Capítulo 51 - Definindo limites

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THEO


      Há exatamente uma semana que tenho Bela todos os dias na minha cama, na minha vida. E a cada vez que acordamos juntos ou quando chego em casa e a encontro esperando por mim é um sonho. Às vezes sou eu que espero por ela, horas a fio enquanto trabalha até mais tarde no meu escritório de casa. Acho lindo vê-la concentrada no computador, sentada na minha cadeira enorme que parece capaz de engoli-la. 

- Sabia que a encontraria aqui. - Vou até ela e dou um beijo em seus lábios.

- Parece que os seus seguranças decidiram mandar nos meus seguranças e agora tenho hora para entrar e sair do trabalho. - É verdade, estou controlando cada passo dela, ultimamente estou com medo do que Amanda e a filha possam fazer; elas estão descontroladas e depois da ameaça pública de Beatriz, não hesitarei em proteger Bela.

- Apenas precaução, amor.

- Theo... eu aceitei essa semana, mas não vai continuar assim. Tenho duas empresas para gerenciar, quem determina meu tempo sou eu, não você.

Ela está furiosa, mas de jeito nenhum vou amolecer. Mesmo que tenha a cara emburrada mais linda do mundo. - Vai ser por pouco tempo, prometo. - Desço para seu pescoço deixando rastros de beijo. 

- Theo, se eu te conheço será assim para o resto da vida. Quero que avise seus guarda costas que eles não podem tentar controlar os meus. A partir de segunda será diferente. Entendido?

- Sim senhora.

- Sem deboche.

- Ok, Bela. - Ela está mesmo zangada, resolvo ceder um pouco, mas na segunda-feira precisarei persuadi-la pessoalmente. 

- Ótimo senhor Reynold. - Sempre que me chama assim é por deboche ou irritação. A minha gatinha é muito arisca. - Agora preciso responder o último e-mail e deixarei seu escritório livre para seu livre uso. - Me diz e senta concentrada.

Ando para a saída antes de lembrar. - Vamos jantar com Íris e Andrew no mexicano?

Ela demora a levantar a cabeça e não sei se ouviu minha pergunta. - Vou me encontrar com Andersen nove horas. Nossa, estou atrasada!

Como assim ela vai encontrar com Andersen? Arqueio uma sobrancelha e ela percebe. - Quero dizer, esqueci de te avisar. É um jantar formal, apenas negócios. - Fico irado com o fato de ela ter me excluído. Ainda nessa semana a levei a um jantar de investidores. Agora me olha como se sentisse culpada. - Você vai comigo?

- Eu que te pergunto. Você me quer minha companhia? - Não espero a resposta, saio em direção ao segundo andar direto para o quarto. Preciso de um banho e esfriar a cabeça. Sempre achei que Bela me visse como um companheiro, o namorado e futuro marido, mas agora não sei mais. Talvez ela esteja interessada no Andersen. Talvez não goste de mim como eu gosto dela... Quer saber, não vou forçar minha presença. Parece que estou sempre correndo atrás, lutando para no fim morrer na praia.

      Meia hora depois e de banho tomado, nada de Bela. Acredito que tenha se arrumado no outro quarto. Estou sem fome, então dispenso o jantar com meu irmão e cunhada. Me sinto um adolescente apaixonado que acabou de ser dispensado. Recebo algumas mensagens de amigos chamando para alguns bares de Santa Vitória. A maioria dos lugares eu conheço. Decido que não vou esperar por Bela em casa e me arrumo displicentemente colocando um jeans escuro com camiseta branca de uma marca brasileira que adoro.

      Aviso os seguranças que vou sair e quero que fiquem aqui, apenas os deixo avisados de onde estarei em caso de emergência. Os dois que seguem Bela provavelmente já saíram com ela já que o carro não está aqui. Sigo a orla até o final do cruzamento, para variar o bar escolhido fica na Praia Azul, bem perto da casa de Bela. Logo na entrada vejo meus amigos em pé numa mesa alta e me junto a eles. O tempo todo fico com ela na minha cabeça e me odeio por isso.

Quando o Sol Nascer (Completo em Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora