Capítulo 33 - Virada de Jogo

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POV Daryl

Depois de todo esse sufoco, os grupos se dividem e seguem para suas respectivas comunidades. Não é algo absurdo, irresponsável ou impensado, mas sim um pequeno intervalo enquanto esperamos pela sequencia do plano. Um grupo do reino permanece em um dos postos tomados, com a intenção de deter o poder sobre o prédio, e alguns outros de todas as comunidades estão espalhados por perto em vigia, além de atiradores estratégicos próximos ao santuário.

Allyra está suja de sangue e quieta ao meu lado, os olhos tempestuosos fixos na estrada.

-Não importa o quanto nós planejamos, mortes ainda ocorrem- diz frustrada e se vira para me olhar.

-Não é nossa culpa- digo, mas sei que ela sabe disso.  

-Eu sei.- diz séria- São consequências, mas isso não deixa as pessoas menos mortas.

Permaneço em silencio, sem saber como prosseguir com o assunto ou aliviar o peso com o qual sei que ela está lidando. Algo parecido pesa em minhas costas. O silêncio no carro é ensurdecedor para mim, porque entre todos os silêncios da minha vida, nenhum deles foi por muito tempo com ela.

Rick passa a caminhonete na frente, chegando pela esquerda – ele passou por outros caminhos para pegar relatórios que ficaram em lugares específicos deixados por cada grupo-  e faz sinal para a abertura do portão.  Depois de um momento Spencer abre e seguimos para  a segurança  dos muros de Alexandria. Para o lar. 

Allyra salta do carro e se estica antes de rodear e ficar ao meu lado. Avisto Carl se movendo em nossa direção  e sorrio pra mim mesmo.

-Ele vai mandar nisso aqui, não vai?- pergunta Allyra, como se conseguisse ler meus pensamentos.

-Espero que sim, ruiva. Espero que sim- digo  com sinceridade.

Michonne também se aproxima. Informamos  sobre as mortes com todo o pesar possível e atualizamos todos eles sobre o que ocorreu até então.

-Então o Santuário está isolado de fato?- pergunta Eugene com súbito interesse e eu me viro para analisa-lo por um instante. O covarde de merda não está em nenhum tipo de ajuda.

Depois de uma reunião exaustiva, puxo Allyra em direção a nossa casa. Precisamos descansar para seguir em frente com toda essa merda.

Esquentamos uns enlatados, e nos sentamos a mesa, comendo e discutindo algumas outras coisas sobre planos, e Allyra está frenética observando possíveis falhas e melhorias. John passa e avisa que vai dormir na casa que lhe cederam a algum tempo.

-A verdade é que só passei aqui para ter certeza de que você vai descansar. Precisa parar por um momento- diz sério para a prima, os olhos fixos nos dela.

-Eu vou, juro que vou- diz calmamente, entre uma colherada  e outra de comida. Volta para a mesa e se senta no meu colo.

-Conheço você. Quando missões acontecem você entra em estado de alerta permanente e nunca descansa. Não vim falar com você- diz e ela o olha confusa. Passo meu braço livre pela cintura dela.- Vim falar com Daryl.

Ergo o olhar e resmungo para que continue.

-Vai cuidar dela?- pergunta e eu rola os olhos.

-Eu sempre cuido dela- digo e ele sorri de lado.

-Espero que continue assim.

Ele puxa a ruiva pela mão e a abraça, se despedindo em seguida e saindo porta a fora. Ele está certo quanto ao fato dela não ser boa em desligar, mesmo que um pouco, então a puxo para mim novamente e aspiro seu cheiro.

Among the ShadowsOnde histórias criam vida. Descubra agora