"I'm your biggest fan
(Sou seu maior fã)
I'll follow you until you love me
(Te seguirei até você me amar)
Papa-Paparazzi
Baby there's no other superstar
(Amor, não há outra super star)
You know that I'll be
(Você sabe que eu serei)
Papa-Paparazzi"
-Paparazzi, Lady Gaga.
-Tem algumas coisas que você precisa saber antes de conhecer minha família. - Astrid quebrou o silêncio do Jeep, Soluço não a olhou, mantendo os olhos na estrda a frente. O brunch serbiu apenas para perder tempo e conhecerem a namorada socialite do Perna-de-Peixe e agora finalmente estavam na estrada para a cidadezinha onde Astrid anteriormente vivia. Ela continuou: - Primeiro e mais importante, minha mãe tem uma forte depressão, não sai do quarto e nem fala com ninguém há doze anos e minha irmã ainda é uma criança, então... - Ela não terminou e não precisou.
-E seu pai? - Soluço perguntou casualmente, mas o silêncio que se seguiu o alertou de que não devia insistir no assunto e ele não insistiu, ao invés disso, deixou que o silêncio reinasse mais uma vez.
Quando saíram da rodovia principal e entraram em uma de terra, Soluço jurou que se aquilo estragasse as suspensões de seu carro, Astrid estaria muito encrencada com ele.
Foram seis horas ao todo até que alcançassem a entrada da cidade, a placa que deveria informar o nome da cidade estava enferrujada e com letras apagadas, mas o nome era o menor de seus problemas. Aquele lugar parecia saído de um filme de velho-oeste: casas de madeira, estrada de terra e um velho sentado do lado de fora de uma das casas em uma cadeira de balanço e com um charuto na boca.
Soluço considerou seriamente parar o carro em qualquer lugar, esperar que Astrid descesse e acelerar de volta para a capital, mas reprimiu suas vontades ao imaginar os desastres que apareceriam nos tablóides se assim fizesse. Parou quando Astrid pediu e os dois desceram em frente a uma casa simples, de apenas um andar, as cortinas brancas esravam fechadas, mas as janelas estavam abertas, fazendo as cortinas balançarem levemente com a pouca brisa.
Astrid foi quem se aproximou da porta e bateu. Soluço se perguntou o por quê de bater, ao invés de simplesmente empurrar a porta e entrar, mas não perguntou, apenas esperou com ela pacientemente.
-Já vou! - Respondeu uma voz dentro da casa e passos apressados se aproximaram da porta.
A porta se abriu, revelando uma garota que aparentava ter pouco mais de dez anos e congelou quando seus olhos azuis se encontraram com a mais velha. Suas mãos cobriram a boca e lágrimas invadiram seus olhos antes que ela abraçasse com força a loira, molhando a blusa Gucci e Astrid riria ao imaginar o drama de Heather se não estivesse tão ocupada lutando contra as próprias lágrimas e abraçando com força a irmã.
Depois de mais algumas lágrimas, os três entraram na casa. A casa era pequena, a sala tinha apenas um sofá e uma mesa de centro, a mesa de jantar ficava na cozinha e Soluço podia ver as portas dos quartos.
-Cami, - Astrid quebrou o silêncio - esse é Soluço Haddock. Soluço, essa é minha irmã, Camicazi. - Astrid os apresentou, Camicazi secou os olhos com as mãos e secou as mãos nas calças jeans surradas e estendeu uma das mãos para Soluço que a cumprimentou sem fazer muita cerimônia. - Vou ver a mamãe, - avisou à adolescente - seja gentil. - Sussurrou para Soluço ao lado dela.
-Sou sempre gentil. - Respondeu também sussurrando. Astrid revirou os olhos, mas os deixou sozinhos ao entrar em um dos quartos.
-Você é da capital? - Camicazi quebrou o curto silêncio.
-Sou. - Respondeu ao passear pela pequena casa, não podendo deixar de notar algumas fotos na mesa de centro, na maioria fotos de Astrid com a irmã, mas uma em particular chamou a atenção do jovem empresário.
Era uma foto em preto e branco de Astrid, ela estava deitada em um pequeno sofá, um pouco de cabelo cobria seu rosto e ela parecia rir da piada mais engraçada do mundo. Era o tipo de foto que ele queria ver nos tablóides, com aquela leveza e felicidade natural que a foto transmitia e que fazia um pequeno sorriso torto aparecer em seus lábios.
-Quem tirou essa foto? - Perguntou antes que pudesse impedir as palavras e Camicazi se aproximou para ver a foto em questão.
-Daniel. - Respondeu. - É um amigo dela aspirante a fotógrafo, dizia pra todo mundo que ela era a "musa" dele. - Explicou e Soluço colocou a foto de volta no lugar, não gostando dos efeitos que esse Daniel parecia ter sobre Astrid.
-Mãe? - Chamou ajoelhada ao lado da cama, a mulher não respondeu, continuou imóvel e de costas para ela. Mas respirava e Astrid sabia que estava acordada. - Eu conheci um homem na Capital, ele tem me ajudado muito e veio comigo passar o fim de semana. - A mulher continuou em silêncio, apenas respirando. Astrid esperou mais alguns momentos, soltou uma respiração pesada e se levantou. Sem dizer mais nada, saiu do quarto.
Ao sair, encontrou Soluço sozinho sentado no sofá da casa, olhou para os lados, mas não havia sinal da irmã.
-E a Camicazi? - Perguntou se sentando ao lado dele.
-Disse que ia ao mercado. - Respondeu e mais uma vez ficaram em silêncio.
-Ele nos deixou. - Soluço se virou para ela, mas Astrid não olhou. - Meu pai, - explicou - foi embora quando eu ainda tinha nove anos. Camicazi mal havia nascido, minha mãe tentou suicídio depois que ele nos deixou e quando não conseguiu se trancou no quarto. Ela nos culpava por ele ter ido embora, - ela precisou fazer uma pausa quando sua voz falhou - disse uma vez que tudo estava bem entre eles até eu nascer e que ele tinha ido embora por culpa da Camicazi. Não falo sobre ele com a Camicazi porque não quero que ela se culpe.
-Você se culpa? - Soluço perguntou já sabendo a resposta, Astrid o olhou por apenas um momento antes de voltar a desviar o olhar. Se assustou ao sentir a mão dele na sua, entrelaçando seus dedos. - Não é culpa sua. - A voz dele era gentil, a fazendo esquecer lo empresário frio e calculista com quem convivia.
Olhou para ele novamente, mantendo as mãos entrelaçadas, um curto e leve sorriso apareceu em seus lábios e pela primeira vez Soluço sorriu de volta. Aproximou o rosto do dela devagar e Astrid foi a responsável por fechar o resto do espaço entre seus lábios em um beijo curto, inocente, mas que virava tudo de cabeça para baixo.
♠
A iluminação vermelha preencia o quarto, mas já não incomodava seus olhos acostumados com a iluminação. Com uma pinça, pegou o papel submerso e com a mão enluvada o pendurou em um dos muitos varais espalhados. A imagem lentamente aparecia: uma bela loira em um sofá, beijando um desconhecido por detrás de cortinas não inteiramente fechadas.
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Sugar Daddy
Fanfiction[LIVRO #1] Carros esportivos, iates e joias que valem mais de um milhão. Essas são coisas que Astrid Hofferson via apenas na ficção. Criada em uma pequena cidade do interior, saiu para tentar a sorte na cidade grande. Mas sua vida não era sequer a...