Capítulo 14

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Depois de conversar com a minha mãe nós passamos um tempo juntas como a muito tempo não fazíamos. Cozinhamos ( mesmo que eu tenha provavelmente queimado uma boa parte) e rimos muito. Mas logo ela teve que ir embora e eu me aprontar para ir ao consultório.

Na hora do almoço segui para o restaurante, hoje iria almoçar sozinha já que Emília teria que ficar treinando com os meninos da equipe.
Me sentei na minha mesa de sempre e estava esperando que alguém viesse me atender quando ouvi alguém gritando

_ Meu Deus, não acredito, olha quem tá aqui amor!

Olhei para onde estava vindo essa gritaria e vi duas amigas minhas da faculdade. Lívia e Isadora.

_ Âmbar Smith, o que faz por aqui?_ gritou Lívia.

_ Amor para de gritar pelo amor de Deus, tá todo mundo olhando_ pediu Isadora envergonhada.

Elas eram duas brasileiras que estavam cursando a faculdade aqui e na época que eu entrei elas já estavam no penúltimo período.

Nós costumávamos sair muito juntas, pra festas e estávamos sempre conversando.

_ Meninas quanto tempo! Que saudade.

_ Oi Âmbar_ falou Isadora. Ela sempre foi a mais tímida das duas, sempre ficava mais no canto dela, não falava muito, mas era alguém muito bom de se conversar e...era a única que voltava sóbria o bastante pra levar a gente pra casa.

_ Ai Isadora, parece bicho, comprimento direito a menina, a gente não vê ela a anos._ e essa era a Lívia. Sempre foi a mais escandalosa das duas, a mais animada, a mais falante. Seu jeito no começo me irritou um pouco, porque se deixasse ela falava até com as paredes, mas depois de um tempo eu vi que ela na verdade é uma ótima pessoa.

Eu juro que eu não sei como as duas deram certo.

Depois que elas acabaram a faculdade voltaram para o Brasil e nós, infelizmente, perdemos contato e nunca mais nos vimos. Bem, até agora.

Parece que esse restaurante gosta de trazer meu passado de volta.

_ Sentem aqui comigo. O que vocês estão fazendo aqui, não tinham voltado pro Brasil?

_ Sim, voltamos, mas estamos aqui em uma convenção que vai ter, várias palestras, mais descobertas e coisas pra gente estudar. Isso que dá fazer medicina._ disse Lívia

_ E vão ficar por quanto tempo, a gente pode marcar de sair e fazer alguma coisa._ falei animada

_ Acho que não vai dar, vamos ficar só mais dois dias._ falou Isadora.

_ Ah que pena..mas e a Aline? Porque não veio com vocês?

Aline também estudava na mesma faculdade que a gente. As três se conheciam desde a escola e vieram pra cá fazer faculdade juntas, elas eram muito amigas. Mas ela nunca foi muito social, quase nunca quase nunca saia com a gente e ficava muito no apartamento delas estudando. Eu não a conheci muito bem, mas nas poucas vezes que a vi parecia ser legal.

_ Aquela insuportável não quis vir com a gente._ disse Lívia

_ Ela tá trabalhando._ falou a Isadora.

_ É, mas ela ta trabalhando naquele hospital a um ano já sem nem uma semana de férias, podia vir com a gente ficar uns dias._ falou Lívia indignada.

_ Ela sempre foi muito dedicada._ falei.

_ Menina, você não vai acreditar em quem a gente encontrou cantando bêbado em um bar caindo aos pedaços lá no Brasil.

_ Quem?_ perguntei curiosa

_ Benício_ respondeu Isadora_ parece que ele vive disso agora.

_ O que??? Eu sabia que ele tinha largado a faculdade pra seguir esse sonho dele de cantar, mas não sabia que tinha decaído tanto.

_ É, nós também ficamos surpresas, ela ta acabado._ falou Lívia.

_ É, mas eu também não ligo. Estou até feliz que ele tá bem longe, em outro continente.

_ Mas parece que ele está pensando em voltar_ falou Isadora_ quando ele nos viu veio falar com a gente e disse que queria voltar.

_ Ele até perguntou de você, acredita? Disse que estava com saudades e que nunca te esqueceu e que você é o amor da vida dele._ falou Lívia revirando os olhos

Revirei os olhos também.

_ Mas ele tava muito bêbado, nem sei se é pra se levar a sério o que ele falou_ completou.

_ Espero realmente que não seja verdade.

Passamos o resto do almoço rindo e conversando, a Lívia falando sobre como Symon, ex da Isadora, ainda procurava ela e como ela tava indignada com isso, que era uma falta de respeito, enquanto eu e Isadora só riamos do seu ciúme.

Fazia muito tempo que eu não me divertia assim ( Emília que não escute isso), foi um almoço leve e foi muito bom reencontrar as meninas.

Depois do almoço fui a uma reunião no hospital onde ficava meu consultório que me ocupou o resto do dia e tudo que eu queria era voltar pra casa, tomar um banho e descansar.

E é claro que isso...não aconteceu.

Quando cheguei ao meu andar encontrei Simon me esperando na porta do meu apartamento.

_ O que você tá fazendo aqui? Ta me perseguindo?_ perguntei nervosa.

_ Ambar nós temos uma conversa pendente.

_ Não temos não_ falei entrando no meu apartamento sem nem olhar pra ele. Ele me seguiu.

_ Temos sim._ falou atrás de mim

_ Quem te deixou subir?_ perguntei mudando de assunto

_ Não tenta mudar de assunto Âmbar.

Merda

_ Você ia me dizer se ainda sente algo por mim.

_ Ia? Não me lembro.

Parei de andar quando senti suas mão segurando meus pulsos e me puxando.

_ Ambar, será que dá pra você parar de andar e olhar pra mim._ falou nervoso

Eu olhei em seus olhos e vi o quanto estávamos perto. Muito perto.

_ Só me diga...se você também está sentindo a mesma coisa que eu._ falou olhando nos meus olhos_ se me disser que não sente mais nada por mim e que não anda pensando em nós esses dias todos, como eu...eu saio por essa porta agora mesmo e te deixo em paz.

Percebi a intensidade das suas palavras e naquele momento eu não estava conseguindo raciocinar direito.

Ele estava falando que ia me deixar, finalmente, em paz. Não era isso o que eu queria? Que ele parasse de aparecer e que eu pudesse seguir a minha vida?

Então, porque eu não estava nem um pouco feliz ou aliviada? Porque tudo o que eu conseguia pensar era colar os nossos lábios e esquecer tudo?

Então eu fiz. Eu o beijei. Eu beijei o Simon.

No começo ele pareceu surpreso pela atitude, mas não demorou muito pra corresponder.

O beijo foi intenso, apressado. Repleto de saudade e palavras não ditas.

Fazia tanto tempo. Tanto tempo que eu não me sentia assim. Tão bem. Tão viva.

Ele pediu passagem com a língua e eu cedi.

Paramos o beijo por falta de ar e enquanto Simon ainda estava se recuperando e tentando entender o que aconteceu eu soltei

_Eu ainda gosto de você Simon.

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Hoje eu estou inspirada, att dupla pra vocês.

Porque será que a Ambar se sente tão culpada e arrependida? Agora será que finalmente ela dará uma chance pra relação dela com o Simon?

Esse capítulo foi dedicada as minhas duas amigas Lívia e Isadora que me pediram muito, muito mesmo, praticamente imploraram pra participar da fic (elas não vão ler até aqui mesmo kkk). Desculpa se a aparição delas ficou meio nada a ver.

Votem e comentem o que estão achando.

Aline.

Forgive me, Forget meWhere stories live. Discover now