As Faces De Uma Escolha

Capítulo 8

Maraísa e André voltaram tranquilamente pro hotel. Os dois beberam mais alguns drinks no bar e subiram pros seus respectivos quartos. Maraísa demorou pra achar sua chave, mas acabou conseguindo abrir a porta. Quase deixou seu celular cair com a visão que teve. Assim que entrou deu de cara com seu demônio particular sentada de pijamas na sua cama. Ela encarou a morena que estava sentada inclinada apoiada nos dois braços pra trás e com as pernas cruzadas. O sorriso sacana no rosto da outra era tão intenso que ela sentiria ele de olhos fechados. Fingindo calma que não tinha, ela simplesmente encostou a porta e largou as chaves e o celular em cima da mesinha ao lado da porta.

- O que vocês quer aqui Cristina? - Maraísa pergunta caminhando até a sua mala e tirando o vestido do show, ainda de costas pra ela.

- Vim conversar com você. - responde a morena encarando o corpo desnudo dela com uma lascívia impressionante. Maraísa colocou o primeiro pijamas que achou e se virou para a tentação.

- Conversar sobre o que? - pergunta receosa. A morena assume um ar mais sério e se aproxima dela.

- Quero saber como anda você, se continua não aceitando que você é. E que história é essa de namorado? - ela pergunta bem próxima de Maraísa, que recua.

- Primeiro, você não tem absolutamente mais nada a ver com a minha vida, segundo eu estou ótima, vivendo plenamente e sendo quem eu quero ser, e isso ainda não é da sua conta. E terceiro, você não sabe o que é um namorado? - ela responde tentando ser fria. Cristina se aproxima perigosamente e agarra os braços da outra com força.

- Por que você faz isso com você Maraísa?! Por que se submete a isso?! - ela diz em um tom baixo e cortante. - O que você pensa quando ele te toca? Fica revendo o episódio da sua série favorita na cabeça? Quanto tempo tem que você não sente prazer Carla Maraísa?! - Cristina termina mais irritada. Enquanto falava, ela avançava sobre o recuo da outra, quando perceberam estavam coladas na parede.

- Eu sinto prazer com ele. - ela fala fingindo. Cristina ri com desdém.

- Pelo amor de Deus Maraísa! Você quer que eu acredite nessa mentira? Você pode até sentir prazer...- diz sussurrando no ouvido dela. - Mas, com outra mulher. Você é tão lésbica quanto eu. - termina. Maraísa se irrita.

- Eu não sou! Quem é você pra falar alguma coisa sobre mim?! - pergunta irritada e tentando sair dali. A outra só apertou mais.

- Não é? Então vamos fazer o teste. - Cristina fala maliciosa. Antes que a outra pudesse sequer entender o que ela quis ter dito com isso, ela teve sua boca invadida pela língua ágil de Cristina Ferraço. Maraísa correspondeu com tanta vontade como a de quem tinha beijado. As mãos de Cristina logo foram parar nos seios da outra, cujo as pernas rodeavam a cintura da morena. As línguas brigavam entre si, velhas conhecidas, a muito afastadas, mas, jamais esquecidas. Maraísa gemeu de dor e prazer quando teve seu lábio mordido pela outra. O gosto de sangue se misturou ao beijo ávido que arrancava o fôlego de ambas. O beijo só parou quando elas estavam ficando tontas pela falta de ar. Assim que se desconectaram, Maraísa empurrou a outra que começou a gargalhar.

- Você é louca?! - perguntou fazendo cena.

- Muito hetero você! To impressionada! - Cristina diz rindo muito. Maraísa se estressa com a verdade esfregada na sua cara.

- Sai do meu quarto Cristina! - Maraísa grita pra disfarçar a vergonha. Cristina com um sorriso sacana vai até a porta mas assim que a abre volta de supetão.

- Eu vou, mas antes, quero isso. - diz agarrando o rosto da Maraísa outra vez. Agora, o beijo é mais calmo, e demonstrava o sentimento que existia entre as duas, mesmo que sufocado por ambas as partes. Maraísa cedeu ao beijo tão rápido quanto ao primeiro. Assim que acabou, elas encostaram a suas testas enquanto recuperam o fôlego.

- Eu senti a sua falta. - Cristina diz antes de dar um último selinho e sair andando pro seu quarto. Maraísa colocou as mãos na testa assim que a porta se fechou.

- Que droga! - diz chutando a mala que estava perto dela. Respirando fundo, foi se deitar. Na sua mente, aquilo tinha escancarado a verdade nua e crua na cara dela. Definitivamente você não é hetero Maraísa.