Eu estava literalmente fodida.
Minha cabeça estava girando. Eu enxergava tudo rodando. Caminhava sem rumo. Minha sorte era a cidade em peso estar na festa, e eu aqui no meio da rua bêbada.
Não me culpe.
Eu estava fraca para bebidas hoje.
Cambaleei quando resolvi virar a garrafa. Bebi mais, e mais.
O líquido não queimava minha garganta mais. Eu estava anestesiada. Não sentia nada.
Na verdade, eu sentia raiva. Muita raiva. Queria bater em alguém em especial. Queria xingar. Queria gritar.
Comecei a escutar buzina atrás de mim. Ignorei.
Ouvi o som de um carro acelerar e parou bruscamente ao meu lado.
Olhei com raiva ao saber quem era.
-Por Deus! Qual a merda do seu problema? Vai ficar me seguindo agora, porra? – eu praticamente gritei enquanto Cadu saia do carro e vinha em minha direção.
-Eu que te pergunto. Por que está bêbada na rua?
-Não te interessa. Se eu quiser beber eu vou. Quem é você para opinar em algo, em?! – empurrei seu peito para longe de mim e cambaleei.
-Olha só como você está! – ele segurou no meu braço e me ajudou e retomar meu equilíbrio.
Olhei para seu rosto e franzi o cenho.
Senti meu estomago embrulhar. Me afastei dele mais e comecei a sentir que meu estomago estava ficando mais embrulhado.
-Acho que vou...
Não consegui nem falar mais nada. Abaixei a cabeça e vomitei. Cadu veio correndo até mim e segurou minha cabeça, ele apoiava uma mão em minhas costas e a outra ajudava a segurar meus cabelos.
Merda.
Aqui estou eu pagando um puta mico na frente dele.
Apoiei minhas mãos em meu joelho e choraminguei.
-Eu estou nojenta... Não precisa ver isso...
Cadu me ajudou a me erguer e me encostou no carro dele. Ele ficou de frente a mim e pegou do seu bolso um lenço de papel. Passou o lenço nos meus lábios e continuava com o semblante preocupado.
-Vou te levar para casa!
Arregalei os olhos.
Ele abriu a porta do carro e me ajudou a entrar. Eu ri quando ele pôs a mão em minhas pernas e ajudou a tirar meu sapato.
-Você podia fazer isso mais vezes sabe...
Ele estava praticamente ajoelhado a minha frente. Sua cara era de confusão.
-O que?
-Me tocar mais... – sorri abertamente e encostei a cabeça no banco.
Ele suspirou pesadamente e se levantou fechando a porta do carro.
Quando ele veio para o lado do motorista, encostei a cabeça no vidro e suspirei.
-Vou até para o inferno, mas não para minha casa.
Minha cabeça ainda girava. Fechei os olhos e me deixei levar pelo cansaço.
○•○
-Elize?
Resmunguei com as tentativas de me acordarem. Senti uma mão tocar meu rosto.
-Acorda!
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Café, livros e cigarros.
Storie d'amoreUma doce garota de dezessete anos comum, com problemas comuns. Criou seu próprio mundo e nele se trancou. Sem pai, somente na companhia de uma mãe com sérios problemas com o álcool. Se refugiou na biblioteca de sua pequena cidade e ninguém se...