Capítulo 67 - Lar doce lar

88 8 4
                                    

BELA


      Não sei o que está acontecendo comigo. Desde o minuto que acordei hoje de manhã meu coração está apertado, estou chorosa e desanimada. Sei que preciso voltar para casa, tenho saudade dos meus amigos e ao mesmo tempo quero ficar aqui para sempre. Theo me viu chorando no banheiro e disfarcei com uma desculpa qualquer. É claro que ele não acreditou, mas mesmo assim me deu espaço.

      Estávamos agora desembarcando no Galeão e apesar de Theo sugerir dormirmos no Rio hoje, ainda era cedo e preferi ir pra casa (nossa casa). Quanto antes desfizesse as malas e voltasse à normalidade, melhor. Além do mais queria voltar à empresa amanhã bem cedo, assim como Theo tinha montanhas de trabalho aguardando. Nossas férias foram bem-vindas, porém agora precisaríamos organizar tudo novamente.

- Tem certeza, amor? Você parece um pouco abatida. Podemos ficar no Rio um dia ou dois...

- Não, amor. Vamos pra casa. Sinto falta de Íris e Theo, dos meus animais também. Dido deve achar que o abandonei. - Essa parte era verdade, sentia muita falta de todos, mas principalmente do meu cachorro insolente.

- Tudo bem, desde que prometa conversar comigo caso alguma coisa esteja errada.

Ele me entendia melhor que qualquer pessoa e achei injusto ter me fechado tanto nas últimas horas. - Só estou nostálgica. A viagem foi tão boa que não quis que acabasse. Logo tudo volta ao normal e sem contar o casamento de Andy e Íris tão perto, temos muito a fazer.

- Ok. É verdade, eles casarão em menos de três semanas. Mas saiba que estou aqui para o que der e vier, raio de sol.

- Eu sei, baby. Você também pode contar comigo sempre, sabe disso. Agora que tal passarmos na Pizza Hut e comprarmos tudo que temos direito à caminho de casa?

      Pizza Hut era uma das minhas preferidas e não tinha em Santa Vitória. O motorista veio nos buscar com o guarda-costas (mais um sinal da nossa vida controlada) e passamos no restaurante. Duas horas depois, já noite, chegamos em casa e encontramos minha amiga com o noivo - irmão de Theo - nos esperando com a churrasqueira acessa. Alesha estava em viagem e só voltaria na semana do casamento. Apesar de ter comido meia pizza no carro não pude recusar as boas-vindas animadas do casal que mais amava. O calor estava de matar e terminamos a noite mergulhando na piscina de roupa e tudo. Depois me joguei na grama com Dido e Cacá e de repente me sentia muito melhor que antes; as coisas seriam sempre boas com minha família do coração.

(...)

      Ao longo dos dias a sensação de inquietude diminuiu, como adivinhei tanto Theo quanto eu estávamos submersos em trabalho. Pelo menos eu ainda conseguia sair no horário, curtir os finais de semana e ajudar Íris com os preparativos ou escolhas para o casamento. Meu noivo estava agarrado na empresa e me sentia distante dele nos últimos dias. Talvez porque passamos duas semanas unidos de várias formas (na maioria intensas) e agora mal nos víamos na hora de dormir.

      Íris e eu definimos juntas o buffet, o bolo de cinco andares, todos os doces maravilhosos que nos deram dor de barriga pelo excesso. O dia mais emocionante foi na prova final do vestido: o grupo de madrinhas reunido na loja fez muita algazarra e confesso que bebemos além da conta. Agora restavam três dias para o grande dia, a cerimônia e a festa para um grupo de cento e dez pessoas seria na praia bem em frente à mansão Reynold. Por ser no final da orla, cobrindo toda a área lateral, a rua foi isolada em 400 metros adiante - servindo como estacionamento controlado - e por 3 km na areia (centralizando o local da festa) para evitar paparazzis indesejados e a segurança obter um controle maior de quem entrava e saía no perímetro sinalizado. Conseguir autorização foi fácil com minha influência na prefeitura.

Quando o Sol Nascer (Completo em Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora