♦AVISO: PODEM HAVER ERROS DE DIGITAÇÃO.♦
Frederico
Encantado. Inebriado. Anestesiado. Embriagado. Nem todas as palavras do dicionário serão capazes de descrever como me senti ao tomá-la em meus braços e me embriagar com seus beijos.
A pele macia, o cheiro de café, as mãos miúdas puxando meu cabelo. De alguma forma, meu cérebro tentava gravar cada detalhe daquela mulher em minha mente. Ela era tão pequena, o corpo frágil e compacto. Era diferente de todas as damas com quem havia me relacionado.
Quase que com desespero, apertei-a contra mim, tentando me fundir à ela. Todo o contato que estávamos tendo não era suficiente para me satisfazer dela. Queria mais, muito mais.
Após alguns minutos desfrutando de seus lábios, senti uma fisgada inconveniente em meus pulmões; meu corpo mostrando que precisava respirar. A contragosto, afastei nossas bocas, mantendo nossas testas encostadas. Maisha estava de olhos fechados, respirando de forma descompassada. Segurei seu rosto com as duas mãos, e admirei silenciosamente sua beleza.
— Queria fazer isto desde o momento que pus meus olhos em ti — confessei. Ao vê-la abrir os olhos, me perdi naquela imensidão castanha presentes em suas pupilas. — A primeira vez que a vi, assim que coloquei meus pés para fora da carruagem, pensei que a senhorita era a coisa mais linda que já havia visto. — acariciei sua bochecha, vendo a corar levemente; seu olhar não se desviava do meu, me encorajando a continuar a falar. — Sua bondade, sua força, sua doçura, sua coragem. Tudo, absolutamente tudo me atrai em você. — de repente sua face se transformou em uma careta de dor, e ela se afastou de meus braços. Automaticamente, senti um frio invadir meu peito e meu corpo, ao não tê-la mais próxima de mim. — Algum problema? — perguntei à figura mirrada da mulher de costas para mim. Maisha estava de braços cruzados, e olhava para baixo. Aproximei-me de forma cautelosa, temendo que ela se assustasse. Toquei levemente sua lombar, observando-a se retesar sob meu toque.
— Por favor, não me toque. — pediu de forma sussurrada. Preocupado, a peguei pelo cotovelo e a virei de frente para mim.
— O que te afliges? — perguntei sem entender. Será que foi algo que falei? Será que a assustei com meus toques desejosos e ardentes? Não havia controle sobre mim, ao beijá-la. Apenas a queria, e precisava demonstrar isso.
— Como o senhor pode? — questionou me olhando incrédula. Confuso, semicerrei os olhos, procurando entender a acusação implícita em suas palavras.
— Me desculpe, não entendo. — Maisha riu amargurada, e balançou a cabeça, parecendo não acreditar no que eu havia dito.
— Não imaginei que fosse assim, senhor. — cuspiu. O desprezo em sua voz era palpável. Ri nervosamente, passando a mão em meu cabelo. O que raios está acontecendo? — Sei que muitos senhores não são fieis às suas noivas, e procuram outras mulheres para lhe aquecerem os corpos. Contudo, como pode beijar outra sendo que dama a quem se laçará está dormindo em um quarto da tua casa? — seu olhar irradiava amargura. Era diferente do olhar dócil que ela sempre carregava. — Como pode se agarrar a mim com tamanha paixão, quando há pouco estava tendo intimidades com sua noiva? — estreitei os olhos. "Mas que diabos?" — Não imaginei que fosse tão sem escrúpulos como qualquer outro senhorzinho que já conheci.
Perturbado, a peguei pelos ombros, forçando-a a me encarar. Maisha me olhou assustada, e engoliu em seco. Afrouxei meu toque, mostrando à ela que não tinha a menor intenção de machucá-la.
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Adinkra: O Poder do Amor
Fiction HistoriqueSão Paulo, Brasil. Século XIX. O império brasileiro apostava suas fichas no cultivo de café. Grandes fazendas cafeeiras marcavam o território do país. Fazendas cheias de escravos. Escravidão era uma realidade no Brasil há mais de trezentos anos. Mai...