Camicazi Tem Um Namorado

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Camicazi estava temerosa quando segunda feira chegou. Ela não sabia qual seria a reação de seus colegas, mas rezava para todos os deuses para que estivesse errada todo esse tempo e que seus colegas continuassem agindo como se ela não existisse.

Hans e Merida esperavam a loira do lado de fora do portão da escola enquanto conversavam. Camicazi se aproximou e o assunto morreu antes que a loira fosse capaz de escutar o que diziam. Camicazi não conseguiu decifrar a expressão de Hans e por um momento temeu que o garoto estivesse ressentido por ela não ter contado antes.

-Como estão as coisas lá dentro? - Perguntou e foi Merida quem respondeu apesar de Camicazi não conseguir tirar os olhos de Hans, que continuava inexpressivo.

-Um caos. - Respondeu a ruiva.

-Mas não se preocupe, - disse Hans - Merida e eu vamos ser os seus guarda-costas por hoje. - Os olhos de Hans brilharam com humor e Camicazi sorriu.

-Ele vai ser o seu guarda-costas, - interrompeu Merida atraindo a atenção da melhor amiga - eu sou mais uma ascessora de imprensa. - Camicazi revirou os olhos, mas os três riram por um momento.

Hans se aproximou, apoiando o braço em volta dos ombros de Camicazi, a guiando para dentro da escola. Camicazi respirou fundo, mas não se afastou ou resistiu e os três passaram pelos portões. Erguendo a cabeça, encontrou Hans olhando para frente e a loira parou de andar antes que pudessem entrar no prédio. Hans parou, afastando o braço que a segurava pelos ombros e a olhando com a testa franzida e Merida se apoiou na parede da escola enquanto observava o drama se desenrolar.

-Você ficou bravo comigo? - Camicazi perguntou e a expressão confusa de Hans continuou em seu rosto.

-Bravo por quê? - Perguntou o menino genuinamente sem entender, Camicazi não havia feito nada que o tivesse aborrecido.

-Porque eu não te contei antes e você teve que descobrir tudo assim. - Camicazi encolheu os ombros. - Talvez tenha parecido que eu não confiava em você pra contar, mas isso não é verdade! - Camicazi se defendeu, mesmo que Hans não a tivesse acusando de nada. Seus olhos se encontraram e uma das mãos de Camicazi repousou sobre o lado direito do peito do rapaz, Hans se perguntou se ela era capaz de sentir seu coração acelerando. - Eu confio em você. - Camicazi deve ter percebido o quanto seu toque pareceu íntimo já que afastou a mão como se a tivesse queimado. O rubor em suas bochechas poderia ser facilmente justificado pela manhã quente, se alguém perguntasse. Camicazi limpou a garganta para se recompor. - Então, estamos de boa? Você não ficou bravo comigo?

Hans sorriu, voltando a apoiar o braço nos ombros da menina.

-Não. Estamos de boa. - Respondeu. Camicazi sorriu de volta.

Merida revirou os olhos, sem saber dizer qual dos dois era mais sonso.

♠️

Astrid não sabia bem o que estava fazendo. Quanto mais o tempo passava e a data do julgamento da mãe se aproximava, pior ficavam as coisas. Ela treinava com Throk para o julgamento por pelo menos duas horas por dia, mas ainda tinha que decidir se seria favorável à defesa ou à acusação - ou se sequer apareceria no julgamento.

Por um lado, a verdade dos fatos era que Emily era uma mulher completamente desequilibrada que merecia ficar presa em um hospital psiquiátrico por tempo indeterminado. Por outro, a mulher, ainda que louca, era sua mãe. Seria Astrid fria o suficiente para condenar a vida da mãe à paredes acolchoadas e remédio depois de ter se sacrificado tanto para que a mãe melhorasse?

Camicazi entenderia se Astrid ficasse do lado da acusação ou a mais nova a odiaria por deixar que tudo isso acontecesse?

Astrid não podia evitar sentir que uma imensa injustiça estava sendo feita contra ela. Tinha vinte e dois anos, deveria estar se preocupando em terminar uma faculdade e não com toda essa merda, Astrid tinha sido obrigada a crescer rápido demais, a ser adulta e responsável, era pedir demais poder esquecer essas responsabilidades por apenas um momento? Por que tinha que ser ela quem sempre deveria se sacrificar pelo bem dos outros? Por que todos podiam ser egoístas e ela não?

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