Capítulo 7

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Chegamos ao prédio de Emília, não precisei me anunciar pois o porteiro já sabia quem eu era e eu tinha a chave do apartamento, então só subimos e entramos. 

_ Você quer uma água, alguma coisa?

_ Não, obrigada.

_ Tem certeza? Você tá muito nervosa, é  melhor pra você se acalmar.

_ Eu só preciso conversar.

_ Ok. Então me fala, o que aconteceu?

_ Meu pai apareceu hoje lá em casa.

_ O que? E o que ele falou?

_ Na verdade ele estava lá pra falar com a minha mãe, ele não queria me ver, só que eu voltei mais cedo da escola hoje, estava passando mal e quando eu cheguei ele já estava indo embora.

_ Mas ele falou com você? 

_ Eu não queria falar com ele, que assunto nós teríamos? " Oi pai, então, como foi sua vida nesses seis anos que você desapareceu e me abandonou aqui? E a sua nova família, vai bem?"

_ Então vocês não conversaram?

_ Depois que eu me recuperei do choque e a raiva passou um pouco eu aceitei conversar com ele. Nós saímos, fomos pra uma sorveteria que tem perto da minha casa. 

_ E aí?

_ Ele tentou dar uma desculpa do porque ter me abandonado, mas quando ele viu que eu não estava acreditando em nada, resolveu ser sincero comigo. _ Ela começou a tremer e estava a ponto de chorar_  Falou que não aguentava mais minha mãe, que era muito jovem pra criar uma criança e que se ele tivesse ficado minha vida seria muito pior do que é hoje.

Ela começou a chorar e a tremer cada vez mais, demorou uns minutos até que e recuperasse e pudesse voltar a falar.

_ Depois disse que, quando viajou, encontrou um trabalho e que agora vive bem. Quer dizer, ele, a esposa e as filhas, vivem bem.

_ E você perguntou o porque dele não te procurar esses anos todos?

_ Perguntei. Ele disse que sempre pedia noticias minhas pra minha mãe, mas que não tinha tempo pra me procurar, vivia ocupado no começo, quando conseguiu o emprego e quando ele conseguiu subi de cargo e chegar onde ele queria só piorou. Depois ele conheceu a Marisa, minha madrasta e eles se casaram e tiveram filhos e ele esqueceu de mim completamente.

_ Ele disse isso?

_Claro que não com essas palavras, mas eu vi, o jeito que ele me olhava. Ele me perguntou como eu estava, você sabe o que ele queria dizer, eu expliquei que estava fazendo terapia e que  estava melhorando.

_ Que bom, parece que ele estava preocupado com você.

_ É, talvez, eu não sei. Ele me perguntou como era a relação que eu tinha com a minha mãe, eu não disse com detalhes nem nada e nem falei que brigamos pelo menos uma vez por dia, mas eu falei que tínhamos um relação difícil. Voltamos pra casa e minha mãe já tinha voltado.

_ E o que ela disse?

_ Ela perguntou o que ele estava fazendo lá e quando eu vi os dois já estavam brigando e gritando na minha frente. Eu não sei como aconteceu, mas eles chegaram ao ponto do meu pai dizer que vai me levar pra morar com ele e minha mãe dizia que ele não tinha dado a mínima pra mim todos esses anos e que agora ele não tinha o direito de querer  me levar. Eles estavam lá discutindo sobre a minha vida na minha frente como se eu não estivesse lá, como se eu não tivesse o direito de decidir o que eu quero pra minha vida. Eles só fizeram o que eles vem fazendo a minha vida toda, esquecendo que eu existo, ou melhor, fingindo que eu não existo.

_ Calma, com certeza só fizeram isso porque estavam nervosos, não foi a intenção deles te deixar de lado.

_ Pode até não ter sido, mas eles fizeram e eu estou cansada disso, deles me negligenciarem tanto. Minha vida tem sido um inferno, por causa deles e eu não aguento mais. Enquanto eles estavam lá discutindo eu saí de casa, eu acho que nem perceberam. Saí correndo, não queria mais  ficar ali, quase fiz uma besteira.

_ Você não pode se deixar abalar assim por eles, eles não merecem que você faça isso com você, mesma.

_ Foi exatamente o que ele disse.

_Ele quem?

_ Michael.

_ O Michael?

_Sim, acho que ele mora perto de onde eu estava, não sei. Ele me viu e percebeu o que eu ia fazer, mas ele me impediu. Nós conversamos, eu contei pra ele o que eu tinha, não como eu contei pra você claro, mas eu resumi. Ele me disse a mesma coisa que você e disse que eu era muito especial.

_ Ele esta certo, ainda bem que ele estava lá, não é?! Parece que esse garoto gosta muito de você. 

_ Eu não sei, talvez estivesse com pena, sei lá. Mas mesmo se for isso, eu fico feliz por ele estar lá.

_ Eu também. Mas não acho que ele tenha feito isso por pena, acho que ele se importa com você. 

_ Depois ele me acompanhou até minha casa e eu te liguei._ ela desconversou.

_ E que bom que você fez isso. Acho importante você saber que pode confiar em mim. 

_ Será que eu...poderia...dormir aqui? Só essa noite, eu juro. Só não quero ter que encarar meus pais ainda.

_ Eu não sei se é uma boa ideia, sua mãe pode achar isso antiprofissional, a casa nem é minha...

_Por favor Âmbar! Se eu for pra casa agora e os ver eu não vou suportar, por favor.

_ Tudo bem, mas só hoje.

_ Claro.

_ Vem, eu vou pedir uma pizza e você escolhe um filme na Netflix pra nós vermos. Você precisa se acalmar.

_Obrigada Âmbar, você é muito importante pra mim, é a única pessoa em que eu confio.

Ela me abraçou forte e enterrou sua cabeça em meu peito.

_ Você também é muito importante pra mim Valu, eu espero que você nunca duvide disso.

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Desculpem pelo capitulo curto, mas agora que eu estou de férias vão vir capítulos mais longos e, eu espero, melhores. Votem e comentem o que estão achando da história ou o que vocês acham que vai acontecer, deem ideias. Saber o que vocês estão achando me motiva a continuar cada vez melhor.

Bjs. Até o próximo capitulo.



Forgive me, Forget meWhere stories live. Discover now