Capítulo 12

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Maraísa acabou não saindo do quarto, a não ser durante um momento conturbado durante a madrugada, quando ela esperou todos irem dormir pra ir comer alguma coisa. Acabou conseguindo mais do que comida. Eram 3 da madrugada quando Maraísa adentrou a cozinha em busca de alguma coisa pra comer. Imagina a surpresa dela quando encontrou a protagonista dos seus sonhos, escorada na bancada, apoiando seu rosto sobre o cotovelo e viajando no copo de chá que ela submergia e emergia o saquinho de chá repetidamente.

- Oi. - diz chamando atenção da outra que tinha tomado um susto.

- Ah, oi. - diz olhando pra ela e desviando os olhos para o seu pijama curto. Maraísa corou sob os olhares.

- Sem sono? - pergunta cruzando os braços sobre o seu decote. Cristina sorriu sem graça.

- Maiara decidiu que dormiria aqui hoje, e me fez ficar também. - diz dando de ombros com um sorriso triste.

- Ué, e qual o problema? - Maraísa pergunta confusa pra Cristina que sorri irônica.

- Como se eu conseguisse pregar o olhos nessa casa né Maraísa! As lembranças me assombram. - diz se encolhendo. Ela então compreende sobre o que a outra falava. As noites mal dormidas em que as duas se encontravam escondidas em algum lugar da casa, ou quando se trancavam no banheiro e faziam amor silenciososamente.

- São boas lembranças, pelo menos pra mim. - Maraísa fala indo até a geladeira. Ela abre e procura o pote de manteiga de amendoim que se encontrava no topo. Ela se estica pra pegar e sente um corpo se encaixando ao seu por trás. A mão da outra passa pela sua e pega o pote que ela almejava. Maraísa se vira pra frente do corpo que a pressionava, ficando cara a cara com seu amado pesadelo, que olhava a sua boca e tinha uma mão em sua cintura, enquanto a outra segurava o pote.

- São excelentes lembranças, o problema é que eu sinto falta delas. - ela fala se afastando pra fechar e geladeira e entregando o pote pra Maraísa que a olhava sem reação. Quando ia sair, Maraísa soltou o pote no chão e jogou os braços em volta do pescoço da Cristina, atacando sua boca com desespero. Dessa vez, com a iniciativa, Maraísa pede passagem pra língua que é concedida imediatamente pela outra. As duas línguas se empurravam saborosamente, aquecendo os corpos das duas. Quando o ar se fez necessário e o beijo foi interrompido, a proposta veio da boca de Maraísa.

- Quer matar as saudades? - ela pergunta em um sussurro, antes de levantar uma perna e passar em volta da cintura. Cristina encarou aquele rosto corado, com os olhos brilhando com a muito tempo não via. Por mais que estivesse cavando a cova do próprio coração, não conseguiria resistir, sabia que na manhã seguinte seu coração seria despedaçado, mas a sensação de te-la em seus braços, por mais uma noite pelo menos, a sensação de faze-la mulher, como ninguém mais poderia fazer, de ajuda-la a se sentir inteira de novo, valiam um milhão de corações destruídos.

- Eu vou te fazer mulher hoje Maraísa, como ninguém nunca te fez além de mim. - ela diz antes de atacar a boca dá outra, que tinha encharcado a calcinha só de ouvir aquelas palavras. Cristina levantou Maraísa pela bunda, e caminhou com ela até o quarto o quarto dela, o mesmo que foi o cenário de muitas noites tórridas de amor entre as duas adolescentes descobrindo os prazeres de amar. Assim que a porta foi trancada, Maraísa caminhou até a cama, sob o olhar atento da outra, e começou a despir sua roupa, peça por peça, as roupas foram caindo, revelando cada vez mais do seu corpo. Quando restava só a calcinha, Cristina se aproximou e colou o corpo dela no seu. Passou os lábios do seu pescoço até sua orelha.

- Você está ainda mais gostosa do que antigamente. - fala sussurrando em seu ouvido. Maraísa fecha os olhos e aprecia as mãos dela pelo seu corpo, e a sua voz em seu ouvido, dizendo o quanto a desejava, e o quanto sentiu falta daquele corpo. De repente Cristina se abaixou lentamente, percorrendo todo o corpo dela até seu joelho alcançar o chão. Lá de baixo, ela olhou pra cima e viu uma visão que a anos não via, sua mulher a olhando de boca entreaberta e com a expressão de prazer gritando. Cristina  passou os dedos pelas alças frágeis da calcinha, e ao invés de baixar como pretendia, escorregou os dedos até a frente e forçou fazendo com que o tecido se rompesse sob seus dedos. Maraísa soltou um gemido quando ouviu o barulho de sua liberdade. Cristina fez com que ela se sentasse na cama e passasse uma de suas pernas pelo seu ombro. Ela olhou sua intimidade, enxarcada e intocada pelo prazer, e sentiu a água ma boca. Olhando por cima, estava a dona de seus sonhos a encarando com uma expressão de prazer. Ela então passou um dedo bem devagar, do clitóris até a base de sua intimidade, arrancando um gemido entre dentes. Ela sorriu satisfeita.

- Acho melhor você colocar um travesseiro no rosto, porque eu não me responsabilizo pelo que vai acontecer daqui pra frente. - Cristina fala maliciosa antes de levar a língua até seu clitóris. Maraísa não ousou contradizer, e naquele momento, aquele travesseiro seria seu melhor amigo. Os gemidos foram proporcionais aos movimentos da língua. Ela estava tão sensível, que o primeiro orgasmo veio com menos de 5 minutos de oral. Os modos de fazer sexo foram de alterando durante a noite, mas, só acabou quando o sol já raiava e Maraísa tinha posto mais 7 orgasmos na conta. Ao final, deitada ofegante, nua e suada ao lado de uma Cristina com a boca dormente e um enorme sorriso, ela se permitiu falar.

- Você não me deixou fazer! - Maraísa falava ofegante e indignada. Cristina sorriu e virou a cabeça pra ela.

- Hoje era sua noite, queria que você sentisse prazer, que se sentisse amada. - se contenta em dizer. Então o silêncio corta o quarto. Até que Maraísa interrompe.

- Então...- ela não tem tempo de terminar de falar, logo se ouve batidas na porta.

- Amor? Tá dormindo ainda? - João Bosco perguntava. Maraísa toma um susto e se levanta assustada da cama.

- To tomando banho, espera mais uns 20 minutos que eu já abro. - fala pra ele. Ela olha em pânico pra Cristina e colocava sua roupa com uma cara de decepção no rosto, e de coração quebrado.

- Eu...- Maraísa tenta dizer, mas é interrompida.

- Eu sei, você nunca vai assumir, nunca acontecerá novamente, você é hetero, nós somos uma aventura adolescente. Me poupe do seu discurso Maraísa, guarda suas palavras pro seu namorado. - ela fala sem olha-la. Termina de colocar sua roupa e pula da sacada do quarto dela pro da Maiara e ficava do lado, logo depois pulou pra sacada do próprio quarto que por sorte estava aberta. Ela só não contava que a dona da sacada invadida, estava assistindo tudo de olhos arregalados, tendo finalmente a confirmação de suas suspeitas. A irmã era Lésbica.

(Hehehe)

As Faces De Uma EscolhaOnde histórias criam vida. Descubra agora