capitulo 10

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Os dias passaram rápido, Adrew quase não saia do quarto, sua perna ia se curando lentamente, as vezes via Lucky o ajudar a ir até o escritório. Lucky se tornou para mim, um grande amigo, não havia sonhado mais, já fazia quase um mês que deu estava lá, estava na hora de decidir o que faria
-Lucky- o chamei enquanto estávamos jantando- tem como eu voltar para Eryn?- perguntei e ele me olhou espantado
-por que quer voltar para Eryn Bea?- ele parou de comer
-eu não posso ficar dependendo de vocês o resto de minha vida- falei sincera- e tem pessoas que amo em Eryn- pensei em Sammy, em Jake e até em Peter, voltar havia ficado fora de cogitação, mas pensando neles, poderia ser algo necessário
-Não há como voltar- ele falou olhando em meus olhos
- mas e as fendas?- haviam fendas, feitas por humanos, as quais eu passei
-as fendas apenas ficam abertas em Eryn, depois que os humanos que foram para la voltam, a fenda se fecha aqui e para abrir um nova é... complicado...
-então darei um jeito de abrir uma nova fenda- disse decidida
- você não pode fazer isso, Adrew não permitirá, nem eu!- ele falou antes de sair da sala, fui para o meu quarto e após meu banho, Adrew apareceu
-Lucky me contou que você quer ir embora- ele disse da porta e eu o fitei, ele estava sem sua túnica, vestia uma camisa branca, sua perna já estava bem melhor, os cortes já estavam cicatrizando
-eu não posso depender de vocês o resto de minha vida Adrew- falei sincera
-nos de uma chance- ele disse se sentando na cama- uma única chance, fique aqui mais um pouco- ele me implorou com os olhos- tenho algo para te mostrar amanhã!- ele se animou
-me mostrar?-perguntei entusiasmada
-sim, fora do Castelo, quero te mostrar o que há de Belo no meu Reino, e se você não gostar, prometo, lhe deixar partir- me animei
-tudo bem, uma chance- disse e ele sorriu, e então saiu do meu quarto. Vim em busca de uma vida melhor, e encontrei, encontrei em Liz um carinho materno, que já não sentia a anos, encontrei em Lucky, uma amizade verdadeira, não que Jake não fosse meu amigo verdadeiro, mas a um tempo Jake agia estranho comigo, e até em Adrew encontrei algo, não sei ao certo o que, mas me fazia bem, não encontrei apenas riqueza nas Terras Imortais, encontrei segurança e amor. Eu não precisava ir atrás de meu destino, nem voltar para Eryn, apenas tinha que ficar no Reino de Dominic, conhecendo-os cada vez mais. Fui dormir pensando nisso
...
Adrew e Lucky me esperavam  na sala de jantar com cestas e uma toalha na mão, comemos rapidamente antes de sair, pois Adrew falou que o caminho era longo e ir sem comer era perigoso, andamos por um bom tempo até chegarmos à floresta, antes de adentrar à mata  hesitei um pouco
-tudo bem Bea?- Lucky perguntou ao me ver parada olhando para aquelas árvores enormes
-eu tenho medo Lucky- falei, não era a floresta da qual eu tinha vindo, sabia disso, mas mesmo assim, senti medo...
-não precisa ter medo, a floresta não tem nada de ruim- Lucky disse segurando minha mão, notei que Adrew olhou minha mão e a do Lucky se entrelaçando, será que ele pensava que eu e Lucky tínhamos alguma coisa? Sai dos meus devaneios quando ele falou
-vamos, ainda temos que andar bastante
Seguimos Adrew por um bom tempo, as vezes, alguns arbustos se mexiam com voracidade e eu me assustava, Lucky dizia que era comum, pois ventava e alguns animais se escondiam atrás de arbustos, até que chegamos em um determinado local e Adrew esticou uma toalha no chão.
O sol brilhava no céu, havia uma mistura do canto de vários pássaros, era um bom lugar para relaxar, vi Adrew deitar e me deitei ao lado dele, apenas observando as nuvens, Lucky comia uma maçã
-Quando eu era pequeno- ele falou depois de um tempo em silencio- meus pais me traziam aqui e eu ficava olhando as nuvens, ficava tentando adivinhar com o que elas se pareciam- ele olhou bem para uma- aquela lá parece um dragão- falou apontando a nuvem e a olhei
-claro que não- olhei bem a nuvem- se parece uma fada- falei e ele riu
-uma fada?
-É, tem as asas das fadas- ele fixou o olhar na nuvem
-São as asas do Dragão- eu ri e ficamos em silencio- o que houve com as suas?
-eu não sei- respondi sincera- acho que elas não existem nestas terras, há lendas que diziam que ela sumiam, e eu não acreditava- suspirei e ele riu
-como eram?- ele perguntou se sentando e olhando para mim que continuava deitada
-eram brilhantes- comecei a lembrar delas- grandes e fortes- parei um pouco- eu sinto falta de voar, era tão bom sentir o vento no rosto, ver tudo pequenininho- me recordei dos melhores momentos de minha vida em Eryn- me lembro quando meu pai começou a me ensinar a voar, tinha tanto medo de cair...- um sorriso apareceu nos meus lábios ao me lembrar dele
-você o deixou lá?- Adrew mudou totalmente de assunto, me fazendo pensar mais em meus pais
-Disseram que houve um atentado humano em Eryn- pensei um pouco, depois de conhecer Lucky e Adrew, não conseguia mais acreditar que meus pais tivessem sido mortos por humanos- mas já não tenho mais certeza sobre esse “atentado”

...

Além de Eryn (CONCLUIDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora