Esse capítulo será da Lara.
Boa leitura 🖤.Estava na sala, sentada na minha cadeira desanima. Porque a Úrsula está demorando tanto? Ela vive se atrasando, isso é um saco. Acho que vou dar um relógio de aniversário a ela.
Então ela entrou e eu me senti bem melhor. Atrás dela vinha uma garota, garota nova eu acho.
Com a pele queimada de sol, cabelos meio rebeldes que paravam no meio das costas. E um lindo sorriso. Parecia ser tímida, mas muito simpática.
O nome dela era Maya, a Úrsula disse.
Quando nos demos a mão, para comprimentar. Senti sua mão, macia e quente. Desejei que aquilo durasse por mais tempo...
"Ah agora sim, a Lara está feliz. Um casal sapato hahaha" Disse a Luciana para todos ouvirem. Senti meu rosto queimar na hora e me afastei de Maya.
"O que você disse garota?!" Foi Maya quem disse, para minha surpresa.
"Hahaha, a sapato fala. Tem que compensar, já que a outra é muda né gente." Ela estava falando de mim. Porque ela simplesmente não me esquece, eu nunca fiz nada de mal a ela.
"Qual é o seu problema garota?" Disse maya, com coragem. Com tanta bravura que me deu orgulho.
"Ah garota você acha isso normal? Porque eu não acho e nem vou agir como se fosse." Percebi a cara de repulsa da Úrsula. Todos quietos prestando atenção, só queria que aquilo acabasse logo.
"Ninguém te perguntou se é normal ou não, e sua opinião não importa se você não faz parte do relacionamento da pessoa. Qualquer forma de amor é valida e certa. Só não é certo uma pessoa mal amada, atacar os outros a troco de nada. Então a menos que peçam sua opinião, finja ter um pouco de educação e pare de se meter na vida dos outros. E vá em busca de amor, porque a falta de amor é o que torna as pessoas amarguradas e venenosas igual a você." Maya disse com a voz firme. Coragem, é o que define Maya. Ela é corajosa, não se calou, rebateu e sem descer o nível. A partir daquele momento comecei a admirar, ainda mais...
A cara da Luciana me fazia sentir vingada por tudo o que ela me fez passar. Na época da "brincadeira" que ela fez comigo, espalhando que eu era lésbicas. Muitas meninas me viraram a cara, só por ser mente fraca. Só por medo de serem maltratadas por Luciana se não agissem do jeito que ela desejava.
Claramente Maya não é uma dessas pessoas, e isso me deixou muito alegre.
Ela se sentou no fundo, sentei na cadeira ao lado dela para podermos conversar mais. Passamos a aula inteira conversando. Maya veio de uma cidade pequena, morava com seus avós em uma casa na praia. Seu avô era pescador, mas como as coisas dificultaram lá. Ela veio morar com os pais na cidade. E agora ela estava aqui, bem do meu lado.
É errado se sentir feliz por peixes não caírem na rede do avô de Maya?
Durante o intervalo Úrsula propôs que fossemos tomar sorvete, topei na hora.
Durante o caminho fomos conversando sobre coisas variadas, gosto musical, comidas e séries.
Estávamos escolhendo nossos sabores, quando repassei pela vigésima vez o que Maya disse a Luciana mais cedo. Não pude me conter e disse:
" O que foi aquilo? Você esculachando a Luciana, foi de mais" As palavras saiam sozinhas da minha boca.
"Eu estou acostumada. Por ser gay, as pessoas ficam o tempo todo jogando piadinhas. Tem vezes que eu ignoro, porque ficar debatendo o tempo todo cansa. Mas tem certas coisas que não dá para ignorar né."
O que? Gay? Maya é gay?. Eu não acredito nisso, úrsula também não parecia acreditar. Trocamos um olhar cúmplice que Maya percebeu.
"O que foi, você não conhecem ninguém gay? Porque a cara que fizeram, foi como se nem soubessem que existisse."Maya disse ofendida.
"Não é isso, é que..." Úrsula disse, mas parando como quem diz que eu deveria continuar a história.
"E que Luciana já fez uma brincadeira de mal gosto comigo e..." então eu continuei.
Fui desabafando tudo,e quando percebi meu sorvete já tinha acabado. Maya ficou indignada e quiz ir no mesmo momento na secretaria reclamar, porque isso não estava certo e ela não podia fazer isso. Mas sabendo que não ia dar me nada, deixou pra lá. Entrou o assunto logo mudou, é o clima voltou a ficar leve. Fico nervosa sendo o centro das atenções.
Maya nos chamou para passar a tarde na casa dela. Achei meio inesperado acabamos de nos conhecer, ela parece não ter muitos amigos porque acabou de chegar. Que sorte a minha porque eu também não tenho muitos, e estou gostando da companhia dela...
A casa dela era pequena e simples, mas cores vivas e plantinhas davam personalidade a casa.
Colocamos músicas infantis e balançamos no ritmo. Entre uma música é outra me pegava encarando Maya, e quando ela via sustentava o olhar. Era tão fácil me perder nos olhos dela, profundos e corajoso que encaram até o fim.
Fiz pipoca e queimei algumas. Depois, Maya decidiu fazer um bolo para lancharmos e foi bem melhor que pipoca queimada.
Ela prendeu cabelo em um grande coque no alto da cabeça, deixando sua nuca exposta. Algo que chamou minha atenção, mais do que o normal.
Maya é o tipo de garota que chama atenção, não por ter um corpo escultural ou algo assim. Mas por ter um lindo sorriso e uma sensualidade natural. Cada movimento que ela faz é feito com graciosidade, nunca tinha visto alguém assim.
Porque estou reparando tanto nisso?
É errado estar pensando assim? Nunca pensei assim a respeito de ninguém, melhor deixar isso para lá.
O dia passou num piscar de olhos, e foi sem dúvida um dos melhores dias que já tive.
Antes de ir embora, Maya me deu um abraço. Ela tem um perfume doce, não tão doce. Mas marcante e original.
Seu corpo é fofo, não dá vontade de soltar.
Um beijo estalado na bochecha, e fomos embora.
Quando cheguei em casa minha mãe estava rezando o terço, e perguntou se eu havia rezado hoje. Não, eu não tinha feito.
E nem consegui fazer, toda vez que fechava os olhos, o sorriso de Maya invadia minha mente e seu perfume me fazia levitar.
Não, não pode ser.
Eu tenho que rezar, rezar para que não seja isso.
Adormeci com as mãos unidas, repetindo " não pode ser, não pode ser" como se fosse um mantra.
Acordei com vontade de me arrumar. Coloquei uma das roupas favoritas, um macaquinho vinho de veludo e uma blusa de manga listrada de gola alta. Fiz maria Chiquinha, estava com preguiça de arrumar o cabelo.
Eu gosto do meu cabelo azul, mas às vezes me enjoa. Mas cinco minutos depois eu volto a ama-lo.
Cheguei na escola, fui empolgada para o fundo da sala.
Úrsula já tinha chegado e veio falar comigo:
"Oi, que roupa linda Lara." Ela disse olhando para mim.
"Ah valeu, eu adoro essa roupa."
"Algum motivo de especial? Ou alguém..." Úrsula disse com uma cara sapeca.
"De quem vocês estão falando?" Maya surgiu do nada, nem percebemos.
"Lara você está uma graça com esse cabelo, e essa roupa. Você está muito fofa." Maya disse, enquanto né media de cima a baixo. Senti meu rosto queimar.
"Eu preciso ir ao banheiro, Úrsula vem comigo?" Eu disse, já arrastando a Úrsula atrás de mim. E deixando Maya sem entender nada.
" Você tá bem?" Úrsula perguntou quando chegamos ao banheiro.
"Eu tô, é só que... é...que..." Eu estava gaguejando, odeio quando isso acontece. Me sinto uma boba.
"Lara, pode falar. Você sabe que eu sou sua amiga né? Eu posso te ajudar." Ela disse segurando minhas mãos.
"Eu ... E que... Eu acho... Que a Maya...gosta de mim." Eu disse encarando meus pés.
"Hahaha, é isso?" Ela disse parecendo se divertir mesmo.
"É sério. Eu acho, ela me olha diferente, eu não sei..." Eu disse olhando seria para Úrsula. Pra ela entender que pra mim é sério.
"Lara, fica calma. Eu percebi, só um cego não perceberia. Saiu faíscas de vocês assim que se conheceram ontem." Ela disse num tom leve.
O que? Então era verdade. E era perceptível. Então, só eu que não notei? Como posso ser tão lerda.
"Ela gosta de mim? Ai meu deus." Eu disse um pouco de mais.
"Qual é o problema Lara?" Úrsula disse preocupada.
"Eu acho que gosto dela também." Minha voz saiu num sussurro.
"A é? Que ótimo, vocês vão fazer um casal lindo." Ela estava empolgada.
"Não, não vamos. Minha mãe não vai deixar, ela vai me expulsar. Ela é muito religiosa Úrsula. Eu não posso gostar dela não posso. E Maya não deve gostar de mim, deve ser loucura da minha cabeça. Ela é tão bonita e voraz, porque gostaria de alguém tão sem graça quanto eu?" Eu estava sem fôlego, eu não posso gostar de Maya.
"Lara para com isso, se sua mãe te ama ela vai entender. Pode ser difícil, mas ela vai entender. E você não é sem graça, você não tem nada de sem graça. Você é gentil, doce e engraçada. Você é de mais. E quem é sem graça e tem um cabelo azul? Vai conversar com a Maya. E depois se você tiver certeza disso, posso ir com você conversar com a sua mãe. Tudo bem? Você só não pode fugir de quem você é." Úrsula disse tudo de uma vez, disse tudo o que eu precisava ouvir.
Ficamos abraçadas por um tempo enquanto ela afogava meus cabelos, até eu me acalmar.
Voltamos para sala e aula já tinha começado.
Durante o intervalo eu conversaria com Maya, estou decidida.
Mas o que eu vou falar pra ela? Eu não sei, estou com medo.
"Maya, podemos conversar?" Eu disse enquanto me aproximava da mesa dela, assim que o sinal tocou.
"Claro que sim Lara." Ela disse com um tom preocupado.
Então lá estávamos nós, sentadas na sombra, embaixo da árvore. Enquanto o sol batia na grama em volta. E o vento agitava as folhas acima das nossas cabeças. O dia estava lindo.
Estava nervosa, Maya estava sentada próxima de mim. De pernas cruzadas viradas pra mim.
De longe vi, Collin e Úrsula conversando, eles parecem estar se dando bem. Que bom, Collin merece amigos verdadeiros, amigos como úrsula.
"Lara, está tudo bem" Maya disse, parecendo já não aguentar mas o silêncio que pendia entre nós.
"Estou, quer dizer... não...eu..." Eu estava nervosa, encarando meus pés.
Sentei direito, arrumei minha postura, respirei fundo e olhei pra ela.
"Eu estava, estava bem, normal. Até você chegar."
"Mas, eu pensei que você estava gostando da minha amizade Lara." Ela parecia quase triste. Droga, eu faço tudo errado.
"Eu estou, estou gostando, adorando. E que eu nunca conheci alguém como você, corajosa, brava, esperta e linda. Eu nunca senti por alguém, como eu me sinto em relação a você. Você me deixa nervosa, ao mesmo tempo que quero correr pra longe quero estar o mais perto possível de você. Eu... Eu nunca me senti assim..." E eu estava encarando meus pés de novo. Meu Deus eu disse tudo. Que vergonha. Me senti ficando quente.
"Ei" ela disse levantando meu rosto com delicadeza, fazendo com que eu encarasse seus olhos.
" Tudo bem se sentir assim. Assim que eu te vi, eu também fiquei nervosa. Você é tão fofa, tímida e doce. E quando conversamos eu pude ver que você é muito mais do que só isso. Eu também estou adorando passar esse tempo com você. Eu... Eu só não sabia se você era ou não, sabe?"ela disse devagar, como se fosse para eu assimilar cada palavra.
Então ela realmente tem interesse em mim, e está gostando do nosso tempo juntas.
" Ta ai, nem eu sabia...ou não sei...eu estou tão confusa." Eu disse com sinceridade. Eu estava cansada de não saber.
"O que eu posso fazer pra te ajudar Lara?" Ela disse chegando mais perto.
E eu senti o seu perfume invadindo minhas narinas e embolando meus pensamentos.
Só existia Maya, Maya e seus grandes olhos profundos, Maya e sua pele queimada de sol, Maya e seus lábios esculturais.
Devagar, eu me aproximei.
Selei nossos lábios. Como quem pede passagem, e Maya passou sua mão pela minha nuca e pressionou de leve. E assim começamos um beijo de verdade, lento, ritmado e com gosto de morango.
Nunca tinha me sentido assim, quando nossos lábios se tocaram, foi como se uma carga elétrica tivesse corrido todo meu corpo em bancos segundos. Foi como se eu tivesse vivido minha vida inteira, só para chegar naquele momento. No momento em que eu me senti, encaixar e dissolver na boca de alguém.
Nós afastamos apenas quando nos faltou o fôlego. Eu abri meus olhos e vi Maya, com um grande sorriso estampado no rosto.
Então eu tive certeza, eu gosto de Maya.
Eu sou lésbica. E não vou esconder mais isso. Acho que na verdade eu sempre soube, mas nunca quis assumir a mim mesma.
"Então, como você se sente?" Maya disse fazendo carinho na ponta do meu queixo. Com um sorriso sapeca.
"Eu não sei. Acho que vamos ter fazer denovo, pra mim ter certeza sabe?" Eu disse rindo.
"Cala a boca." Maya disse já me puxando para mais um beijo.
Beijos que duraram a tarde inteira.
"Olha, eu vi aquela cena ali no pátio. E fiquei com inveja. Ta bom dona Lara?" Úrsula disse enquanto caminhavámos para fora da escola.
" Para com isso. Você poderia estar fazendo isso com alguém, era só para de implicar com ele" eu disse mexendo com ela.
"Com ele? Você tá falando do Collin? A fala sério, esse que garoto implica comigo. Deus me livre." Ela disse com uma falsa bravura na voz.
"Hahaahhaha ta bom. Ah...droga..." Foi quando eu lembrei que tinha que conversar com a minha mãe. Meu humor advogou acabou de ir ralo a baixo.
"O que foi?"
"Minha mãe, vou ter que conversar com ela. Eu estou com medo Úrsula."
"Boa precisa ter medo, você é corajosa conseguiu falar com Maya e vai conseguir falar com a sua mãe. E se você quiser eu posso ir com você." Ela disse tentando me passado confiança.
"Obrigada. Mas tenho que resolver isso sozinha"
Úrsula fez questão de me levar até em casa, me dar um abraço e dizer:
"Qualquer coisa me liga. Pode ser a qualquer hora tá? E lembre-se sua mãe te ama. Ela pode ficar assustada e falar um pouco a mais. Mas te ama." Ficamos abraçadas por um tempo, soltei do abraço e entrei em casa.
"Mãe?! Você está em casa?!" Eu disse dando uma volta pela casa.
"Oi querida. O que foi?" Ela disse enquanto me dava um beijo, na testa.
Ela parecia calma, vai ser agora.
"Então mãe, eu sou lésbica." Ouvir isso saindo da minha própria boca, dava um tom de realidade. Como se agora de fato, eu soubesse o que eu era.
"O que?!" Ela disse assustada.
"Minha filha, você só pode estar confusa. Tudo bem, que eu nunca te vi com nenhum rapaz. Mas também não é pra tanto minha filha. Pare de falar besteiras!" Ela estava ficando irritada, como se eu estivesse fazendo isso para ataca-la.
Me senti mal, me senti errada. Por estar fazendo minha mãe gritar, por estar tendo que ter essa conversa. Só porque gosto de uma menina, não de um menino.
"Não é besteira mãe, eu já desconfiava a um tempo. Agora, eu tenho certeza. Eu não posso esconder de você, eu..."eu disse, tentando me explicar. Tentando acalma-la.
"Chega! Eu não quero ouvir mais nada! Já para o seu quarto!" Ela disse aos berros.
Subia as escadas correndo, bati a porta e desmoronei na cama. Dormi entre as lágrimas, me senti sozinha.
A porta do quarto abriu lentamente, acordei com o peso da minha mãe sentando na cama. Ao meu lado.
Assim que percebi que era ela, me sentei rápido. Ela parecia séria.
"Mãe, mãe você me odeia?" Eu disse, sem conseguir segurar as lágrimas. Por estar considerando isso uma possibilidade.
"Mãe, eu não queria ser diferente. Eu não quero te fazer sofrer. Mas é quem eu sou, eu não posso mudar..."
" Filha, calma. Eu não te odeio. Eu nunca vou te odiar, acima de tudo você é minha filha. Deus disse para amarmos uns aos outros. Eu não vou te odiar, por quem você ama. Eu só fiquei assustada, eu não esperava isso de você minha filha. Lara, você sabe que vai ser difícil, que tem muita gente ruim e preconceituosa nesse mundo. Eu só não queria isso pra você , porque não queria que você sofresse. Mas também não quero que você sofra por ser quem você não é." Minha mãe disse com os olhos marejados.
"Mãe, eu ... mãe... Eu pensei que você..." Eu estava sem palavras, minha mãe não me odeia, ela ainda me ama. Ela me ama do jeito que eu sou, sabendo quem eu sou.
"Agora me conta quem é essa garota? Que te prendeu desse jeito, que a fez ter certeza tão rápido."
Eu estava deitada no colo da minha mãe, ela afagava meus cabelos. Eu contei tudo sobre a Maya. Desde o momento que a conheci, quando ela me defendeu, e contei até sobre a Luciana.
Enquanto a lua brilhava no seu lá fora, eu me senti conectada. Conectada com a minha mãe de uma tal forma, que nunca tinha sentido. Como se antes tivesse uma barreira, uma barreira que nós nem sabíamos que existia, ou fingimos não saber. Mas agora não tinha mais nada, só tinha nós duas, mais próximas do que nunca.
As vezes tudo o que você precisa são de 5 minutos de coragem.
5 minutos de coragem para se declarar.
5 minutos para se permitir ser quem é.
E 5 minutos para assinar sua carta de alforria. Carta, que você mesma escreveu.
Se permita, ouse, tente, descubra quem você é.
Se permita ser quem você é.
Seja livre, livre de padrões, livre de julgamentos, livre de medos.
Seja em todos os momentos da sua vida, única e exclusivamente você.
Porque todos nós somos edições limitadas, em unidades únicas.
Então para que desperdiçar, se forçando a entrar no molde dos outros.
Seja seu próprio molde e encontre sua própria beleza.

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All The Stars
RomansaUrsula Dunmore, audaciosa e sem medos. Depois de uma reviravolta em sua vida, ela vai parar em uma escola que nunca imaginou estar e conhecer pessoas que nunca imaginou que conheceria. Seria sorte ou azar? Collin Blake, responsável e um pouco rude. ...