🌃05 - 20🌃

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Ana Eduarda.

Chorei vendo Léo ali tão machucado enquanto Renato ainda o dava vários socos repetidamente em seu rosto. Eu não sabia o que fazer, expressar, sentir, eu não sabia fazer nada.

— O que está acontecendo aqui? —A diretora interveio na briga deles. Renato se levantou limpando o canto da boca, que estava com um pouco de sangue, e me encarou enfurecido com um olhar mortal. — Senhor Garcia por que batia no Scalie?

— Ele estava fazendo assédio com essa garota.
— Disse apontando com a cabeça para mim. Não conseguia abrir a boca e dizer que isso era a mais pura mentira, meu raciocínio estava em outra pessoa: Como Léo está?

  A diretora levou a mão na boca e pediu para seguirmos ela até a sala, somente eu e Renato, já que Léo não teria condições de andar. Eu não queria ficar perto de Renato, ele me dava medo, e medo era a última coisa que eu pensei sentir por ele,um dia.

   Eu não queria olhar mas eu sentia o olhar de Renato me queimando descaradamente. Ele é tão estúpido!

— Você irá dizer que sim. — Falou ele me deixando confusa.

— Sim, o que? —Me virei encarando sua face e me arrependi assim que olhei em seus olhos, dali então eu não sentia raiva dele, eu sentia vontade de atacar seus lábios e fuder com ele ali mesmo, sem ter medo de alguém ver.

— Você dirá para a diretora que aquele moleque te assédiou. — Respondeu sério quebrando o contato visual e olhando descaradamente para a bunda de uma professora que passou próximo à nós. Senti meu sangue ferver, mas me conti, não temos nada, e assim será.

— Eu não vou fazer isso. — Soltei emburrada ainda encarando ele. Como alguém pode ser tão perfeito assim? Sonho, é isso que ele é.

— Ah, você vai. —Parou de andar e me encarou super sério. Senti um calafrio percorrer por minha espinha, eu tinha medo de Renato, eu estava tendo medo dele naquela hora. Isso não é possível! — Ou vai por Bem, ou vai por mal. — Engoli seco.

— Isso é uma ameaça? — Arqueei uma sombarcelha incrédula.

— Se a carapuça serviu. —Deu de ombros e logo após me mandou um olhar torto. — Você vai fazer isso, pelo bem de seus amiguinhos. Sabe, aquele Luis me parece bem viadinho para estar na terra, e aquela Júlia? — Fingiu que pensava. — Ah, com um corpo daqueles ela satisfaria todos do morro. — Estremeçi. Júlia já foi abusada sexualmente e eu não desejo isso para ela, novamente.

— Não envolva eles nisso. — Rosnei sentindo todo o meu choro aumentando. — Eu vou falar isso mas caso você faça algum mal aos meus amigos, eu juro acabar com você. — Declarei olhando no fundo de seus olhos.

  Passei na sua frente e entrei na diretoria me sentando logo na cadeira. O semblante da diretora não era nada profissional, ela fazia de tudo para chamar a atenção de Renato, esse que apenas dava umas piscadelas para a velha que suspirava.

— Como a briga começou? —Perguntou mordendo a caneta olhando diretamente para Renato.

— Vai, Ana, Fala. —Ele me incentivou me olhando torto. Relaxei os ombros em frustação, Léo entraria em uma encrenca e tanto.

— Eu estava andando descendo as escadas quando ele tentou me beijar, no começo resisti mas logo cedi sabendo que ninguém iria ver tal ato. — Declarei me sentindo culpada. Era horrível mentir, e ainda mais saber que seu amigo pagaria por sua mentira. Burra, Ana! Burra.

[...]

Boa garota. — Disse Renato sorridente assim que saímos da diretoria. Revirei os olhos e caminhei na sua frente, não queria a companhia dele. — Ei, espera. Tenho que te dar um presente por se comportar tão bem. — Me prensou na parede e tentou me beijar, mas eu me desvicilhei virando o rosto.

— Sai de perto de mim! — Falei pausadamente sentindo meu sangue subindo.

— Eu sei que você não quer. —Deixou um beijo no meu pescoço e a única coisa que eu senti foi nojo,nojo de mim mesma. Ele queria matar meus amigos, e isso é desumano.

— SAI DE PERTO DE MIM! — Gritei empurrando ele e sentindo minha bochecha molhar. Eu odiava chorar na frente de alguém, me sentia humilhada, mas eu realmente não consegui segurar elas.

— Com quem você pensa que está falando?! — Esbravejou segurando com força meu braço. — Não é porque eu comi você, que você já é importante para mim. — Deixei as lágrimas cair sem pudor, isso era algo que eu não queria ouvir, não da boca dele. — Que foi? Achou mesmo que eu sentia algo por você? — Debochou aproximando seu rosto do meu. — Você é só mais uma na minha cama. — sussurrou próximo ao meu ouvido e saiu assobiando como se nada tivesse acontecido. Babaca.

Morro da rocinha às 09h55 PM.

Solta ele! —Gritei puxando Léo para perto de mim, no momento seguinte Renato apareceu com uma arma na mão e meus olhos pesaram. Ele não faria isso, faria?

  Eu não sei ao certo como vim para aqui, só sei que quando acordei já estava aqui nesse lugar sujo e imundo.

— Olá, Baby. Sentiu minha falta? —Passou a arma pelo pescoço de Léo que já se encontrava desesperado olhando para mim. Isso era culpa minha, se eu não fosse tão Idiota assim Léo não estaria passando por isso.

— Você não vai matá-lo. — Falei entre soluços e lágrimas.

— Tem razão, VOCÊ vai. — Debochou alisando a arma. O filha da Puta ainda por cima deu ênfase no "Você "

— Você não está falando sério. — Rio sem humor encarando sua face séria. Putz ele não estava brincando. Droga.

— Estou. —Sorriu orgulhoso e os outros amigos dele gargalharam do desespero de Léo. Era agonizante isso. Renato me estendeu a arma e a única coisa que eu fiz foi ficar olhando para ela, aparentava ser bem pesada e devia fazer um estrago e tanto. — Vai porra, toma! — Falou raivoso e eu suspirei negando com a cabeça, eu não faria isso. Poxa, Léo, apesar de tudo,era meu amigo.

— Mate à mim, mas deixe o Léo ir. — Rapidamente os olhos de Renato voaram para fora com meu comentário. Sim, eu morreria por meus amigos, eles são os irmãos que me faltaram, eles são muito especiais para mim.

— Você só pode estar de brincadeira. —Arqueou uma sombarcelha cruzando seus braços o deixando mais lindo ainda.

Droga Renato!

Eu não brinco. — O desafiei com o olhar e logo ele apontou a arma para minha cabeça e engoli seco no mesmo instante. Putz Mano, ele me mataria. Agora.

  Fechei os olhos esperando o pior e então um tiro se foi ouvido, mas eu não havia sentindo dor alguma, me sentia normal. Abri os olhos e rapidamente os mesmos se encheram de água. Léo estava morto, Léo foi morto pelo cara que tanto Amo...

♤♡Xoxo Panda♤♡



Um amor para recordar [R.G] CONCLUÍDAOnde histórias criam vida. Descubra agora