Café, livros e cigarros.

Capítulo 19

Eu não estava acreditando. Ele era louco e bipolar?

No momento, eu me encontrava em confusões de sentimentos. Turbilhoes de sensações percorriam por todo meu corpo. Raiva. Amor. Nervosismo. Surpresa. Alegria. Era possível sentir isso tudo de uma única vez?

Andei pelo quarto sem rumo certo. Minha mãe continuava a me encarar sem entender nada. E acho que ela nem entenderia. Corri para a frente do espelho e tentei ajeitar meu cabelo em um nó no topo da cabeça. Eu estava horrível. Corri até meu armário e vesti um short de ficar em casa.

Eu iria até ele. Talvez xingaria, bateria... Quem sabe?

-Elize... O que andei perdendo sobre a sua vida? – minha mãe cruzou os braços.

Falei que não entenderia...

-Por favor, não julgue, não surte! É complicado! –exclamei nervosa enquanto saia em direção a sala. Minha mãe veio atrás de mim.

-Ele é casado? Não cometa o mesmo erro que eu! – ela praticamente gritou.

-Não, mãe... Ele não é casado! – sorri divertida com a situação.

-Depois me conte isso direito! – ouvi-a berrando enquanto desci as escadas pulando alguns degraus. Abri a porta que dava para a rua e parei quando a ficha, de que ele estava ali, caiu.

Maldito buquê de flores do campo. Pareciam mais lindas agora.

Andei lentamente em sua direção.

Maldito sorriso que enrugava o canto dos seus olhos castanhos.

-O que faz aqui? – tentei soar firme.

-Feliz aniversário, Elize! – ele veio até mim e me entregou o buquê.

Segurei-o firme em minhas mãos e aproximei meu nariz nas flores. Respirei fundo o aroma exótico que exalava. Ele queria me amolecer... E estava conseguindo.

-Bom... Obrigada eu acho.... – franzi o cenho sem entender muito bem essa mudança repentina de seu humor.

-Mas o melhor não é isso... Vim te sequestrar para passar o dia comigo. – ele abriu a porta do carro para mim.

Automaticamente entrei e me aconcheguei no banco do carona.

Maldito sentimento que não me deixava pensar, apenas agia.

Cadu entrou no carro e colocou o cinto.

-Por que?

-O que? – ele me encarou.

-Você não me procurou esses dias... Achei que não gostava mais de mim. – mordi meu lábio de nervosismo.

Ele suspirou fundo e me olhou divertido.

-Você acha mesmo que eu esqueceria de você fácil assim? É impossível... – esticou sua mão em direção a minha e a apertou. –Estava resolvendo assuntos pendentes com você sabe quem. Está tudo bem agora!

Bem? E o fato dessa maluca ficar me rondando por onde estou?

-Ela andou me seguindo... Eu acho!

Cadu bufou e voltou sua atenção a estrada, dando partida no carro.

-Ela não irá fazer nada. Não tenho nada com ela, nenhum sentimento. –ele falava firme. Assenti e voltei minha atenção para a estrada. –Até pouco tempo, antes de você entrar em meu mundo, eu ainda carregava algo não terminado com ela... Mas... No momento que eu te conheci, Elize... No momento que você me consumiu sem antes saber... – ele sorriu docemente. Eu apenas escutava sem emitir som algum.- Bom... eu tive certeza do que queria para mim. Tive certeza que eu poderia deixar o passado para trás e viver algo maravilhoso...