Onze Shots De Tequila

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"Super brainly little girls are never gonna learn this
(Garotas super inteligentes nunca vão aprender isso)
Super pretty girls will always win because we own it
(Garotas super lindas sempre vão vencer porque somos melhores)
Watch me get that diamond ring
(Me veja conseguir aquele anel de diamantes)
Platinum-covered everything
(Tudo coberto por prata)
I've got so much time to kill
(Tenho tanto tempo pra desperdiçar)
His black card pays for all my bills
(O black card dele paga todas as minhas contas)
Boys annoy me, they just can't afford me
(Garotos me irritam, eles não conseguem me manter)
When I want it, I get it
(Quando quero, consigo)
'Cause I'm sugar daddy's little girl
(Porque sou a garotinha do Sugar Daddy)
Max your credit, you won't regret it
(Aumente seu crédito, não vai se arrepender)
When you want it, you get it
(Quando você quer, consegue)
'Cause I'm sugar daddy's little girl
(Porque sou a garotinha do Sugar Daddy)"
-Sugar Daddy's Little Girl, Accidental Airplay.

Seu primeiro ato de "rebeldia" aconteceu tão logo chegaram na cidade. Na noite de domingo, depois de Soluço deixar a loira no aprtamento dela nos Jardins de Freya, ela decidiu responder positivamente a um convite que tinha encontrado em seu e-mail dias antes.

A festa seria dada por um rapper naquela noite, Astrid nunca tinha ido a um evento daquele tipo, mas sabia o qie acontecia neles e uma festa regada a álcool, drogas e sexo era tudo o que ela precisava para começar a proclamação de sua independência. Mas, hey, sugar babies iam a festas o tempo todo e Soluço queria uma sugar babie, por isso a "comprou", certo?

A festa acontecia na mansão do rapper e apesar de ser tarde e ninguém estar com roupas de banho, pessoas pulavam ou eram jogadas na pscina. Cervejas eram servidas, música alta ensurdecia os convidados e as luzes piscantes eram desnorteantes, seu salto alto machucava seus pés e ela não gostava dos olhares indiscretos para o decote em seu vestido.

-Astrid Hofferson! - A voz a chamou mais alta do que a música e o rapper (cujo nome na verdade não importa) olhava para ela com um sorriso torto e os braços cobertos de tatuagens abertos com uma garrafa de cerveja em uma das mãos. - A princesa de Berk! - Ele estava visivelmente bêbado, mas Astrid não o afastou quando se aproximou para abraça-la. O abraço foi inocente, um breve cumprimento e ele tinha se afastado outra vez, sem comentários desnecessários ou mãos bobas. - Não esperava que viesse mesmo!

Ela sorriu.

-Espere o inesperado! - Ele riu alto e deixou que Astrid saísse para se divertir.

Astrid não conhecia ninguém ali, mas não era surpresa já que na festa tinham apenas atores e cantores  (e quem sabe um criminoso ou dois) enquanto Astrid conhecia apenas a nata da elite formada por empresários e socialites, mas se enturmar não foi difícil - e sem nenhuma dose de tequila! Pinos de cocaína eram distribuídos como se fossem analgésicos em um posto de saúde, mas Astrid não tinha coragem de ficar chapada ou bêbada - viu com seus próprios olhos o que a bebiba em excesso causava quando ainda era uma criança e não cometeria aquele erro.

Astrid é claro, não era tonta, sabia que tinham papparazzis na festa e que um bom jeito de chamar a atenção dos tabloides seria ficando louca de pó, mas por mais que quisesse que Soluço perdesse o sono por causa das manchetes, não se sujeitaria àquilo. Não, tudo o que fizesse faria sóbria para que ele soubesse que ela tinha plena capacidade de tomar suas decisões.

Naquela noite Astrid não rendeu mais do que algumas matérias em um blog de revista adolescente e uma tag que sequer chegou ao topo no Twitter, mas por enquanto ela estava satisfeita em apenas tornar pública sua aparição na tal festa.

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No início era tudo para chamar atenção: as roupas mais atrevidas, os gastos mais elevados, a reputação de "diva" que tinham dado a ela (embora não no mal sentido), mas uma mentira contada mil vezes é tida como verdade, certo?  E foi extamente o que aconteceu. Astrid ficou tão boa em fingir que fazia parte daquele mundo de glamour e drama que não conseguia mais acordar para a realidade e o pior de tudo? Soluço sequer se importava.

Festas? Ela não causava nenhum um escândalo  (sempre fiel a sua regra de nada de drogas ou álcool). Gastos? Ele ganhava mais do que ela era capaz de gastar, então dinhero não era um problema e se ela queria gastar quinhentos mil em colares da Tiffany, não seria ele quem impediria.

É claro que estava indo tudo bem até Astrid ser presa. Sim, presa por desacato e jogada em uma cela provisória junto com uma prostituta. Tudo começou, como sempre, em mais uma festa em plena terça feira à noite.

A loira e o jogador de basquete estavam sentados spzinhos sozinhos em uma mesa, um de frente para o outro, entre eles vinte copos de shots de tequila, quem bebesse mais shots em menos tempo vencia. O prêmio? Nada além da satisfação de vitória. Naquela noite Astrid esqueceu todas as consequências do álcool - alguns shots não podiam machucar ninguém. Então, indo contra tudo o que um dia foram seus princípios, virou os copos um a um, onze doses em menos de um minuto e a satisfação de, mesmo inexperiente, vencer o "joguinho".

Depois disso, ela não estava apta para ir pra casa sozinha - ou sequer para ir pra casa -, mesmo assim, as outras pessoas da festa já estavam tão bêbadas que sequer perceberam quando ela saiu para pegar o carro. Vinte metros depois, a frente da Ferrari estava amassada contra um muro; ela não se machucou graças aos airbags, mas quando a polícia chegou para tira-la do carro e apreender o veículo, ela surtou, proferindo adjetivos não muito elegantes para o policial, então ele a prendeu e agora ela estava em uma cela com dois metros de largura e comprimento, de ressaca, confusa e como colega de uma prostituta chamada Carla.

Seus saltos machucavam os pés por ficar com eles a noite inteira, seu vestido era desconfortável por ser curto e ela precisar ficar com as pernas cruzadas o tempo todo, os cabelos antes perfeitamente ondulados estavam presos em um coque desajeitado, suas pálpebras estavam pesadas pela falta de sono e ela podia jurar que as pontadas em sua cabeça acabariam por mata-la.

A sensação de medo a invadiu quando imaginou o que Soluço faria se descobrisse. Não, ele não podia sequer sonhar que ela estava naquela situação, os policiais disseram que ligariam para Cabeça-Quente e ela sabia que a amiga não a entregaria, então com sorte ela apenas precisaria explicar o sumisso da Ferrari - aquilo não era não tão difícil.

-Hofferson, - a voz do policial atrás das grades apenas contribuiu para a dor de cabeça da jovem mulher - sua fiança foi paga! - Astrid soltou uma respiração e saiu da desconfortável cama. O policial abriu a grade e ela saiu sem ser tocada, sendo brevemente guiada para a "recepção" da delegacia.

Congelou, ali, ao lado do Comissário estavam Cabeça-Quente e Soluço. Com apenas um olhar para a amiga Astrid soube que não tinha sido ela quem ligou para o Soluço e, falando nele, ele a encarava inexpressivo e ela rezava para que o enjôo em seu estômago fosse pela ressaca e por medo das consequências.

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