Serei sua prostituta

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-Obrigado, Comissário. - Ele agradeceu, apertando a mão do Comissário. Cabeça-Quente olhava para Astrid e de volta para Soluço, a Thorston se sentia no meio do estopim de uma guerra. Soluço se aproximou de Astrid, a segurando pelo braço sem machuca-la. - Vamos. - E a foi puxando para o estacionamento dos fundos da delegacia, para não serem vistos.

Astrid tentava acompanhar os passos apressados dele, uma tarefa difícil com a dor de seus saltos. Ela pensava quais tipos de punição teria, ela não sabia se sua prisão tinha repercutido, mas a falta de papparazzi na delegacia a dizia que, de alguma forma, Soluço abafara o escândalo.

No estacionamento, ela viu a Maseratti de Cabeça-Quente e o Rolls Royce com o motorista de Soluço - sabia que Soluço detestava dirigir e apenas o fazia em situações muito específicas.

Ele a soltou e Astrid se encolheu quando ele se virou para vê-la. Soluço normalmente era um homem inexpressivo, talvez por anos sendo treinado para ser um homem de negócios, sabia que uma expressão errada podia custar milhões, por isso se esforçava para que suas emoções não fossem transmitidas por seu rosto, mas por seus atos. Mesmo assim, naquele momento, ele estava irritado e aquilo era visível em seu rosto. Astrid nunca o tinha visto irritado e não sabia o que devia esperar da situação.

-O que tinha na cabeça?! - Ele perguntou com cuidado para não elevar a voz. - Tem noção do estrago que um escândalo desse porte causaria?! - Astrid não tinha uma resposta e sabia que Soluço não estava atrás de uma. - Entre no carro, vamos pra casa. - Ela apenas assentiu e caminhou até o Rolls Royce, Soluço a seguia, mas parou quando Cabeça-Quente entrou na frente.

-Por que eu não a levo pra casa? - Sugeriu. - Você ainda precisa voltar para a empresa, apenas se atrasaria. - Ele sabia que Cabeça-Quente tinha razão, mas seus olhos continuavam grudados em Astrid atrás dela que ainda não tinha entrado no carro.

Soluço se endireitou ajeitando o terno. Ele percebeu que Astrid estava desconfortável com seu olhar constante, mas a culpa era dela, ela havia procurado aquilo ao se comportar como uma criança mimada.

-Muito bem. - Disse por fim e seus olhos pararam em Cabeça-Quente. - Mas ela vai direto para o apartamento e não vai sair de lá. - Cabeça-Quente assentiu e ele voltou a olhar para Astrid. - À noite conversamos.

Astrid e Cabeça-Quente entraram na Maseratti e Soluço continuou até o Rolls Royce. Os carros saíram juntos indo para direções diferentes e Soluço precisou afrouxar um pouco a gravata para poder respirar fundo.

-O que tinha na cabeça? - Cabeça-Quente perguntou sem sequer se dar o trabalho de olhar Astrid de relance. - Se queria ver Soluço enfurecido, meus parabéns, conseguiu. -Astrid sentiu um nó se formar na garganta e lágrimas quentes queimarem seus olhos.

-Não queria nada disso. - Respondeu. - Honestamente não sei o que aconteceu. - Deuses, Soluço estava tão furioso com ela! Ela não devia se importar, mas se importava por algum motivo.

Cabeça-Quente balançou a cabeça. É claro que ela não entenderia o deslumbre que levara Astrid a tais erros por sempre ter vivido na alta classe. Mas mesmo ela, que convivia com Soluço desde a infância, nunca o vira tão irritado como hoje, ele parecia estar à beira da insanidade e honestamente ela tinha se assustado.

Cabeça-Quente a deixou no apartamento como disse que faria, mas não pôde ficar com ela. Astrid tirou o dia para dormir e cuidar da dor de cabeça, talvez se estivesse descansada suportaria melhor a discussão com Soluço. A cada hora que passava, depois de acordar, ela ficava mais nervosa como uma adolescente pêga mentindo para os pais.

Então ela se distraiu o máximo que conseguia, com a televisão ou qualquer outra coisa que aparecesse. Heather não tinha chegado da própria farra desde a noite passada e provavelmente não chegaria até a madrugada e Astrid estava feliz por não fazer a melhor amiga presenciar tal cena.

Sugar DaddyOnde histórias criam vida. Descubra agora