Ana Eduarda.
Chorei vendo Léo ali tão machucado enquanto Renato ainda o dava vários socos repetidamente em seu rosto. Eu não sabia o que fazer, expressar, sentir, eu não sabia fazer nada.
— O que está acontecendo aqui? —A diretora interveio na briga deles. Renato se levantou limpando o canto da boca, que estava com um pouco de sangue, e me encarou enfurecido com um olhar mortal. — Senhor Garcia por que batia no Scalie?
— Ele estava fazendo assédio com essa garota.
— Disse apontando com a cabeça para mim. Não conseguia abrir a boca e dizer que isso era a mais pura mentira, meu raciocínio estava em outra pessoa: Como Léo está?A diretora levou a mão na boca e pediu para seguirmos ela até a sala, somente eu e Renato, já que Léo não teria condições de andar. Eu não queria ficar perto de Renato, ele me dava medo, e medo era a última coisa que eu pensei sentir por ele,um dia.
Eu não queria olhar mas eu sentia o olhar de Renato me queimando descaradamente. Ele é tão estúpido!
— Você irá dizer que sim. — Falou ele me deixando confusa.
— Sim, o que? —Me virei encarando sua face e me arrependi assim que olhei em seus olhos, dali então eu não sentia raiva dele, eu sentia vontade de atacar seus lábios e fuder com ele ali mesmo, sem ter medo de alguém ver.
— Você dirá para a diretora que aquele moleque te assédiou. — Respondeu sério quebrando o contato visual e olhando descaradamente para a bunda de uma professora que passou próximo à nós. Senti meu sangue ferver, mas me conti, não temos nada, e assim será.
— Eu não vou fazer isso. — Soltei emburrada ainda encarando ele. Como alguém pode ser tão perfeito assim? Sonho, é isso que ele é.
— Ah, você vai. —Parou de andar e me encarou super sério. Senti um calafrio percorrer por minha espinha, eu tinha medo de Renato, eu estava tendo medo dele naquela hora. Isso não é possível! — Ou vai por Bem, ou vai por mal. — Engoli seco.
— Isso é uma ameaça? — Arqueei uma sombarcelha incrédula.
— Se a carapuça serviu. —Deu de ombros e logo após me mandou um olhar torto. — Você vai fazer isso, pelo bem de seus amiguinhos. Sabe, aquele Luis me parece bem viadinho para estar na terra, e aquela Júlia? — Fingiu que pensava. — Ah, com um corpo daqueles ela satisfaria todos do morro. — Estremeçi. Júlia já foi abusada sexualmente e eu não desejo isso para ela, novamente.
— Não envolva eles nisso. — Rosnei sentindo todo o meu choro aumentando. — Eu vou falar isso mas caso você faça algum mal aos meus amigos, eu juro acabar com você. — Declarei olhando no fundo de seus olhos.
Passei na sua frente e entrei na diretoria me sentando logo na cadeira. O semblante da diretora não era nada profissional, ela fazia de tudo para chamar a atenção de Renato, esse que apenas dava umas piscadelas para a velha que suspirava.
— Como a briga começou? —Perguntou mordendo a caneta olhando diretamente para Renato.
— Vai, Ana, Fala. —Ele me incentivou me olhando torto. Relaxei os ombros em frustação, Léo entraria em uma encrenca e tanto.
— Eu estava andando descendo as escadas quando ele tentou me beijar, no começo resisti mas logo cedi sabendo que ninguém iria ver tal ato. — Declarei me sentindo culpada. Era horrível mentir, e ainda mais saber que seu amigo pagaria por sua mentira. Burra, Ana! Burra.
[...]
— Boa garota. — Disse Renato sorridente assim que saímos da diretoria. Revirei os olhos e caminhei na sua frente, não queria a companhia dele. — Ei, espera. Tenho que te dar um presente por se comportar tão bem. — Me prensou na parede e tentou me beijar, mas eu me desvicilhei virando o rosto.
— Sai de perto de mim! — Falei pausadamente sentindo meu sangue subindo.
— Eu sei que você não quer. —Deixou um beijo no meu pescoço e a única coisa que eu senti foi nojo,nojo de mim mesma. Ele queria matar meus amigos, e isso é desumano.
— SAI DE PERTO DE MIM! — Gritei empurrando ele e sentindo minha bochecha molhar. Eu odiava chorar na frente de alguém, me sentia humilhada, mas eu realmente não consegui segurar elas.
— Com quem você pensa que está falando?! — Esbravejou segurando com força meu braço. — Não é porque eu comi você, que você já é importante para mim. — Deixei as lágrimas cair sem pudor, isso era algo que eu não queria ouvir, não da boca dele. — Que foi? Achou mesmo que eu sentia algo por você? — Debochou aproximando seu rosto do meu. — Você é só mais uma na minha cama. — sussurrou próximo ao meu ouvido e saiu assobiando como se nada tivesse acontecido. Babaca.
Morro da rocinha às 09h55 PM.
— Solta ele! —Gritei puxando Léo para perto de mim, no momento seguinte Renato apareceu com uma arma na mão e meus olhos pesaram. Ele não faria isso, faria?
Eu não sei ao certo como vim para aqui, só sei que quando acordei já estava aqui nesse lugar sujo e imundo.
— Olá, Baby. Sentiu minha falta? —Passou a arma pelo pescoço de Léo que já se encontrava desesperado olhando para mim. Isso era culpa minha, se eu não fosse tão Idiota assim Léo não estaria passando por isso.
— Você não vai matá-lo. — Falei entre soluços e lágrimas.
— Tem razão, VOCÊ vai. — Debochou alisando a arma. O filha da Puta ainda por cima deu ênfase no "Você "
— Você não está falando sério. — Rio sem humor encarando sua face séria. Putz ele não estava brincando. Droga.
— Estou. —Sorriu orgulhoso e os outros amigos dele gargalharam do desespero de Léo. Era agonizante isso. Renato me estendeu a arma e a única coisa que eu fiz foi ficar olhando para ela, aparentava ser bem pesada e devia fazer um estrago e tanto. — Vai porra, toma! — Falou raivoso e eu suspirei negando com a cabeça, eu não faria isso. Poxa, Léo, apesar de tudo,era meu amigo.
— Mate à mim, mas deixe o Léo ir. — Rapidamente os olhos de Renato voaram para fora com meu comentário. Sim, eu morreria por meus amigos, eles são os irmãos que me faltaram, eles são muito especiais para mim.
— Você só pode estar de brincadeira. —Arqueou uma sombarcelha cruzando seus braços o deixando mais lindo ainda.
Droga Renato!
— Eu não brinco. — O desafiei com o olhar e logo ele apontou a arma para minha cabeça e engoli seco no mesmo instante. Putz Mano, ele me mataria. Agora.
Fechei os olhos esperando o pior e então um tiro se foi ouvido, mas eu não havia sentindo dor alguma, me sentia normal. Abri os olhos e rapidamente os mesmos se encheram de água. Léo estava morto, Léo foi morto pelo cara que tanto Amo...
♤♡Xoxo Panda♤♡
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Um amor para recordar [R.G] CONCLUÍDA
Teen Fiction"- Uma última chance; você me ama? - aproximei nossos rostos encarando ela sério. - Não. " "Olhe nos meus olhos e diga que ainda me ama[Renato Garcia]" PLÁGIO É CRIME! •História de minha total autoria•