Eu sempre sonhei em ter um lugar só meu, onde eu pudesse me encaixar, mas isso estava mais longe do que eu poderia imaginar, pois... Quem vai querer por perto uma garota que só trás desastre, catástrofe, dor, sofrimento, tristeza e solidão.
Serão...
Notei a presença de Allison ontem enquanto cantava, não é uma coisa que eu seja muito habituado, mas... Ela me faz sentir vontade de fazer coisas, que eu nem pensaria em fazer.
Durante o café da manhã, senti-a levemente abalada, sua voz e aparência estavam diferentes... Podem me chamar de louco, mas posso chutar que ela estava chorando.
"Será que ela se lembrou?" – penso
- Allison, está tudo bem? Está pálida! – Pergunta meu irmão tirando-me dos meus devaneios
- Acho que foi uma queda de pressão, vou tomar ar puro... – Diz levantando-se. – Com licença.
Sinto quanto ela cruza a porta da mansão e se afasta, seu cheiro e o pulsar do seu coração ficaram mais lentos...
[...]
Depois que Allison saiu, o clima que antes apresentava um sol maravilhoso, tornou-se nublado, posso dizer até que sinto o cheiro da chuva se aproximando... Não aguento mais ficar esperando-a voltar, então saio da casa a sua procura.
Conforme vou caminhando pela propriedade, seu cheiro vai ficando cada vez mais forte. Não demorou muito para que eu a avista-se próxima a fonte abandonada, no lado sul da mansão.
- Allison? – Chamo-a, mas ela parece estar perdida em seus pensamentos
Aproximo-me cautelosamente para não assusta-la.
- Allison? – Chamo-a novamente fazendo com que ela me encare surpresa
- Elijah... – Disse em sussurro
Seus olhos estão mais azuis que o normal, com um leve tom avermelhado ao redor, ela estava chorando, olheiras escuras revelam isso, alem de outros fatores... Quando me aproximo mais, ela tenta disfarçar voltando a encarar a fonte, mas aquela visão foi suficiente para fazer minha respiração parar.
- A garota que tiver o seu coração, terá um tesouro maravilhoso. – Disse encarando a água.
Apenas dou uma risada baixa, me aproximando mais e parando ao seu lado.
Ficamos em silencio até os primeiros pingos da chuva começaram a roçar em nossa pele.
- Acho melhor irmos, antes que você fique gripada. – Digo e ela suspira pesadamente
- Eu não fico gripada... – Disse quase sem voz e aquilo pra mim foi à gota d'água.
- Allison... – Digo virando-a para mim, fazendo com que ela me olhasse nos olhos.
Nossos corpos estavam tão próximos, eu era capaz de sentir sua respiração em meu rosto, eu não conseguia manter o meu olhar nos dela, por que a sua boca me hipnotizava, eu ansiava sentir aquele gosto novamente...
Estava perto de tomar iniciativa, quando ela o fez por mim, unindo nossos lábios em um beijo calmo e suave, necessário e completo.
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Fomos obrigados a nos separar, para que ela recuperasse o ar, já eu... Poderia ficar perdido em seus lábios para sempre. Ela me olhava com confusão, mas que logo se suavizou, quando lhe dei um olhar carinhosos, cheio de ternura e cumplicidade.
- Acho que agora podemos ir. – Digo e ela apenas concorda com a cabeça.
Corremos pela propriedade até alcançarmos a porta principal, era a primeira vez em anos, que eu estava correndo como um "mortal" e aquilo foi divertido.
Allison sorriu para mim carinhosamente antes de começar a subir as escadas, mas logo foi interrompida por Klaus, dizendo que precisávamos conversar, sendo assim, fomos molhados mesmo para a sala de leitura.
- O que era tão importante que não me deixou trocar de roupa? – Pergunto encarando o meu querido irmão
- Temos as provas que precisávamos sobre o desaparecimento dos pais da Allison. – Disse rodeios deixando-a surpresa
