Capítulo 6 - Uma noite, uma tequila

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POV Daryl

Depois da ultima busca com Aaron e Allyra o foco passou a ser a segurança. Sasha, Spencer e Tara ficaram permanentemente responsáveis pelo portão, mas temos algumas trocas de turnos. Rosita, Maggie, Noah e Allyra estão na rotação de vigia dos muros, assim como eu. Geralmente as vigias são de par, para o caso de um cair no sono. Abraham também está incluso, mas ultimamente está muito mais na parte da construção do que qualquer coisa.

Criamos algumas rondas também, para dar uma olhada no território, e geralmente minha parceira é a ruiva, porque é a única que não tem medo de mim, e Rick já descobriu que ela bate de frente o tempo todo. Aparentemente ele achou isso interessante.

De um jeito engraçado nós dois nos entendemos. Estamos sempre em uma espécie de disputa de quem mata mais walkers  ou encontra os melhores rastros. Aos poucos ela vai ultrapassando minhas barreiras de uma forma irritante. A filha da mãe me provoca sempre que possível, e como uma espécie de maldição me sinto cada vez mais atraído por ela.

Depois de presenciar a conversa entre mim, Rick e Carol, achei que ela fosse tentar entrar no assunto ou até mesmo fazer algum tipo de chantagem, mas ela age como se nunca tivesse visto ou ouvido alguma coisa.

Depois de duas semanas finalmente vamos sair para mais uma busca. Os mantimentos ainda não estão em um nível critico, mas não queremos arriscar. Glenn também vai sair com Aiden e só desejo sorte ao coreano.

Aaron está arrumando as coisas e sairemos depois do almoço, já que pela escala ainda tenho uma ronda para hoje e achamos melhor não mexer. Deixo minha mochila pronta perto da porta, e pego um saquinho de plástico cheio de cookies que Carol deixou de café da manhã para mim saindo em seguida.

Estou chegando no portão, já xingando todos os parentes de Allyra, que claramente não está me esperando por lá, quando ela pula em minhas costas rindo e roubando minha comida. Olho para ela indignado e a puxo de volta pelo suporte da lança.

—Agora é uma ladra também?- digo puxando o saquinho de volta. Ela joga a cabeça para trás e ri.

—Sou. Vai me denunciar para o xerife?- pergunta arqueando a sobrancelha daquele jeito sexy.

—Vou. E se ele for esperto vai te prender em um quartinho até criar moral de gente- digo saindo do alcance de suas mãos e indo em direção ao portão. Não preciso olhar para saber que ela está rolando os olhos.

—Allyra- ouço Maggie gritar pela ruiva e rolo os olhos. As duas parecem se conhecer a vida toda.

—Hey Maggs- ela para de andar e olho para ela impaciente, que faz um gesto de descaso com a mão.

—Soube que depois da ronda vai sair, então vim me despedir- diz abraçando-a.  Quase sorrio quando noto que ela foi pega de surpresa por isso.

A surpresa só dura um milésimo de segundo, e logo ela está abraçando a outra de volta. Fácil assim. Elas conversam mais um instante e eu acabo tendo que acabar com o assunto delas.

A ronda dessa vez é curta, principalmente porque o quanto mais cedo sairmos melhor. Não encontramos nada de anormal, nem de novo.

 Dessa vez minha moto está pronta, então não vou ter que aguentar a presença sufocante dela por mais tempo que o necessário. Ficar com ela em um espaço fechado por tanto tempo é no mínimo incomodo.

Com a moto me sinto livre e completo de novo. Mais próximo a Merle, mais próximo de minha liberdade, mais eu mesmo.  O caminho até o lugar planejado é de algumas horas, mas me parece até mesmo curto.

O lugar é mais ou menos como Alexandria, mas com várias casas inacabadas e sem os muros. Tipicamente um lugar de gente rica e poderosa. O carro para ao lado da moto e ela salta ao meu lado.  Amarra os cabelos em um rabo de cavalo alto enquanto passa os olhos cinzentos por todo o ambiente, e me sinto bem retardado por estar analisando-a enquanto isso.

Among the ShadowsOnde histórias criam vida. Descubra agora