Pesadelo

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"I was choking in the crowd
(Eu estava engasgando na multidão)
Building my rain up in the clouds
(Acumulando minha chuva nas nuvens)
Falling like ashes to the ground
(Caindo como cinzas no chão)
Hoping my feelings, they would drown
(Esperando que meus sentimentos se afogassem)
But they never did, ever lived,
(Mas nunca se afogaram, viveram pra sempre)
ebbing and flowing inhibited, limited
(Vazando e fluindo, inibido, limitado)
Till it broke open and it rained down
(Até que romperam e a chuva caiu)
It rained down, like
(Choveu como a)
Pain!
(Dor!)
You made me a,
(Você me fez)
you made me a believer
(Fez de mim alguém que acredita)
Pain!
(Dor!)
You break me down,
(Você me destrói)
you build me up, believer
(Me reconstroi como alguém que acredita)
Pain!
(Dor!)
I let the bullets fly, oh let them rain
(Deixo as balas voarem, deixo que chova)
My life, my love, my drive, they came from
(Minha vida, meu amor, meu ímpeto vieram da)
Pain!
(Dor!)"
-Believer, Imagine Dragons.

-Senhorita Hofferson, vamos continuar de onde paramos ontem. - A voz de Atali era a única coisa que quebrava o total silêncio do tribunal. - Nós já sabemos que, enquanto estavam juntos, a Ré e a vítima formavam um ambiente tóxico, mas como ficaram as coisas depois que seu pai foi embora? 

-Depois que meu pai foi embora, minha mãe tentou cometer suicídio. - Respondeu. - Como ela não conseguiu, ela passou a ignorar completamente a nossa existência. 

-Quando diz "nossa" se refere a você e sua irmã? 

-Sim. Emily passava a maior parte do tempo dentro do quarto e não falava com ninguém, um psiquiatra a visitou no ano passado e receitou alguns atidepressivos, mas ela não os tomava. 

-Em outras palavras, sua mãe te abandonou com a sua irmã, que na época era apenas um bebê? 

-Eu não estava completamente abandonada porque uma vizinha me ajudou muito até os meus quatrorze anos, quando ela infelizmente faleceu, mas depois disso Cami e eu estávamos completamente sozinhas. 

-Se sua vida com a Ré era tão terrível como faz parecer, por que voltou naquele dia? - Perguntou Atali. - Era seu aniversário, você estava vivendo um verdadeiro conto de fadas com um dos homens mais ricos do Arquipélago e podia ter ido para qualquer lugar do mundo. Por que voltar para aquela casa? 

Astrid respirou fundo, mas não hesitou em responder. 

-Meu pai tinha voltado para me ver na noite anterior, ele pediu perdão por todo o tempo que ficou longe, mas eu tinha medo de que ele só estivesse dizendo aquelas coisas por causa da minha relação com o Soluço. - Ela fez uma pausa que não durou muito. - Então eu tive a ideia de voltar porque eu queria que ele visse como estavam as coisas, eu queria que ele entendesse que não tinha abandonado apenas a mim naquele dia. Era como a minha vingança por todos aqueles anos.     

-E o que te fez mudar de ideia sobre o seu pai?

Dessa vez a pausa de Astrid foi longa e ela tentou lutar contra as lágrimas que se formavam em seu rosto quando as memórias daquela noite invadiram sua cabeça.

-Eu mudei de ideia quando vi meu pai no chão com todo aquele sangue por minha culpa. - A voz de Astrid era um pouco trêmula pelas lágrimas que reprimia.

-Por que diz que foi sua culpa?

-Porque eu deveria ter recebido aquela facada. Emily estava tentando me matar.

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