POV Allyra
Levanto o rosto e sinto a água morna bater contra ele, então pego o shampoo e condicionar emprestado e esfrego meus cabelos, fechando a cara para a cor da água que cai, mostrando o quão suja eu estava. O apelido idiota que o caipira usou ecoa em minha cabeça: “Little Monster”
Fecho os olhos e deixo meus pensamentos viajarem.
Flashback on
Observo com atenção toda a estrutura da cidade, e logo de cara encontro falhas e mais falhas na segurança. Sigo Aeron portão adentro e depois em direção ao que creio ser a enfermaria. Em certo momento o caipira, tal Dixon, some de vista, e não me importo muito com isso. Decoro mentalmente rotas de fuga, é algo automático e gosto que seja assim.
Uma moça insegura nos recebe e de pronto diz que pode chamar o doutor para me atender, alegando ser uma simples enfermeira, e psicóloga. Sinto a insegurança dela de forma tão espessa que quase posso tocar. Me lembro vagamente de iniciantes nessa área com quem lidei em outras enfermarias e simplesmente balanço a cabeça em negativa.
—Não precisa- digo séria- são só uns pontos. Eu mesma faço.
—Não, que isso. Nesse caso e-eu faço – gagueja levemente, e acabo arqueando a sobrancelha para ela.
Concordo com a cabeça, achando que vai ser bom para ela ter noção desse tipo de coisa. Recuso o remédio para dor, e ajudo-a a limpar o local, tirando o resto dos pontos rebentados.
Ela treme um pouco, mas trabalha muito bem, com pontos firmes e gosto disso. Ela me olha insegura vez ou outra, e acabo por incentiva-la.
Assim que acaba pego minha mochila de volta e aceno em agradecimento para Aeron que se manteve ali durante todo o processo.
Uma senhora entra pedindo remédio para dor de cabeça e para bruscamente me encarando.
—Quem é ela?- pergunta com os olhos fixos em mim e sinto a segurança de uma líder naquela voz.
Ouço por alto a explicação de Aeron, impaciente, enquanto penso que não deveria ter aceitado entrar. Eles claramente não tem estrutura para me manter ali, e nem sequer tenho medo que sejam perigosos, mas ficar tanto tempo em grupo me incomoda.
—Posso conversar com você?- ela pede e a encaro com desinteresse- é o que sempre fazemos com novos membros.
—Não sou um membro novo- aviso com a voz neutra- não estou aqui para ficar.
—Podemos pelo menos conversar sobre isso?- aperto os olhos em direção a ela, e não consigo evitar fazer as comparações entre ele e ela. Líderes tão diferentes.- talvez você mude de ideia.
—Cinco minutos- digo por fim, mais pelo fato de que quero saber mais sobre eles do que qualquer coisa.
Ela caminha em direção ao que acredito ser a própria casa e me chama para entrar educadamente. Liga uma câmera, e assim que o faz, paro de me mover, longe da lente.
—Eu costumo filmar os entrevistados e...- ela começa a se explicar ao notar meu olhar analisador, mas eu a interrompo.
—Não sou filmada- deixo claro, a câmera me trazendo lembranças de antes do mundo acabar.- nem por um minuto ou cinco.
—Tudo bem- diz por fim e desliga a câmera.
Começa a fazer perguntas sobre mim, meu nome, minha vida antes disso, se eu tinha um grupo, se estou sozinha, e eu acabo por não dar respostas. O que eu era antes dos errantes não é da conta dela, o meu antigo grupo não vem ao caso, e tudo o que digo sobre mim é que sim, eu estou sozinha, e meu nome.
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Among the Shadows
Fiksi PenggemarChegar a Alexandria tinha sido complicado, mas se adaptar parecia muito mais difícil. Mesmo com a família que o apocalipse deu a Daryl Dixon, ele ainda não estava inteiro. Não que ele soubesse disso. Ah, ele de fato não fazia ideia até encontra-la. ...