Capítulo 40 - Amor e ódio

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THEO

      Desde o momento que eu vi os dois entrando juntos no restaurante, minha meta era confrontá-la. A última vez que a vi foi naquele dia na boate, o pior dia da minha vida quando ela arrancou meu coração. Claro que eu tenho acesso a tudo que acontece na cidade e soube por Edgar da parceria entre a empresa de Bela e a Philips, mas nunca imaginei que fossem tão íntimos, ou bons amigos como Andersen disse.

      Ela está linda, ainda mais se possível. Altiva, os cabelos longos caindo nas costas, as roupas desenhadas no corpo definido, os seios pequenos e redondos que sinto falta. Só de pensar meu corpo reage e sinto raiva de mim mesmo por ainda querer essa mulher. Olho disfarçadamente pra ela enquanto senta entre Andersen e eu, Silvia senta do outro lado claramente incomodada com a presença deles. Quando a convidei pra jantar hoje, tinha as intenções claras de ter apenas um caso, o primeiro desde que terminei com Bela. 

      Sílvia é filha de um dos meus gerentes e ficou atrás de mim por semanas desde que soube que eu estou solteiro. Num momento de imprudência a convidei pra sair e me arrependi desde o momento que entrou no meu carro, porque é fútil demais, imatura e interesseira. Dez minutos de conversa e me perguntou quando a levaria para conhecer minha mansão como ela citou. Agora me vejo numa sinuca de bico e preciso sobreviver ao jantar sem perder o pouco de bom senso que recuperei nos últimos dois meses.

- Então Theo, me conte o que anda aprontando. Sílvia e vocês namoram há muito tempo? - Andersen me tira do meu devaneio, sempre agradável, mas no momento nem um pouco bem-vindo. Sílvia abre um enorme sorriso branco e reviro os olhos. Sinto o olhar de Bela em nós e por mais que queira me vingar dela agora, não consigo. É como se não fosse certo.

- Sílvia é apenas uma amiga nova, assim como Bela e você. - Enfatizo porque quero descobrir se eles são mesmo apenas amigos. Sei que ela não namorou aquele Victor da boate, forcei Marcus a me contar. - É filha do meu gerente de compras e nos conhecemos num jantar da empresa.

Sinto Bela relaxar visivelmente, talvez porque a conheça há mais tempo...ou penso conhecer.

- Falando em amizades, tem visto Íris? - Pergunto a ela propositalmente. Sei que a amiga sofreu muito a ausência dela. - Não sei se sabe, mas Andrew vai pedi-la em noivado em breve. - É um segredo apenas do meu irmão que eu conto na esperança de ver alguma emoção em seus olhos. Acerto em cheio porque ela fica abalada, os olhos enchem de água e me arrependo. De repente eu lembro do dia que a conheci, quando a encontrei ferida no quarto onde vivia, quando ela lutou para ficar comigo após a morte de Tifany, mesmo eu evitando suas ligações, na noite que fizemos amor...

     Então eu finalmente entendo. Bela não deixou de me amar. Ela se afastou para me proteger. Nos proteger. Neste momento enquanto ela olha nos meus olhos eu sei que ainda me ama, me deseja e sente minha falta. Sinto como se pudesse ver a alma dela e sei que ela pode ver a minha e a lógica surge clara como o dia para todas as "loucuras" que ela fez nos últimos meses.

- Não soube... mas é uma notícia maravilhosa! Digna de comemoração. Por favor, diga que desejo felicidades a ambos. - Lá está a máscara da indiferença de volta, a que não me engana mais. Por qual motivo Bela fez isso? Ameaça? Medo? Amanda a forçou a isso? Decido vou descobrir e tirar a limpo nem que seja a última coisa que farei.

- Talvez você possa ligar para ela... - Sugiro.

- Eu vou, obrigada por compartilhar uma notícia tão feliz. 

- Então se eu entendi certo Andrew é namorado de uma amiga sua, Bela? - Andersen pergunta animado com as coincidências da noite. O ciúme me corrói quando ele toca sua mão delicada em cima da mesa num ato impensado. Andersen é legal mas não é bobo. Eu sei que ele está interessado.

- Isso, eles estão namorando há 4 meses. Um casal lindo. - Ela afasta a mão educadamente pegando a taça de vinho. Nossos olhos se cruzam com frequência.

Silvia que estava quieta até agora resolve participar me fazendo lembrar de sua presença.

- Você não é Bela Ferreira filha da Prefeita? 

- Correto Silvia. - Ela responde com um sorriso educado.

- Nossa eu super amiga da sua irmã! Ela deu uma mega festa semana passada, super louca! Por que não foi? - Alguém que usa super e mega na mesma frase me faz lembrar da novela adolescente Malhação e quero rir da minha escolha estúpida para o encontro. Vejo Bela segurando o riso e trocamos olhares divertidos. Ela fica vermelha.

- Eu tive que trabalhar, mas tenho certeza que a festa foi mesmo... louca. - Percebo a ironia, mas Silvia não e continua falando sobre festas, pessoas que ela considera influentes na cidade e roupas. 

      O jantar corre da melhor forma possível dadas as circunstâncias. Andersen trata Silvia com a educação de sempre e é muito atencioso com Bela. Eu estou cada vez mais perto dela na mesa, tentando fazê-la rir e ficar à vontade comigo, quero que ela sinta minha falta, que se lembre de como éramos felizes juntos; quero que ela saiba que eu posso protegê-la e me proteger de qualquer coisa nesse mundo, desde que fiquemos juntos.

      Quando Andersen se levanta para cumprimentar um conhecido e vejo Silvia no telefone - provavelmente instagram postando as fotos dos pratos - aproveito a chance.

- Aproveitando a noite?

- Sim e você?

- Mais do que imaginei... - Ela fica vermelha e eu amo mexer com seus sentidos.

- Hum... que bom. Foi mesmo uma ótima noite.

- Ainda não acabou?

- Como?

- A noite. Ainda não acabou.

- Amanhã eu trabalho, então pra mim acaba bem cedo. 

- E Victor? Partiu o coração dele também? - Vejo a dor em seus olhos

- Theo... não é o que você pensa..

- Baby, uma amiga acabou de mandar mensagem falando de uma super festa na praia. Vamos?! Quero te apresentar para todos os meus amigos. Eles vão morrer de inveja!

      Quero enfiar a cabeça em um buraco. Da onde eu tirei a idéia de convidar uma mulher tão vazia pra sair? E claro, amiga de Beatriz. Devia ser o desespero que me levou a isso, por querer esquecer Bela de qualquer maneira. E agora não sei o que ela ia me contar.

- Silvia, eu posso te deixar lá se quiser, mas não posso entrar porque acabei de lembrar de um compromisso.

- Compromisso hoje?! - Ela franze o cenho e Bela ri alto dessa vez, mas disfarça imediatamente quando Andersen senta conosco.

- Pois é... negócios.

- Sobre o que estão falando?

- Nada demais - responde Bela - podemos pedir a conta? Ainda preciso trabalhar hoje.

- Claro querida. Essas mulheres de negócio... - ele ri e finjo que achei graça no comentário machista.

      Convenço Andersen que eles são meus convidados, pago a conta e saímos do restaurante. Tenho um plano e não sei se vai funcionar. Operação Bela de volta começa agora.

Quando o Sol Nascer (Completo em Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora