A claridade começava a incomodar meus olhos. Tentei tampar o rosto com o travesseiro, o que foi em vão. Respirei fundo e tateei o outro lado da cama. Vazio. Abri os olhos e sorri ao me lembrar da noite passada. Mesmo que nada tenha acontecido, eu me sentia extasiada, me sentia nas nuvens. Ainda conseguia sentir as mãos de Cadu por todo meu corpo, seus beijos quentes, o modo que sua barba roçava em minha barriga...
Definitivamente, eu estava embriagada por ele.
Levantei da cama e fui para o banheiro. Roubei a escova de dente dele e tomei outro banho demorado. Ensaboei todo meu corpo, massageei meus cabelos e enxaguei. Sai do banho e me sequei, demorando um pouco nos cabelos e me enrolei na toalha. Olhei ao meu redor procurando a roupa e lembrei que estava lavando...
Droga...
Abri a porta do banheiro e fechei ficando de costas para o quarto, quando me virei quase tive um infarto.
Cadu estava sentado na cama com uma pequena bandeja com frutas, pão e suco.
Seus olhos arregalaram e eu fiquei roxa de vergonha.
Eu estava nua... Apenas coberta por uma toalha que mal cobria minhas coxas... E Cadu me olhava como se fosse capaz de tirar a toalha com o pensamento, e me devorar com rapidez. Meus pelos do corpo todo se arrepiaram com a intensidade do seu olhar.
-Desculpe... Eu vou... – ele levantou sem jeito e começou e gesticular enquanto falava. Piscou algumas vezes me encarando e saiu do quarto.
Sentei na cama um pouco atordoada. Suspirei fundo e tentei acalmar meu coração.
A porta do quarto abriu novamente e ele enfiou a cara para dentro, olhando para o chão.
-Tem roupa nesse armário... Pode usar. A sua ainda está secando!
-Obrigada... –encarei meus pés e ouvi a porta sendo fechada novamente.
Respirei profundamente.
Andei até o armário segurando firmemente a toalha em meu corpo. Abri a porta e peguei uma calça de moletom e uma regata branca dele. Segurei as peças em minha mão e levei ao meu nariz.
Seu cheiro era maravilhoso. Excitante.
Larguei a toalha pendurada no banheiro e me vesti adequadamente. Arrumei meu cabelo e o deixei solto para secar. Sentei na cama e comecei a comer o que tinha na bandeja.
Cadu bateu na porta e entrou.
-Bom dia... – veio caminhando em minha direção e depositou um beijo em minha testa. Sentou à minha frente.
Sorri.
-Para mim? – me referi a bandeja. Seus olhos brilhavam.
-Você precisa se alimentar. –sentou ao meu lado e pegou uma uva e pôs em minha boca, seus dedos entraram em contato com meus lábios e ele acariciou de leve.
Seus olhos começaram a adquirir um tom mais escuros de castanhos, seu maxilar travou. Minha respiração quente batia na ponta do seu dedão. Me senti ficar quente novamente. Ruborizei e senti o calor espalhar por meu corpo, se concentrando em uma parte específica. Encarei-o sem piscar. Quando seus dedos abandonaram meus lábios, senti aquele local formigar. Passei meus dedos no local e olhei para baixo.
-Foda-se...
Cadu avançou em minha direção, pondo a bandeja de lado. Seus lábios tocaram os meus sem pudor, sem receio. Já sabíamos o encaixe perfeito. Sua mão passou por minha nuca, subindo e segurando firme em meus cabelos. Sua língua massageava a minha, hora mordendo-a, chupando-a. Uma brincadeira deliciosa. Arfei quando ele me deitou e ficou por cima de mim no meio das minhas pernas. Enlacei sua cintura e passei minhas mãos por suas costas por debaixo da sua blusa.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Café, livros e cigarros.
RomanceUma doce garota de dezessete anos comum, com problemas comuns. Criou seu próprio mundo e nele se trancou. Sem pai, somente na companhia de uma mãe com sérios problemas com o álcool. Se refugiou na biblioteca de sua pequena cidade e ninguém se...