29°|Sou interrompida pelo celular do Enzo

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  Ao ouvir aquele voz meu coração palpita de forma acelerada, vejo o Enzo correr pela multidão ao meu encontro e eu permaneço ali imóvel.

  -Ângela meu amor - Exclama ele me aconchegando em seus braços.

  E eu ali ainda paralisada, sem expressar nenhuma reação. Minhas emoções eram um misto naquele momento. Eu sentia saudade, misturado com amor, mergulhados num mar de remorso antecipado. Eram sentimentos do qual nunca havia provado em minha vida. Ah como eu queria nunca ter experimentado eles.

  -Quantas saudade eu senti de você meu amor - Exclama ele afagando meus cabelos.

  -Eu também - Respondo enfim correspondendo ao seu abraço, ele deposita um beijo em minha testa e vai falar com seus avós.

  -Avó, avô - Fala abraçando os dois ao mesmo tempo - Que saudades de você.

  -Também sentimos meu neto - Fala irmã Luciene - Como foi lá ?. Foi tudo bem ?.

  -Foi sim vó - Dá um sorriso - Graças a Deus. E adivinha só ?!. Fechei o contrato.

  -Que notícia boa meu neto - Exclama irmã Luciene.

  -E fechou direitinho meu filho ?. Igual eu te ensinei - Se gaba Presbítero João.

  -Lógico né vô - Sorrir Enzo - Com quem mais eu aprenderia tão bem sobre finanças ?. Se não o senhor ?.

  O irmão João dá um sorriso orgulhoso.

  -Vamos ?! - Pergunta Enzo arrastando suas malas - Tô com saudades de casa, saudades da comida da minha vovó - Fala enquanto passa os braços nos ombros de irmã Luciene.

  -Vamos - Concordam todos.

  Enzo e seus avós foram na frente conversando e eu acabei ficando para trás, ainda um pouco abóbada pensando na vida, em tudo que estava acontecendo. Estava pensando ainda em qual momento contaria para o Enzo sobre a minha partida.

  Assim que chegamos ao carro, Enzo entra no carona, seus avós nos bancos de trás e eu no motorista. Enzo e seus avós vão conversando durante todo trajeto e eu não me inteiro muito na conversa, deixo eles conversarem entre si e matarem as saudades. Por mais que eu também estivesse com saudades, não queria alimentar mais esses sentimentos que tinha pelo Enzo dentro de mim. Eu tinha que matar esses sentimentos mais e mais a cada, não poderia ir para escola ainda com esses sentimentos se fosse possível matar eles agora para mim seria mais fácil, não só por mim mas também por ele. Seria pura covardia e egoísmo da minha parte, alimentar esses sentimentos não só em mim, mas também no Enzo, ele não pode ficar preso a mim, eu tenho que ajudar ele a se libertar de mim, ele tem que seguir a vida dele sem mim, sabe com outra pessoa, melhor que eu. Por mais que isso me machuque muito agora, no final vai valer a pena.

  -Amor ?! - Me chama Enzo - Está tudo bem ?.

  -Oi - Respondo arregalando os olhos e fugindo de meus pensamentos.

  -Está-Tudo- Bem ? - Fala pausadamente.

  -Está sim - Dou um sorriso forçado enquanto encaro Enzo.

  Seu João tosse atrás de mim tirando a minha atenção do Enzo.

  -Tá tudo bem vô ? - Pergunta Enzo enquanto seu João está em transição de uma tosse para um engasgo.

  -Levanta os braços - Exclama irmã Luciene um pouco nervosa.

  -Encosta o carro - Pede Enzo.

  Eu parei e encostei o carro no acostamento, enquanto Enzo desceu do carro e foi ajudar seu avô.

  -Tá tudo bem vô ? - Pergunta Enzo - O senhor continua tossir assim ?.

Ângela Onde histórias criam vida. Descubra agora