei o remédio ao Kaio, voltei para minha casa e comecei a preparar uma sopa bem reforçada para ele, que com certeza vai deixá-lo melhor. Coitado. Tenho tanta pena dele. É um menino tão bom, doce, simpático e um verdadeiro guerreiro, pois aguentar a convivência com um homem como o Germano tem que ser forte mesmo. Mas ele faz isso por não ter outra opção. Caso contrário, já teria ido embora, creio eu. Se eu pudesse o ajudaria mais ainda, mas não tenho tanta condição assim.

A Sopa já estava quase pronta, só faltava um ingrediente especial, o alho, se for um começo de resfriado o que ele tem, é melhor cortar logo cedo. Pronto. Deixei cozinhar por mais um minuto e retirei do fogo. Coloquei dentro de um prato fundo e levei para Kaio. Ele estava dormindo, mas decidi acordá-lo para tomar a sopa ainda quente.

— Quer que eu o ajude comer? — Perguntei.

— Não precisa, dona Fátima. Obrigado. — Ele respondeu com a voz um pouco fraca.

— Tudo bem, querido. — Eu entreguei para ele, com um pano sob o prato para não queimá-lo. — Quando você terminar volte a dormir. Mais tarde, se a febre baixar, eu te darei mais um comprimido. Mas se você ainda estiver quente, arrumarei um jeito de levá-lo ao hospital na cidade, pelo menos vai estar melhor. — Ele gesticulou a cabeça positivamente, e começou a tomar a sopa. Eu saí para não deixá-lo constrangido se eu ficasse observando-o enquanto comia.

Fiz algumas coisas em casa e voltei para vê-lo. Ele fez o que eu disse e dormiu. Peguei o prato na mesinha e o olhei mais uma vez. Novamente me veio um sentimento de pena e de imediato meus olhos se marejaram.

Meu Dono Irresistível (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora