Capítulo 5- Uma busca

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POV Allyra

Ainda estou meio atordoada com o fato de que Daryl Dixon também está nessa busca. A presença dele no banco do motorista, ao meu lado, é tão forte que eu quase me sinto sufocada. É como se ele, com sua masculinidade, charme e irritabilidade, ocupasse todo o espaço no carro. Chego a ficar brava comigo, porque tenho que me controlar para não ficar encarando-o.

Aaron tenta manter um assunto e  deixar um clima amigável, mas acaba que só eu respondo e participo da conversa, enquanto Daryl se mantem por fora, na margem de tudo.  Devo admitir que é interessante ver a mudança na postura dele conforme nos afastamos da comunidade. Parece mais livre.

Não viajamos por muito tempo, já que está é como uma introdução para o que vai ser realmente. Pelo que ele me contou essas buscas são mais do que sobre mantimentos, são sobre pessoas e eles vão mais longe em busca disso. Eu particularmente acho arriscado, mas dessa vez guardo minha opinião para mim mesma.

—Acho que podemos dar uma olhada ali- diz Aaron se enfiando  no meio como uma criança e apontando um armazém no fim da cidadezinha. – E depois vamos para a floresta.

—Sem ofensas, mas isso tá parecendo um programa de tv, onde pegamos alguns mantimentos e depois acampamos felizes no mato.- digo me virando no banco e olhando para Aaron que me sorri meio sem graça.

—Bem, na verdade geralmente nós saímos e procuramos pessoas, mas recentemente encontramos algumas e agora estamos mais calmos. – ele diz dando de ombros- Mas nossas saídas são regulares e intercaladas.

—E para sustentar uma comunidade daquele tamanho precisa mais do que o Aiden podia fornecer- digo completando o raciocínio.

—Sim- ele dá de ombros enquanto o caçador estaciona, ainda naquele silencio chato.

—Andar na floresta é para mapear a área?-pergunta finalmente se manifestando. Olho para ele surpresa já que isso nem me passou pela cabeça.

—Sim, facilita muito em qualquer outra coisa depois.

—Parece bom para mim.- digo descendo do carro e amarrando o cabelo.

Tiro a lança das costas com um movimento fluido, que já me é familiar, ao mesmo tempo que Daryl arma a besta e Aaron pega um facão. Uso uma das postas da lança para bater contra a porta do armazém e fazer barulho, e então aguardamos para ter noção de como as coisas estão lá dentro.

Ouço alguns grunhidos, mas calculo que não sejam muitos. De uma maneira esquisita meu olhar encontra com o de Daryl e concordamos silenciosamente.

—Podemos entrar- digo ainda com os ouvidos atentos.- Parecem ser poucos, mas é bom sempre ter muito cuidado.

Aaron concorda com a cabeça e  se move para abrir a porta. Sinto a aproximação do caçador e viro a cabeça para encara-lo. Ele parece medir as palavras por um momento, e então balança a cabeça negativamente.

—Só não faça merda- diz como se eu fosse uma irresponsável e sai  andando todo dono da verdade na minha frente.

Bufo comigo mesma e o sigo de má vontade.  Assim que a porta é aberta um deles cai para fora de forma patética e o caçador lida com ele facilmente. Entramos todos juntos, e logo a crossbow começa a trabalhar, e ele me olha por cima do ombro como se mostrasse que é o melhor  e sabe disso. Quando tem que parar para arma-la novamente eu passo a frente e faço minha lança trabalhar, deixando o movimento fluir e atingir todos que estão no meu caminho.

 Quando acabo, olho ao redor até encara-lo nos olhos e sorrio.

—Só não faça merda- digo ironicamente e ele balança a cabeça revoltado, apesar de estar claramente segurando um sorriso.

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