Além de Eryn (CONCLUIDA)

Capítulo 26

- Vai ficar parada aí ou vai vir me abraçar? – ele perguntou me fazendo sair do meu estado de choque. Corri até ele e o abracei com cuidado, lágrimas e mais lágrimas saíram dos meus olhos, Jake estava naquela situação por minha culpa!
- O que houve com você?
- Parece que minha casa caiu em cima de mim – ele disse tentando fazer uma piada sem graça – Eu fiquei tão preocupado Bea... – ele disse quando não respondi nada – pensei que tivesse morrido, fui atrás de você no outro dia, mas já era tarde demais – ele fez uma pausa – Como você passou todo esse tempo?
- Então você sabe que não estava com a minha tia? – perguntei baixo, qualquer um poderia ouvir, óbvio que Jake sabia, eu deixei uma carta para ele...
- Que tia Bea? – ele disse sem entender
- As pessoas acham que estava na floresta, cuidando de minha tia doente, e que voltei porque ela faleceu – falei baixo, me certificando que ninguém estava ouvindo – E você vai me ajudar a manter essa mentira! – ele concordou assim que percebeu que se soubessem a verdade eu seria presa e talvez morta.
Uma semana se passou até que Jake teve alta, como não tinha para onde ir, ofereci que ele fosse morar comigo. Os dias longe de Adrew e Lucky eram difíceis, mas ao poucos, ia me acostumando com a ideias de não vê-los nunca mais... Durante a semana, contei tudo sobre Adrew para Jake, ao contrário de quando disse que queria ir para as Terras Imortais, dessa vez, Jake me apoiou, disse que acreditava que se nos amassemos de verdade, tudo iria dar certo. Sammy quase vivia na minha casa, o que limitava minha conversa com Jake, apesar dela ser uma excelente amiga, não podia contar minha verdadeira história a tantas pessoas, nem me arriscar de tal forma.
Já era a terceira semana que eu estava em Eryn, meu coração estava apertado e sentia que algo ruim estava por acontecer, resolvi dormir um pouco, mas antes de pegar no sono, algumas palavras de Liz vieram a minha cabeça  “finalmente Adrew encontrou alguém que possa trazer seu coração de volta” e em seguida as palavras de Adrew antes de eu ir embora “ Eu te guardaria no lugar mais protegido do meu coração se ele ainda me pertencesse” aquilo me gerou um certa confusão e acabei pegando no sono.
...
- Querida... – ouvi uma voz me chamar e procurei ao meu redor – Não... você não vai me ver, não adianta procurar – a voz disse me assustando e me sentei na cama – sou eu, Solares... – o eco da voz me assustava, mas logo me recordei da mulher com quem falei no baile
- O que houve? Está tudo bem? – perguntei, ainda olhando ao meu redor.
- Não querida... por isso invadi seus sonho... – ela disse, aquilo era tão real... – Eu... – ela pensou mais um pouco – Nós, todos nós precisamos que você volte... seu amor corre perigo!
Assim que ela disse isso, acordei num pulo, tentei me convencer que fora apenas um sonho tolo, mas algo me dizia que era sério, talvez eu não estava destinada a salvar Eryn, estava destinada a salvar os humanos e aquele humano que tanto amo... talvez seja hora de cumprir meu dever!
Contei para Jake que precisava voltar, no início ele achou loucura, mas acabou vendo o quão sério eu falava e parou de insistir. Combinei com Jake que assim que acordasse, chamaria os guardas e daria queixa do meu sumiço, como se não soubesse o que houve comigo e então, diria que eu estava muito mal pela morte de minha tia e que provavelmente havia ido na casa dela, até irem atrás de mim, já teria saído de Eryn. Pela madrugada, peguei o básico que eu precisaria e fui, sem deixar rastros, o mais depressa possível.
Me perdi um pouco para chegar no Castelo, já que quando Adrew e Lucky me lavaram para lá, eu estava desacordada. Ao entrar, vi uma completa ruína, mesas quebradas, pedaços de vidro por todos os cantos, sangue espalhado pelo chão e pelas paredes... meu estômago embrulhou só de imaginar o que havia acontecido ali.
- Olá!? – gritei – tem alguém aí? – nenhuma resposta – Adrew? Lucky? Liz? – nada... entrei mais a fundo, já estava na sala de jantar, também destruída, indo em direção a cozinha ouvi alguns passos s recuei um pouco – oi? Tem alguém ai? – encontrei uma faca no chão e a segurei – saiba que estou armada – gritei novamente.
- Beatrice? O que faz aqui? – pulei de susto ao ouvir a voz atrás de mim