Capítulo 26 (FIM)

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Como prometido, fui para a casa de Meggie bem cedo para podermos nos arrumarmos para a festa da formatura. Minha amiga, como era tão vaidosa, fez questão de me acordar tão cedo que eu ainda estava dormindo em pé. Levei minhas coisas que iria usar até a casa dela e quando cheguei, já corri para sua cama e deitei. Não queria me arrumar como se eu estivesse preste a casar, queria dormir.

-Não, não.... Trate de levantar, sua preguiçosa! – minha amiga veio até a cama e começou a me sacudir.

-Eu só quero dormir! – resmunguei enfiando a cara no travesseiro.

-Vamos ficar lindas e perfeitas, e para isso, temos que começar agora! – ela disse me puxando e me virando em sua direção.

Bufei e levantei da cama.

-Você venceu!- bocejei e fiquei aguardando os planos para esse dia de beleza.

-Vamos no salão fazer unhas, cabelos... Vamos ficar lindas! – ela começou a falar disparadamente e gesticular com animação. Minha mente acabou indo para outra dimensão. Eu nunca conseguia prestas atenção quando ela falava animadamente de coisas desses tipos. - ... Você está ouvindo o que eu falo? – ela cruzou os braços.

-Ah... Sim... Salão, cabelo... Essas coisas! – eu disse disfarçando.

Ela riu e sacudiu a cabeça em negativa.

-Enfim, vamos logo pois temos hora marcada, e não gosto de atrasos! – ela segurou em minha mão e saímos do seu quarto, esbarrando com sua mãe no corredor. – Estamos indo ao salão!

-Quando chegarem o almoço estará pronto! – minha tia disse sorrindo.

Olhei-a com uma cara de quem pedia socorro e ela apenas riu da minha reação.

○•○

Meggie praticamente me arrastava por todo o shopping. Ela resmungava coisas como "estamos atrasadas", "vamos perder a vaga". Eu apenas acompanhava seus passos largos e tentava não sair correndo dali. Como previsto, o shopping estava cheio pois a festa da escola era esperada por vários da cidade.

Aí está um dos problemas de morar em uma cidade pequena, quando escutam a palavra festa, todos se locomovem para ela. Não importa se é festa de criança, se é um casamento ou até festa de escola, todos iriam e todos arrumavam um jeito de virar tudo polêmica.

Entramos em um salão e logo um rapaz, creio eu ser o cabelereiro, veio em nossa direção e abraçou minha amiga. Ele era alto, magro e seus cabelos estavam tingidos de louro platinado.

-Achei que não viria! – ele resmungou.

-Um pequeno atraso...- ela disse de desculpando. – Quero que faça milagres hoje em nós duas. – minha amiga realmente estava muito animada para o meu gosto.

O rapaz, que descobri pelo crachá, se chamar Luka, nos pegou pelas mãos e nos fez sentarmos na cadeira enorme em frente ao espelho.

-Eu quero algo bem simples, apenas ressaltar meus cachos! – eu disse encarando o rapaz através do espelho.

-A cor do seu cabelo é perfeita... É natural? – ele me perguntou enquanto mexia em meus cabelos.

-Sim, totalmente natural! – eu disse sorrindo. Antes eu detestava ser tão incomum assim, agora... Eu sorria em relação a isso. Algo que Carlos Eduardo me fez enxergar e valorizar.

-Você deve causar raiva em boa parte da população. Mas, vamos então deixar seus cabelos ruivos mais selvagens! – ele se virou de costas para mim e chamou uma menina para auxilia-lo no processo.

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